Cyndi Lauper leva público ao delírio em São Paulo, primeiro de uma série de shows no Brasil

Um dos shows mais aguardados do ano aconteceu na noite de quinta-feira , 13 de novembro, após horas intermináveis numa fila que virava quarteirão na…

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Um dos shows mais aguardados do ano aconteceu na noite de quinta-feira , 13 de novembro, após horas intermináveis numa fila que virava quarteirão na região da Vila Olímpia. Cyndi Lauper finalmente apresentou seu esperado show da turnê True Colors.

Ela que veio ao Brasil pela 3º vez (a primeira em 1989 e segunda em 1994), matou o jejum de 14 anos que seria interrompido ano passado, se a cantora não tivesse cancelado sua vinda em meados de agosto, por problemas de saúde.

A tensão era enorme na espera do início do show que teve um atraso de 30 minutos. O saguão do Via Funchal, em poucos minutos foi sendo tomado por milhares de fãs, de todas as tribos e idades, mostrando o quanto é vasto o toque da rainha do pop nos anos 80.

Geração após geração, Cyndi construiu uma carreira de grande valor e respeito no cenário musical. Clássicos como Change of Hearts, When Your Were Mine, Girls Just Wanna Have Fun, She Bop e o inesperado Gonnies R Good Enough, dentre vários, não subestimaram as expectativas. A multidão cantou todas, em alto e bom tom.

Trechos do show que aconteceu em São Paulo, 13 de novembro


She Bop


True Colors


Girls Just Wanna Have Fun

Mesmo com uma aparência de poucos amigos, ela demonstrou ser uma pessoa super divertida, simpática e interagiu cada segundo do show que durou 1h15m. Durante esse tempo, ela se aproximava do público, tocava as mãos afoitas dos fãs, recebia os presentes que, muitas vezes, eram jogados no palco, além de fazer piada ao consultar um dicionário com frases traduzidas para conversar com todos, de um intervalo ao outro: “oi” e “como vai” eram de praxe durante todo o tempo.

Um show como esse é uma oportunidade única na vida, para entender toda uma geração fiel ao estilo Cyndi de ser e de se apresentar. Nada de telões super coloridos, nem coreografia, mas uma voz super potente e afinada, o que contrasta quando ela fala suave, com aquela “vozinha” de Betty Boop. Mesmo aos 55 anos, ela mostra que os anos 80 ainda prevalecem em suas veias, mas confirma que são outros tempos, e a música deve evoluir, como evoluiu em seu último disco, Bring Ya To The Brick, que é mais pop.

Muitos não sabem, mas Cyndi é militante da causa gay em Nova Iorque, onde está construindo o abrigo True Colors para homossexuais que sofrem ou sofreram algum abuso ou descriminação.

Na coluna do Andre Rodrigues, do site SPFW, ele resume perfeitamente o sentimento que todos os fãs de Cyndi têm:

“Muitos comparam Cyndi Lauper à Madonna, o que talvez seja uma das analogias mais infelizes da indústria fonográfica. Embora Cyndi não tenha conseguido a notoriedade nem a fortuna de sua suposta rival (alguém conseguiu?), a cantora soma raros predicados: Cyndi Lauper, para começar, canta. E não canta pouco, aliás, canta como poucas. Seu alcance vocal é tão improvável que chega a assustar, causa espanto na platéia e, aqui no Brasil, estremeceu (literalmente) o Via Funchal.A cada agudo de Cyndi, a turba urrava num uníssono que parecia um terremoto, arrepiando cada fio de cabelo, dando a sensação de que o teto do Via Funchal ia desabar a qualquer momento.

Apesar de sobreviver principalmente dos hits que fizeram a sua fama nos longínquos anos 80, Cyndi o faz com muita técnica e precisão: no meio das batidas pop estão arranjos complexos, intervalos musicais quase inaudíveis, uma sofisticação jazzista com pegada de soul e punch de rock and roll. Cyndi pula, grita, agita, manda e desmanda no seu público. E traz com isso a triste conclusão: não se fazem mais artistas como ela”.

Fotos do show

Setlist

Change Of Heart
Set Your Heart
Grab a Hold
When You Were Mine
She Bop
Echo
Night Life
All Through The Night….
I Drove All Night
Money (Changes Everything)
Time After Time
Goonies R Good Enough
Rocking Chair
Girls Just Wanna Have Fun
True Colors

Por Diego Carvalho

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