O mercado GLS e a capacitação empresarial
Foto do Blog Viajandaun – Campanha publicitária do site NYCgo de New York feita para atrair turistas gls e marcar as comemorações do 40º aniversario…
Foto do Blog Viajandaun – Campanha publicitária do site NYCgo de New York feita para atrair turistas gls e marcar as comemorações do 40º aniversario da revolta de Stonewall (1969), que deu origem aos movimentos reconhecidos em defesa dos direitos dos homossexuais.
O mercado GLS está em alta. Tem estado presente em rodas de discussões, teses e dissertações de mestrado, palestras e outros eventos que vem acontecendo nos últimos anos. Empresas grandes têm mostrado preocupação em atender de maneira mais direta e precisa este nicho de mercado no país. Grupos gays dentro de empresas já são uma realidade, exemplo da IBM, praticamente uma das precursoras no Brasil em aceitar, respeitar e promover a visibilidade de seus funcionários gays.
Mas o segmento destinado ao público GLS no Brasil é relativamente novo e tem muito a evoluir. Os seus resultados ainda não podem ser comparados com os de outros países que investem a mais tempo neste nicho, como os norte americanos que tem sido um dos grandes referenciais para este mercado.
G NetWork – site de Buenos Aires com informações sobre feiras, palestras e profissionais orientados ao segmento GLBT.
A partir do momento que a sociedade volta seus olhos às consideradas “minorias sexuais”, é porque sua visibilidade vem alcançando sucesso, passando a tornar-se um assunto normalmente discutido nos diversos meios de comunicação. O que deveria acontecer com mais naturalidade, pois desejos sexuais, preferências e identidades de gênero não tornam uma pessoa ou um grupo de pessoas anormais.
Empresas começam a voltar seus olhos, estudos e investimentos para esse mercado, que tem grande perspectiva de crescimento, atingindo consumidores exigentes, bem informados e que pagam bem por um bom produto ou serviço, fidelizando desta maneira, qualquer marca que consiga comunicar-se diretamente com ele, atendendo a suas necessidades e desejos.
Entretanto, ainda é questionável o fato de não existir um levantamento preciso em números do tamanho da comunidade LGBT – lésbicas, gays bissexuais e transgêneros – no Brasil.
Bureau de negócios GLS – site sobre o grupo que trabalha com consultoria de mercado e treinamento para empresas privadas e orgãos públicos focado no público GLS.
Na verdade um dos grandes problemas enfrentado é a falta de informação a respeito do mercado GLS e o comportamento de consumo diferenciado por nichos entre consumidores LGBT. É comum entender e afirmar que gays são todos iguais, entretanto, esta é uma postura equivocada, afinal é da natureza humana pensar e agir de maneira diferente. Porém, cada vez mais em nossa sociedade as pessoas se agrupam em tribos, cuja aproximação ocorre por meio de comportamentos e ideais similares, mas que ainda contenham uma individualidade.
Entender os diferentes comportamentos individuais e quais os nichos de mercados existentes e seus interesses em comum, principalmente no que diz respeito ao consumo, irá garantir que a comunicação de sua empresa/produto com o público escolhido tenha mais sucesso, o que pode ser um grande diferencial.
Outro fator de risco neste segmento é achar que o consumidor GLS é mais rico, o que pode ser um grande equívoco. O que garante a este consumidor uma liberdade para gastos maiores é o fato de muitas vezes não ter filhos. De uma maneira geral é um público que pode gastar mais, fazendo questão de um produto/serviço que tenha uma boa relação de custo benefício e qualidade. Em grande parte gostam de cultura e informação, o que os torna mais exigentes.
Foto do site Gay Media Group – grupo formado por designers, programadores e marqueteiros que desenvolvem websites para empresas que atuam no segmento GLS nos Estados Unidos.
Independente da orientação sexual e da identidade de gênero é preciso pensar como o seu cliente comporta-se no dia-a-dia, o que faz, o que compra, que marcas prefere, por que compra, dentre outras perguntas e informações que devem ser absorvidas para entender o estilo e o padrão de vida deste consumidor.
Depois de analisada classe social, região aonde mora, que marcas consome, porquê consome, de que forma consome, dentre inúmeros outros fatores, é hora de fazer uma pesquisa de campo que revele de que forma as empresas das quais este indivíduo é cliente, relaciona-se com ele. Estas empresas reconhecem à existência de seus clientes GLS e sabem do que eles necessitam? E se sabem, comunicam-se de maneira positiva com os mesmo? Existe uma linguagem direcionada e específica? E quais os meios de comunicação necessários para atingir tal parcela de mercado?
Livro sobre o mercado GLS, pela editora Matrix.
Recentemente ocorreu no Hotel Panamericano, na Rua Augusta, região central de São Paulo, o Fórum ABRAT GLS (Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e simpatizantes). A reunião discutiu quais são as ações de marketing a serem tomadas no mercado GLS, especificamente no segmento de turismo. O fórum fez parte da programação cultural do 13º mês do orgulho LGBT de São Paulo e aspectos interessantes foram levantados:
– Muitas empresas realmente não segmentam o mercado que atendem o público GLS, esquecendo seus diferentes nichos e particularidades existentes em cada grupo de consumidores.
– Outro fator levantado é a falta de conhecimento do estilo de vida, preferências e hábitos de consumo, que acarretam em negócios que não dão certo, por não oferecerem o que seus clientes realmente querem.
-A capacitação foi outro problema citado, onde poucos se preocupam em preparar funcionários de forma diferenciada à atender este público.
-Tornar a empresa Gay Friendly é outro passo para conquistar o mercado GLS sem esquecer os consumidores Heterossexuais. Para a pesquisadora Zita Johnson, o que faz uma empresa ser considerada gay friendly, são as políticas adotadas por ela, um bom exemplo é acrescentar gays e lésbicas em qualquer tipo de propaganda e não apenas nas campanhas publicitárias destinadas aos mesmos. (Fonte: Greenfield Online, Inc. www.greenfieldcentral.com)
Confira as reportagens nos links abaixo:
IBM cria site interno para gays -para o site aprendiz.uol.com.br
Cliente gay, executivo idem – por Laura Somoggi, de Londres para o site epocanegocios.globo.com
O Poderoso Mercado Gay – por Lílian Cunha para o site ISTOÉ Dinheiro
Nova Postura Mundial de Atuação no Mercado GLS – por Zita Johnson para o site Gay Brasil
Confira também os livros da Editora Malagueta – livros e publicações GLS.
Por Alexandre Ferreira Gaspar
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