Todo Poder aos Consumidores Pró-Ativos

Nunca falamos tanto de planejamento. Nem mesmo discutimos tanto as demandas dos consumidores. Indiscutivelmente, nunca fomos tão bem informados e exigentes nas nossas expectativas. As…

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Nunca falamos tanto de planejamento. Nem mesmo discutimos tanto as demandas dos consumidores. Indiscutivelmente, nunca fomos tão bem informados e exigentes nas nossas expectativas. As necessidades e aspirações dos consumidores modernos mudam constantemente e seus desejos são reativados a todo instante.

Hoje as empresas sabem disso e não dormem mais no ponto. Sabem que seu sucesso depende de noites de vigília, muito foco em pesquisa e projetos inovadores. Sabem que a inteligência de marketing é fundamental para novas proposições e sabem que a ousadia e a vontade de inovar é o espírito da mola concorrencial.

Observar e monitorar a experiência de consumo se tornou essencial. Eles são estratégicos, pois eles são as fontes de inteligência viva do marketing. Antes, as empresas se colocavam como criadoras de valor. Seu papel, hoje, é mais específico; elas entregam valor em forma de conveniência. Os consumidores tomaram as rédeas da criação e design de produtos.

Atualmente se usa novos conceitos para entender e catalogar estes consumidores: trendsetters, cool hunters, early adopters, tryalist transumers, consumidores 2.0, excursionistas camaleônicos, mavens e uma infinidade de termos por vir.

mavens

Na verdade, somos apenas e tão somente informados, mais seletivos e especialistas no consumo de certos bens e marcas que admiramos e conhecemos. O consumidor é pró-ativo e quer propor e interferir no processo de produção e reprodução de valor.

Ele tem nas mãos uma informação mais atualizada, ferramentas de busca e uma riqueza de fontes para pesquisa. Ele quer soluções customizadas para suas demandas pessoais, além de produtos e serviços adaptados sob medida ao seu ritmo e estilo de vida.

O consumidor pró-ativo quer conhecer e testar novos lançamentos. Ele quer diversificação e liberdade de escolha; quer diferenciação e inovação por parte das empresas e marcas parceiras.

As empresas, por sua vez, querem entender melhor o processo de experiência de compra e consumo dos seus prospects e clientes. Querem saber como se inicia e se renova a cadeia de valor da informação dentro dos seus segmentos estratégicos de consumidores. Dentro de cada segmento sempre há um número relativamente pequeno de consumidores mais envolvidos, mais conectados e especialistas em categorias de produto específicas dispostos a romper paradigmas e testar novos conceitos.

Estes consumidores alfas são os famosos trendsetters que vão atrás de novidades e propõem novas atitudes e comportamentos para a sociedade ou para os seus peer groups. São os consumidores de vanguarda que perseguem obsessivamente lançamentos nas gôndolas e prateleiras das lojas em busca de fresh air. São eles que iniciam e inovam no processo de produção e reprodução simbólico-cultural de valores e tendências. Eles são antenas do segmento: captam informações e desenham (design) novas propostas. Eles são estratégicos por serem, muitas vezes, mavens especialistas ou early adopters que abraçam novas causas; formadores e propagadores de opinição por liderar seus peer groups (grupos de referência/amigos).

Eles são responsáveis por estimular e influenciar os seguidores que, depois, irão influenciar segmentos ainda maiores em escala comercial.

Hoje, as organizações querem que estes consumidores participem colaborativamente da produção e teste de novos conceitos e produtos. Consumidores parceiros, um público de interesse central: pois eles desenvolvem produtos e idéias, testam, compram e experimentam primeiro e estimulam a cadeia de valor da informação. Estes consumidores são co-designers. Antes de consumir, eles querem participar do processo de produção e reprodução.

No chão de cada fábrica ou na mesa de reunião e planejamento estratégico das empresas reúnem-se, diariamente, centenas de milhares de novos designers. As empresas recrutam através dos seus sites uma legião de consumidores-designers, consumidores-especialistas e pró-ativos que utilizam com facilidade estes novos canais dirigidos de mídia, além dos novíssimos recursos tecnológicos ao seu dispor. Com o advento da comunicação em rede mais interativa e dinâmica, tudo é rapidamente processado, organizado e interpretado por softwares especializados desenvolvidos para esta função.

O mundo nunca foi tão global, ‘linkado’ e ‘multi-informacional’.

Nunca nós consumidores fomos tão valorizados.

Nunca antes tivemos ao nosso alcance tanto poder de decisão, na compra, no consumo e na proposição de novas atitudes e estilos de vida; produtos e conceitos diferenciados.

Mundo globalizado

Por Sergio Lage

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