Entre as muitas definições para corrupção está: “o que se deixou estragar”, e você, se deixou estragar? Você pode ensinar corrupção para os seus filhos sem saber?
A corrupção é uma anomalia moral que está presente na humanidade há muito tempo e de muitas maneiras. Podemos deduzir que este comportamento está diretamente associado à preguiça, à avareza, à ganância e porque não, à arrogância…
Quando a corrupção se torna algo endêmico, isto é, com incidência significativa em uma cultura, a benevolência, a colaboração e o pensamento no direito do outro começam a desmoronar…
O assustador é que não é incomum que a prática da corrupção, comece na educação em casa, algumas vezes na extorsão de um filho, por exemplo.
Muitos vão dizer que este é um pensamento absurdo, mas quando uma mãe dá um doce para uma criança em troca do seu silêncio, ela o está corrompendo; quando só um dos pais toma uma decisão sobre um assunto familiar, ele pode estar sendo corrompido; ou quando as regras de uma casa são quebradas por benefício do pais, também pode haver corrupção.
Louco este pensamento, não é mesmo?
Lamento, mas é a verdade.
Robert Klitgaard é um estudioso americano especialista em corrupção. Ele desenvolveu um princípio para o entendimento do que é a corrupção e também nos auxilia a entender claramente como ela se manifesta.
Para o especialista todos os homens são naturalmente corrompíveis. A circunstâncias e o modelos de negociações podem favorecer ou não, a efetivação da corrupção.
Para ele, este comportamento é estruturado na seguinte fórmula: C = M + A – I (Corrupção = Monopólio + Arbitrariedade – Inspeção).
Explicando mais detalhadamente, o M refere-se ao monopólio da informação e da decisão (uma única pessoa é detentora da informação do negócio e somente ela poderá tomar a decisão). Um bom exemplo, está na criação de um filho: não é conveniente que somente um dos pais detenha a decisão dos acontecimentos do lar, é necessário haver um acordo entre os dois.
A é a arbitrariedade, isto é, quando não existe um modelo de decisão e a pessoa que decide pode escolher como agir. Mais uma vez no exemplo da família, uma casa que não tem regras, não tem ritmo e as decisões podem mudar conforme seu próprio benefício.
Já o I da fórmula, refere-se a falta de inspeção, de prestação de contas, o que se refere a um sistema de averiguação e controle do que está sendo feito. Quando um dos pais omite informações e o outro não tem interesse em saber o que esta acontecendo, por exemplo.
Apliquei este princípio, como um axioma para exemplificar a corrupção possível dentro dos lares, a mais simples de todas e que se manifesta na criação dos nossos filhos, aqueles que mais amamos. Veja como é importante estar atento!
O leitor pode classificar esta analogia de extrema, mas eu te digo: ela é radical!
Radical porque trata o tema pela raiz, não mais em sua superfície. Se você, assim como eu, quer mudar esta realidade humana, precisamos mais do que sair às ruas, precisamos estar conscientes em nossas próprias vidas. Não adianta só apontar para o outro.
Neste momento eu te pergunto: para onde você está olhando?
Por Ariane Reisier
(Ariane Reisier é comunicóloga por formação e filósofa por opção, faz MBA Executivo Internacional na FIA, estudou na China, no Canadá, na Inglaterra, na Holanda e nos EUA recentemente na Universidade de Vanderbilt, foi coordenadora do Núcleo de Agronegócio da ESPM e Gestora de Sustentabilidade em grandes empresas, hoje torna-se por seu canal, uma hostess da filosofia e do pensar através da valorização do Bom, Belo, Puro e Verdadeiro. Conheça o canal e comece agora uma reflexão sobre suas Potencialidades. Para palestras: Disruptura do Pensar ao Agir – Desenvolvimento Humano Resgate das Virtudes nas Corporações – Cultura Organizacional Entre em contato – arianereisier@gmail.com)
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