Empresários discutem empreendedorismo na Moda

Um grande sucesso! Assim foi o primeiro Painel de Negócios  sobre Empreendedorismo na Moda organizado por Todor Mello da Sandice – Convivência e Conveniência, espaço em Moema dedicado a descobrir novos talentos da moda e das artes.

Participaram do painel Lorenzo Martone, executivo brasileiro radicado em Nova Iorque; Edgard Pitta, executivo do mercado financeiro com atuação em bancos internacionais e um dos criadores do portal Fashion Bubbles; e Silvia Aere, uma das artistas expositoras da Sandice, com  a criação de acessórios diferenciados, experiência em private label (terceirização de mão de obra) e também já exporta algumas de suas peças.

Lorenzo levantou reflexões sobre como é difícil e ao mesmo tempo essencial, criar uma marca única ou produtos que ainda não existam, que sejam capazes de construir a lealdade entre o cliente e a marca, uma idéia diferenciada que seja sustentável.

É necessário contar uma história através do seu produto; saber como divulgar e explorar os aspectos do sonho e do desejo. O desejo sustentará seu negócio a longo prazo, afinal cada vez mais as pessoas compram não porque precisam, mas acima de tudo porque querem e desejam. Como disse Lorenzo, “Ninguém mais precisa de mais um casaco preto, todo mundo quer algo diferente…”.

Um produto precisa ter seu diferencial criativo, códigos que lhe são únicos. Lorenzo trouxe alguns exemplos de marcas e empresas que construíram esses diferenciais e que identificamos seus produtos imediatamente, como a corrente dourada das bolsas Chanel.

Lorenzo apresentando sobre a loja americana que se especializou em Xadrez

Edgard trouxe questões ligadas ao planejamento de negócios. Falou sobre a necessidade de se avaliar cenários positivos e negativos; pensar sobre o que pode dar certo, mas também levar em conta o que pode dar errado. É a importância de se avaliar os riscos.

Planejamento do fluxo de caixa é uma das grandes armadilhas para quem vai empreender. É muito comum entre os novos empresários aplicar todo o dinheiro do projeto, na reforma do imóvel (muitas vezes alugado) e em uma primeira produção ou estoque, contando com a entrada automática de receita para repor a próxima produção.

Entretanto, não se pode esquecer que quase sempre acontecem imprevistos, atrasos, etc. O que levará a empresa a dívidas e a situações de riscos não calculados, que muitas vezes acaba sendo fatal. É preciso ter reservas e estar muito atento ao fluxo de caixa da empresa prevendo imprevistos e pensando a longo prazo.

Silvia apresentou soluções para quem deseja começar uma marca própria. Falou da grande alternativa que é a terceirização de mão-de-obra, através do que o empresário constrói um currículo, ganha um know-how que abrirá muitas portas.

Produzir para outras marcas pode ser um caminho para quem está começando; será uma espécie de trampolim para a própria marca.

O private label exige grande responsabilidade. A pressão é enorme e os resultados são menores, mas não existe o problema do capital de giro, venda, entre outros.

A marca própria trará mais prazer, mas até que ela se consolide, o risco é enorme. É você quem fará apostas, estoques e capital de giro. É um trabalho mais lento e a longo prazo.

Se você pensa em exportar é preciso estar consciente que não pode haver improvisos. É necessário uma enorme pesquisa e um grande aprofundamento sobre a legislação do país, os costumes, a cultura, pesquisar as leis de etiquetas, etc. Pode-se exportar de tudo, mas não tudo para qualquer país, como querer exportar minissaisa para um país muçulmano.

Silvia concluiu que o Brasil está na moda, mas é necessário um trabalho sério, com qualidade: é essencial cumprir prazos e ter toda a documentação exigida. Destacar-se no mercado nacional torna mais fácil o processo de exportação e a grande dica é não improvisar!

Em relação às cópias e oportunidades na internet

A questão da cópia também foi um destaque da discussão. Para o Edgard não adianta copiar algo que já existe, para se destacar é preciso desenvolver novos formatos. Foi isso que se buscou no Fashion Bubbles: um estilo próprio de construir matérias e elaborar conteúdo.

Para Silvia há muitos nichos de mercados que estão carentes. Seu grande motivador ao montar sua marca foi o fato não encontrar roupas que a vestissem bem, então teve a idéia de se especializar em mulheres altas. Encontrou seu diferencial! Assim como este, quantos nichos carentes existem? Quantas pessoas não encontram aquilo que desejam? É aí que está a oportunidade.

Edgard chamou a atenção para o grande crescimento dos mercados online e da quantidade de oportunidades ainda por serem exploradas neste universo e questões a serem resolvidas, como a padronização de tamanhos.

Saiba mais Sandice apresentou seu primeiro Painel de Negócios sobre Empreendedorismo na Moda.

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Fotos by Mario Henrique

Saiba mais Sandice apresentou seu primeiro Painel de Negócios sobre Empreendedorismo na Moda.

Denise Pitta: Denise Pitta é digital influencer e empreendedora. Uma das primeiras blogueiras de moda do país, é idealizadora do Fashion Bubbles, e também CEO do portal que já recebeu mais de 110 milhões de visitas. Estilista, formada em Moda e Artes Plásticas, atuou em diversas confecções e teve marca própria de lingeries, a Lility. Começou o blog em Janeiro de 2006 e atualmente desenvolve pesquisas de Moda Simbólica, História e Identidade Brasileira na Moda e Inovação. Além de prestar consultoria em novos negócios para Internet. É apaixonada por filosofia, física quântica, psicanálise e política. Siga Denise no Instagram: @denisepitta e @fashionbubblesoficial

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