Dragão Fashion 2011 – Conexão Solidária por Lindebergue Fernandes
Galeria Fotos: Osvaldo F. Coleção “Nó.Destino” Identidades ancestrais: A coleção apresentada na edição 2011 do DFB foi gerada a partir de uma viagem de reconhecimento…
Galeria
Fotos: Osvaldo F.
Coleção “Nó.Destino”
Identidades ancestrais:
A coleção apresentada na edição 2011 do DFB foi gerada a partir de uma viagem de reconhecimento por todos os estados do Noreste, no início do ano. As equipes de Lindebergue e da Conexão Solidária percorreram quase dez mil quilômetros de estrada, visitando comunidades, cooperativas e associações de artesãos.
Além da pesquisa para a coleção, a expedição marcou o início de um diálogo entre a mente criativa do estilista e as técnicas ancestrais de artesanato. Para Lindebergue Fernandes, mais que simples “prestadores de serviço”, cada artesão deve ser co-autor de seu próprio trabalho. A coleção nasceu a partir do material encontrado e dos potenciais distintos de cada comunidade de artesãos visitada, espalhadas por nove estados do Nordeste.
Partindo deste preceito, durante o processo de confecção das peças, os artesãos envolvidos receberão o suporte de workshops que devem agregar, ainda mais, conteúdo para seu trabalho.
O resultado dessa conversa é o que o público pode conferir no desfile do DFB.
Moda & Sustentabilidade:
Junto com o convite para desenvolver a coleção em parceria com as cooperativas representadas pela Conexão Solidária veio um desafio duplo: criar desejo de moda e fomentar processos capazes de gerar autossustentabilidade para as comunidades envolvidas.
Todas as engrenagens envolvidas nesse trabalho acreditam que o pensamento coletivo e o uso racional e justo de ações colaborativas são as ferramentas ideais para manutenção da identidade nacional traduzida pelas manifestações plurais do artesanato.
Ao todo, 31 comunidades espalhadas por nove estados do Nordeste integram a coleção de Lindebergue Fernandes para a Conexão Solidária.
Entre as artesanias, os canutilhos do Maranhão; a renda irlandesa de Sergipe; o tweed de chita giletada da Paraíba; o rechiliê do litoral cearense… Tudo junto, remisturado no melhor antropofagismo pós-tropicalista que tem tudo a ver tanto com o DNA nordestino quanto com a veia criativa de Lindebergue Fernandes.
Além dos 40 looks que irão à passarela, a Conexão Solidária dispõe de peças com focos distintos: há uma linha boutique, com peças trabalhadas em uma ou mais tipologias de artesanato. Esta linha já poderá ser encontrada no lounge da Conexão Solidária no Dragão Fashion Brasil e além das roupas em 100% algodão, pode encontrar acessórios em couro ecológico e de tilápia; pulseiras e cintos em crochê de cobre e bolsas em palha trançada com design exclusivo. No mesmo espaço, compradores podem conferir o mostruário exclusivo para atacado.
Ambas as linhas possuem, em comum, o compromisso de investir na autossustentabilidade das comunidades de artesãos. Melhor para o produtor, melhor ainda para o consumidor, que passa a contar com um preço equivalente e justo, já que saem de cena os percentuais de “atravessadores” e representantes. A Conexão Solidária age como uma interface comercial para o trabalho das comunidades participantes. São elas que ficam com o lucro da comercialização.
Inspirações:
Ícones do patrimônio imaterial e mestres da cultura inspiram a coleção 2011 da Conexão Solidária criada por Lindebergue Fernandes.
Esqueça o compromisso com a estação. No Nordeste, é sempre verão, mesmo que haja chuva ou que o sol sinta fastio ou preguiça de nascer em certos dias. Nossa vocação é bronzeada e a coleção reflete isso.
Por isso nossas loas àquelas velhinhas beatas em suas cadeiras de balanço na calçada, dando conta da vida de todo mundo, enquanto sua pequena cidade arrasta-se, espremida entre o nada do sertão e o asfalto das novas estradas. É para essa síntese da sertaneja madura, cansada de guerra, que a coleção Nó.Destino foi criada.
Formas:
Da camisola com pala bordada, desdobra-se toda a coleção Nó.Destino. A religiosidade presente em sua vida inspira silhuetas aparentemente conservadoras. A subversão consiste em usar os ícones de estilo das beatas do interior do Nordeste como elementos contemporâneos. Os sinos das igrejinhas inspiram o volume cilíndrico de saias midi e pantalonas de cintura levemente deslocada para o alto.
Tecidos:
Como se entrássemos em um armarinho nos anos de 1960, a coleção mergulha nos tecidos em 100% algodão: chitas enobrecidas, linhos estruturados e cambraias delicadas, delicadíssimas, quase transparentes.
Texturas:
Uma explosão de caos em meio à harmoniosa sinfonia de técnicas artesanais que sobrevivem graças à tradição que passa, literalmente, de geração a geração. Renda Renascença, Rechiliê, Ponto Cruz, Crochê, Renda Irlandesa… Riqueza popular, nobreza ancestral, o verdadeiro sangue azul de nossa cultura.
Cores:
A brincadeira é esquecer a imagem secular das rendas imaculadas, brancas e cruas. Nesta coleção, as cores são aquelas dos parquinhos de beira de estrada, dos blocos de sujos no Carnaval, dos Judas de pano na Semana Santa; das pinturas naïf dos artistas populares. O imaginário das pequenas cidadezinhas do interior nordestino pauta a cartela de cor desta coleção.
Acessórios:
Grandes, maximalistas, exuberantes, orgulhosos de si próprios. Megabolsas em retalhos de chita que brincam com o tweed internacional; meia-patas em madeira e couro de bode; detalhes em escama de peixe; viseiras em palha de piaçava trançada e tingida…
Musas:
As velhas cantoras da tradição popular do Nordeste são nossas rainhas-primeiras-damas: Tem a pernambucana Lia de Itamaracá, nascida em 1944, que compõe, canta e dança cirandas. Até hoje vive na ilha, onde trabalha como merendeira em uma escola pública e tem altura de modelo: 1,80m.
Tem Dona Edith do Prato, lá de Santo Amaro da Purificação, que usava um prato de “duralex” e um garfo pra ritmar os sambas; que lançou o primeiro disco aos 87 anos e que chegou a ser mãe de leite do quinto filho de Dona Canô, Caetano. Falecida em 2009.
Tem Dona Selma do Coco, que vem lá de Olinda e inspirou Chico Science nos anos 90 e que, hoje, consegue viver da própria arte de manter viva as rodas de samba de coco nas ladeiras da cidade velha.
Tudo isso tempera a coleção 2011 da Conexão Solidária por Lindebergue Fernandes. Uma reverência ao interior da nordestina.
Sobre a Ação e o Estilista
Ações colaborativas. Design humanizado. Economia solidária.
Utilizar a moda para gerar dignidade, elevar a auto-estima das mãos que sustentam a tradição do artesanato do Nordeste e manter o intercâmbio entre as técnicas seculares e os desejos atuais da moda.
Em sua primeira parceria com o estilista cearense Lindebergue Fernandes, a Conexão Solidária apresenta uma coleção que promove o resgate, o respeito e a redescoberta do artesanato de origem nordestina.
Lindebergue, que é reconhecidamente o estilista cearense que mais se identifica com as mitologias e a cultura ancestral do Nordeste (e foi um dos fundadores do Coletivo Acervo Aberto), propõe novas conexões a partir do trabalho desenvolvido com os artesãos da associação Conexão Solidária.
O nome de batismo desta primeira coleção já revela os desdobramentos do tema: “Nó.Destino”, para abraçar todas as pontas do longo processo que é transformar simples roupas e delicadezas artesanais em objetos de desejo.
Originalmente, o “nó destino” é um algoritmo que representa o ponto de convergência de todos os processos matemáticos de uma equação. Esse conceito é aplicado fortemente nas redes de tecnologia e nos sistemas de informação. E, a partir da coleção para a Conexão Solidária, “Nó.Destino” passa a representar, também, o ponto de convergência das mentes e mãos que constroem, juntas, a identidade do artesanato nordestino.
Agora, a ideia é promover o encontro do passado com o presente; da qualidade com a manufatura; do desejo com a memória.
Nó = elemento de convergência, de equilíbrio e de união de forças.
Destino = a própria função da Conexão Solidária: atuar positivamente na visão de mundo e na perspectiva de um futuro melhor para os artesãos brasileiros.
Fonte: Dragão Fashion
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