Sample Central traz para o país conceito que permite ao consumidor testar produtos antes de seu lançamento no mercado.
Como seria experimentar gratuitamente qualquer produto antes de comprá-lo? Já pensou em entrar em uma loja, colocar o item que quiser na sacola e levá-lo para casa sem pagar? E que tal ser o primeiro a testar uma marca e dizer ao fabricante qual sua opinião sobre ela? O que antes parecia improvável será possível com a chegada da Sample Central, franquia oficial da Sample Lab, a São Paulo, no segundo trimestre deste ano.
A Sample Lab é um conceito criado na Austrália, implantado pela primeira vez em Tóquio, no Japão, em julho de 2007. A grande inovação da empresa foi oferecer ao consumidor a oportunidade de entrar em contato com produtos, gratuitamente, e opinar sobre esses itens, antes que eles cheguem às prateleiras.
No modelo brasileiro, os clientes poderão levar para casa produtos de até R$ 100, além de experimentar, na própria loja, qualquer outro item que ultrapasse esse valor, sobretudo eletroeletrônicos e informática. Após a experimentação, os consumidores respondem a uma pesquisa online. As visitas à loja física da Sample Central serão agendadas pelo website da empresa e são ilimitadas, desde que não ultrapassem uma por dia. O feedback dos clientes permite acumular pontos em um programa de fidelidade, que pode gerar vantagens e prêmios. Para ter acesso aos produtos gratuitos da Sample Central é cobrada uma taxa simbólica anual de R$ 15.
Assim como no Japão, a primeira franquia brasileira desenvolverá uma rede social virtual que conectará marca e consumidor durante todo o processo evolutivo do produto: da concepção e investigação de insights de consumo ao seu lançamento no mercado. “É o que chamamos de tryvertising (do inglês, try+advertising), um contato direto do cliente com o produto por meio da experimentação e não apenas por uma mensagem publicitária. Dessa forma, a experiência que se tem com um produto é muito mais marcante na memória do consumidor, o que aumenta consideravelmente as chances de compra e uma eventual fidelização à marca”, afirma o publicitário João Pedro Borges, um dos sócios da Sample Central.
Além de Borges, o novo projeto conta com outros sócios de peso: Celso Loducca, um dos profissionais mais premiados da publicidade brasileira; IBOPE, um dos maiores institutos de pesquisa do país; Bullet, a maior agência de marketing promocional do Brasil; e os fundos independentes DGF Investimentos e Calés Investimentos, que viram na Sample Central uma grande oportunidade de negócio.
Livre escolha
Uma das grandes diferenças entre este processo e o sampling convencional é a de que, além de ter contato com um produto muito semelhante ao que estará nas lojas – e não com uma simples amostra –, o item a ser testado é escolhido deliberadamente pelo consumidor em meio a outras opções. Nesse processo, as chances de se propagar o “marketing boca a boca” positivo a partir dessa experiência é muito maior.
Para o consumidor, além de entrar em contato gratuitamente com novas tendências, há a vantagem de participar do aperfeiçoamento do produto, adquirindo o status de consultor da marca. Já para a indústria, a Sample Central será uma rica fonte de informação para mapear o aprimoramento do produto em fase de testes e auxiliá-la na decisão de lançamento. As pesquisas online serão validadas pelo IBOPE, um dos maiores e mais importantes institutos de pesquisa do país e também sócio da empresa.
João Pedro Borges acredita que oferecer oportunidade ao consumidor de conhecer o produto antes da chegada ao mercado – e de graça – pode influenciar de maneira muito mais forte em sua decisão de compra posteriormente, uma vez que ele já terá tido um contato com o produto e experimentado de fato. “Unindo os conceitos de tryvertising, consumer insight e o marketing boca a boca, as chances de alavancar a exposição positiva do produto são muito maiores. Estamos perto de uma revolução entre consumidores e marcas no Brasil”, afirma Borges.
Números da Sample Lab no Japão confirmam a tese do executivo. Em Tóquio, 76% das pessoas que experimentam o produto na loja se tornam consumidoras efetivas quando esse item chega ao mercado. Entre os que visitam a loja e levam os produtos para casa, 94% respondem ao questionário online.
Indústrias como Cadbury, Corona, Heinz, L´Oreal, Nestlé, Nintendo, Nissin, Panasonic, P&G, Sony e Unilever, parceiras do projeto japonês, apostaram no novo conceito e obtiveram resultados de vendas expressivos.
Anthony J James, fundador e presidente global da Sample Central, está confiante que a franquia brasileira produzirá bons resultados. “Estamos muito entusiasmados e honrados de levarmos a Sample Central ao Brasil. Tenho certeza que será um sucesso”, comenta o executivo.
A Sample Central espera contar com 40.000 cadastrados em até 12 meses e atrair empresas de diversos portes e de todos os segmentos do mercado. O business plan da empresa contempla a abertura de mais cinco lojas em outras capitais brasileiras, nos próximos anos.