Em 2011, a São Paulo Fashion Week (SPFW) completará 15 anos e já se prepara para iniciar uma nova etapa. O mais importante evento de moda da América Latina anunciou o novo formato para as próximas edições, com o objetivo de posicionar o Brasil em patamares mais altos no mercado mundial da moda.
Para o idealizador da SPFW, Paulo Borges, o ano de 2010 marca o encerramento da primeira fase do evento, cujo objetivo era firmar o calendário de moda nacional. Agora, chegou o momento de consolidá-lo, focando na qualidade, no acabamento das coleções e buscando padrões internacionais.
O Brasil passa por um momento de grande desenvolvimento econômico, com perspectiva de se afirmar como uma grande potência econômica. A Moda, por sua vez, reflete essas transformações, demonstrando profissionalização e amadurecimento empresarial.
O jornalista Gefferson Eusébio afirmou para a PR COM que: “A indústria brasileira da moda reúne 30.000 empresas, movimenta R$ 50 bilhões/ano e emprega 1.700.000 brasileiros. É hoje um dos principais setores que devem receber atenção do governo federal para criação de empregos e investimentos, sendo responsável por 17 por cento do PIB da indústria de transformação no país. Na primeira edição do SPFW, há 15 anos, o Brasil contava com 4 cursos de moda de nível superior. Hoje, são mais de 150.”
No entanto, para se consolidar como um ator importante no mercado global, a indústria da moda precisa alcançar níveis mais altos de qualidade nos processos de execução, maior credibilidade em relação a prazos, mais criatividade e mais investimentos tecnológicos e no parque industrial. É aí que entra a nova proposta da SPFW, que pretende elevar os níveis de qualidade e inovação, planejando os próximos 30 anos.
A partir de junho de 2011, mais dois eventos passarão a integrar o calendário nacional da Moda. A São Paulo Fashion Week continuará acontecendo normalmente na Bienal, porém, simultaneamente, no prédio da Oca, ocorrerá o “ 1 des 100” e o Salão de Design.
Coletiva de imprensa apresentada por Paulo Borges, Graça Cabral e Armand Hadida anunciando o “1 des 100” e o Salão de Design que serão integrados a SPFW
O “1 des 100” será um salão de negócios que pretende trazer um novo conceito com uma mostra precisa do que há de melhor no mercado a cada temporada, posicionando definitivamente o país na rota dos principais compradores internacionais. O objetivo do evento é atrair empresas, investidores, imprensa e compradores internacionais que poderão conferir desfiles, instalações e mostras de 100 estilistas brasileiros selecionados.
O “1 des 100” é fruto de uma parceria entre o Instituto Nacional de Moda e Design (In-Mod) , a Luminosidade (empresa responsável pelo SPFW, Fashion Rio e Rio-à-Porter) e a francesa L´Éclaireur, de Armand Hadida. O empresário é responsável pela Tranoï, uma das mais prestigiadas feiras do setor. Ela é realizada duas vezes ao ano, em Paris, durante a semana de moda francesa e atrai expositores e compradores do mundo inteiro.
Segundo Paulo Borges, Armand foi escolhido como parceiro do novo salão pelo fato de conhecer o gosto dos compradores estrangeiros, além de ser um apaixonado pelo Brasil. Com grande know how em negócios da moda, Armand trará experiência nas áreas de gestão e vendas, além da divulgação das marcas através do Tranoï .
O Salão de Design completa a nova plataforma. Com a participação de designers e galerias, ele será a convergência entre a moda e o design, trazendo arte, cultura e inovação.
Para completar, uma revista e um site sobre o “1des100” serão lançados até janeiro de 2011.
Estrutura do “1 des 100”
- Dois andares da Oca abrigarão um showroom, onde cem designers devem expor até cem peças. As marcas serão escolhidas pela curadoria de Paulo Borges e Armand Hadida.
- Um andar terá exposições e instalações ligadas ao conceito de moda como inovação e tecnologia.
- O quarto andar terá uma sala de desfiles, cuja programação fará parte do line-up da SPFW.
Segundo Paulo Borges, o projeto é mais que um salão de negócios, já que além de vender, há o intuito de melhorar o design e incentivar a criatividade dos estilistas brasileiros. Haverá mudanças na forma de expor e no que será exposto.
Para Armand Hadida, a idéia é incentivar a cadeia produtiva da moda, a produzir de acordo com os padrões do mercado internacional – e trazer VIPs e grandes marcas da moda mundial ao Brasil.
O objetivo é fazer um evento semelhante ao Rio-à-Porter, que movimentou negócios de R$ 800 milhões na última edição, com a participação de 250 marcas de roupas.”
Todas essas mudanças mostram o potencial da moda e do design como ferramentas de transformação cultural, geração de empregos e alavancagem das exportações nacionais.
Por Denise Pitta