O casamento sob o ponto de vista (muito sincero) do noivo.
Para os homens, incluindo esse que vos escreve, entre o pedido de noivado e o casamento as únicas coisas que existem são: a retenção de gastos, a procura de um lar e a despedida de solteiro. Já para as mulheres há apenas uma coisa: desespero! É incrível essa diferença, as mulheres ficam em pânico com o pouco tempo que terão para organizar o casamento e os homens nem imaginam o que está por vir.
Eu, depois de armar um belo pedido de noivado, comprar um belo anel e ter coragem para tomar uma decisão tão importante, achei que já tinha feito minha parte. Mas não, agora que estou noivo, um novo mundo caiu do céu como se fosse um novo idioma entrando em minha mente! Um idioma impossível de entender!
Palavras novas, que até então não tinham nenhum significado para mim, começaram a surgir. “Save the date”, “finger foods”- para os homens essas palavras nem constam no vocabulário. Quando fui questionado sobre as comidas que gostaria de ter no casamento, por exemplo, respondi: bolinha de queijo, coxinha e torresmo. Afinal meus amigos vão estar lá, terá cerveja e uns aperitivos cairiam bem, certo? ERRADO!!! Fui massacrado pelos olhares de todas as mulheres presentes no local. E depois de negociar com a Carol, minha noiva, salvei a coxinha e a bolinha de queijo, que segundo ela serão mais “elaboradas” para o casamento. Não sei o que seria uma coxinha mais “elaborada”, mas pelo menos é uma coxinha! Então nem questionei.
Nessa de me sentir uma anta no quesito casamento, resolvi conversar com meu amigo, Thiago, que casou há pouco tempo. Perguntei se ele sabia de tudo (ou pelo menos alguma coisa) antes de casar, e me senti bem melhor depois do papo. Ficar perdido na organização do casamento pelo jeito é normal para os homens!
O Thiago casou um ano depois de ter ficado noivo e disse que não tinha noção de como seria aquele ano de noivado e planejamento – diferente de sua esposa, claro. “Ela já tinha participado do planejamento do casamento de suas irmãs, já estava habituada a tudo aquilo. Pra mim era tudo novidade. Se dependesse de mim, o casamento teria sido no escuro, por exemplo, pois nunca imaginei que iluminação deve ser contratada separadamente do lugar do casamento, não faz nem sentido isso!”. E a lista de itens importantes para o casamento era bem menor do que a da noiva: “Para mim só importava o ‘sim’ e já era.”. E de fato, é o mais importante.
O pior não é entrar de cabeça no mundo desconhecido das festas de casamento, o pior mesmo é participar de tudo isso e sua opinião não valer grande coisa (ou quase nada). “Apesar de participar de todas as etapas, eu só escolhi minha roupa e alguns amigos na lista de convidados. Nessas horas que a gente descobre o que é mesmo amor, porque se você não aguenta o estresse dela na hora do casamento, você não vai aguentar nunca.”, concluiu meu amigo Thiago, já me alertando de que eu não terei muita voz ativa no meu casamento (pelo menos já garanti os salgadinhos!rs), mas que passar por essa fase é uma prova de amor.
Eu já estava noivo da Carol quando meu amigo Danilo embarcou nessa jornada também. Ele ainda tem tempo para o casamento (e para o choque de realidade sobre o que é um casamento no ponto de vista da noiva). E ele é dos meus, totalmente sem noção sobre a organização de um casório. Quando o questionei sobre quanto tempo ele acha que precisa para organizar um casamento, ele disse a mesma coisa que eu pensava há 5 meses, quando fiquei noivo: “Um mês, no máximo! Escolhe um buffet legal, comida, bebida, convida a galera e pronto. Minha festa perfeita seria em um lugar bacana, onde eu chegaria, tiraria umas 3 ou 4 fotos (no máximo!), depois arrancaria aquela roupa apertada, colocaria uma bermuda e uma regata e ficaria bêbado com minha mulher, amigos e familiares.” A ideia é genial mesmo, para nós, homens. Deixa a noiva dele ouvir essa proposta… olhares fulminantes instantâneos!
A verdade é que a festa de casamento é a realização de um sonho das mulheres (eu nunca sonhei, pensei ou planejei como seria meu casamento ideal) e por isso elas dominam os preparativos. Acho importante que nós, os noivos, participemos do planejamento (somos parte importante do casamento, não nos excluam, noivas!), mas é o momento delas. Por tanto, na hora de negociar (amigos, não abram mão de pelo menos NEGOCIAR!), às vezes vale a pena dar o braço a torcer para fazer a vontade e felicidade do outro (isso vale para as noivas também – mas sei que elas o farão menos).
Veja também ótima matéria sobre como começar a organizar o casório: O #casamento perfeito começa no planejamento: check list salva noivas!
Bruno e Carol no dia do pedido de casamento.
Danilo e Marjory se preparando para a maratona do casamento.
Thiago e Lívia no dia do casamento logo depois do “sim”.
Fotos: Uhull Noivei
Por Bruno Coppini (o noivo da Carol Carneiro)