Couromoda 2011 reúne empresários da cadeia coureiro-calçadista do Brasil
A 38ª edição da Couromoda, a mais importante feira de calçados e acessórios de moda do Brasil e da América Latina, aconteceu em São Paulo,…
A 38ª edição da Couromoda, a mais importante feira de calçados e acessórios de moda do Brasil e da América Latina, aconteceu em São Paulo, nos dias 17 a 20 de janeiro, comemorando um final de ano de excelentes vendas no varejo (estimativa de crescimento de 14%), quando o item “calçado” figurou no topo da lista dos presentes mais desejados.
Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro, a Couromoda 2011 reuniu mais de mil empresas expositoras, de porte grande, médio e micro, ocupando 51.000 m2 de área de exposição no Pavilhão do Anhembi/São Paulo, para apresentar as coleções outono-inverno de aproximadamente duas mil marcas.
Representando 13 Estados brasileiros, as empresas participantes da feira respondem por 90% da produção brasileira do setor, que hoje supera os 850 milhões de pares anuais.
A Couromoda reúne também empresários de toda a cadeia coureiro-calçadista do Brasil, setor que – dos curtumes às lojas de varejo – tem hoje um PIB superior a R$ 50 bilhões anuais e gera mais de um milhão de empregos diretos e indiretos.
No mercado externo, as vendas da cadeia couro-calçados alcançam cerca de US$ 4,3 bilhões, com superávit acima de US$ 3 bilhões.
Tradicionalmente, é a partir da Couromoda que a indústria calçadista inicia seu novo ano de trabalho e os negócios fechados e/ou encaminhados durante o evento respondem por até 30% das vendas anuais do setor. A 38ª edição da feira ocorre em momento de mercado interno muito aquecido e bem estruturado, com índices positivos de crescimento no varejo de calçados.
Na área internacional, a despeito das dificuldades históricas do setor com câmbio e custo Brasil, o calçado brasileiro vem ampliando mercados graças a um design cada vez mais apurado. A indústria brasileira, que já exporta para mais de 140 países, reafirma assim sua condição de maior produtor e exportador de calçados fora do continente asiático; alternativa confiável para abastecer os mercados mundiais com produtos de maior valor agregado, agilidade nas entregas e ótimo custo/benefício.
Francisco Santos, presidente da Couromoda, destaca que a feira se consolidou como o maior ponto de encontro do setor coureiro-calçadista nacional e uma referência importante para o trade mundial.
“Ao longo de sua história, a Couromoda tem sido a melhor demonstração de força da indústria brasileira de calçados e de sua capacidade de superar desafios. Sempre com uma agenda muito positiva, o evento reúne todas as forças do setor, que acreditam no poder de competição da indústria brasileira. Nossa indústria de calçados tem capacidade instalada para produzir um bilhão de pares/ano, abastecendo com eficiência o imenso mercado interno e apresentando-se como a melhor alternativa fora da Ásia para fornecimento de calçados ao mercado mundial”.
Especialistas mundiais debatem o futuro do setor coureiro
O A 38ª edição da Couromoda foi, pela segunda vez consecutiva, sede do “II Fórum Internacional do Couro”, que aconteceu dia 18, organizado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), sob a coordenação de Wolfang Goerlich, presidente da Entidade e do International Counceil of Tanners – ICT, organização formada por curtidores de todo o mundo.
O evento reuniu representantes dos maiores países produtores de couro do mundo e discutiu o futuro da cadeia no mercado internacional.
Entre os principais problemas apresentados no fórum, que recebe apoio da Apex/Brasil, está a mudança na ordem mundial, já que os tradicionais países europeus perderam mercado para as economias em desenvolvimento, a exemplo de China e Brasil.
Como palestrantes estavam Paul Pearson, secretário geral do ICT, que falou sobre “Novos Desenvolvimentos e Estatísticas”; Gustavo Quijano, Secretário Geral da Cotance, com o tema “Comércio em Tempos de Crise”; Donald Ohsman, presidente da Hidenet, falando sobre “O mercado Estadunidense de Couro”; Dr. Mwinykione, presidente da LCD, apresentando “O Mercado Africano de Couro”; Wolfang Goerlich, que apresentou “O Mercado Brasileiro do Couro”; Ron Sauer, presidente e editor do The Sauer Report, que falou sobre “O Mercado Mundial de Peles e Couros”; Mike Redwood, presidente da Leather Naturally, com o tema “Leather Naturally – Ideias para a Promoção de Couro em Escala Mundial”; e Su Chaoying, secretário geral da CLIA, que enviou apresentação sobre “O Mercado Chinês do Couro”.
Atualmente, o Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, com 200 milhões de cabeças de gado. Em 2010, foi exportado US$ 1,7 bilhão de dólares, cerca de 10% a menos do total exportado em 2008 e 46% superior aos números de 2009.
Presidente da Abicalçados solicita extensão das medidas de combate às importações
Apesar de saudar a recuperação da indústria de calçados em 2010, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso, defendeu em seu pronunciamento, na abertura da feira, a ampliação das medidas de combate à importação predatória de calçados, cujo volume cresceu 23% no ano passado.
Segundo ele, 375 mil empregos foram recuperados no Brasil em 2010 graças às medidas antidumping e as exportações de calçados apresentaram crescimento de 12,9% no volume físico e 9,3% no faturamento. 143 milhões de pares foram enviados ao exterior, que geraram divisas da ordem de US$ 1,48 bilhão em 2010.
No entanto, segundo Cardoso, o crescimento das importações preocupa a entidade. A elevação do volume em 23% no ano passado acendeu o alerta da Abicalçados, que identifica, além do aumento de compras em países não-tradicionais, o ingresso de cabedais e solados separados, que são completados com uma operação de colagem quando chegam no Brasil. Esta é uma forma de bular a tarifa antidumping de US$ 13,83, imposta aos calçados procedentes da China.
Dados da Abicalçados sinalizam números curiosos. O fornecimento da China ao Brasil caiu 22%, mas o total importado do Vietnam cresceu 81%, da Malásia 1.356%, da Indonésia 93%, de Taiwan 428% e da Republica Dominicana, 726.100%. Até mesmo o Paraguai, não tradicional exportador de calçados e de partes, incrementou as vendas para o Brasil em 43% em 2010, evidenciando a chamada triangulação, que precisa ser combatida com a extensão das medidas em vigor. “A ampliação é uma maneira de conter este crescimento e evitar riscos ainda maiores à indústria, que somente em novembro fechou 5 mil postos de trabalho. Em dezembro, o número (ainda não finalizado) pode ter sido ainda maior. Acreditamos que fique entre 12 e 15 mil empregos que possam ter sido perdidos”, destacou o presidente da entidade.
Segundo ele, o setor, ao mesmo tempo em que vê o mercado interno ser invadido por calçados de outros países, enfrenta dificuldades para formação de preço de exportação e fechamento de negócios no Exterior.
“A indústria de calçados considera fundamental a adoção, também, de medidas para conter a valorização do real, reduzir os gastos públicos e a reforma tributária. Elas nos devolverão a capacidade de competir”, prevê o dirigente, que destaca a importância da cadeia produtiva do calçado à economia de municípios, Estados e do país.
A indústria de calçados está presente em 12 Estados e 96 municípios, exercendo papel de destaque na distribuição do desenvolvimento econômico para regiões mais pobres e longínquas. Incluindo fornecedores de matéria-prima e de componentes, são cerca de 8 mil indústrias em atividades no Brasil, que empregam 800 mil pessoas, equivalentes a 10% do contingente da indústria de transformação.
Fotos: StudioF
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