O estilo dos Yuccies – Saiba diferenciar o Hipster do Yuccie

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Tribos urbanas influenciam o look e o lifestyle dos jovens

Se as tendências de estilo ocorrem em ciclos, uma das mais marcantes nos últimos anos foi a onda hipster – que mistura tatuagens, barbas compridas e cheias, cervejas artesanais, entre outros pontos marcantes. O sucesso do look (e do lifestyle) reverberam na dia a dia dos brasileiros, mas começa a dar lugar a um novo representante: o Yuccie.

Yuccie veio do inglês, Young Urban Creatives (jovens urbanos criativos em tradução), termo intitulado pelo jornalista norte-americano David Infante, de 26 anos, estudante de artes liberais que “tem muitas ideias” na cabeça e usou esta expressão para definir em um artigo no Mashable ( site de tendências), pessoas como ele, isto é, jovens que moram em metrópoles como São Paulo, usam meios alternativos para se locomover (bicicleta, Uber…), ostentam um belo bigode ou uma barba de responsa e querem muito enriquecer por seu potencial criativo.

 “Em poucas palavras: uma fatia de Geração Y nascida no conforto suburbano, doutrinada com o poder transcendente da educação e infectada pela convicção de que não só ela merece seguir seus sonhos”, escreve Infante, que se declara um Yuccie.

Mas qual a diferença do Hispster para o Yuccie?

O neo-hipster mantém muitos traços do estilo antecessor – principalmente no visual, já que as barbas, as boas roupas e as referências culturais nas tatuagens e estampas de camisas permanecem com força total –, mas com algumas diferenças cruciais, como a aderência aberta às vantagens tecnológicas. Uma ótima matéria da GQ, definiu bem:

“Yuccies, assim como os hipsters, são pessoas nascidas entre 1980 e 2000 que, depois da grande recessão econômica que assola o mundo desde 2008, abandonaram as profissões clássicas para se dedicar a algo inédito, como uma startup ou a invenção de um aplicativo, ou que lhes dê prazer, como virar artista plástico ou dono de uma rede de food trucks.

Diferem dos hipsters em dois pontos: nasceram num meio abastado e querem fazer grana, muita grana, com seus novos trabalhos criativos e suas “paixões”. Não gostariam de ser reconhecidos por suas contas bancárias ou seu pedigree, mas pela relação que têm com sua criatividade. Assim, mantêm seu status quo de bem-nascidos e todas as formosuras que o dinheiro pode lhes prover.”

“O objetivo de vida de um Yuccie é enriquecer o mais rápido possível sem perder a autonomia criativa, no estilo Mark Zuckerberg, criador do Facebook . Agora, se tiver que optar entre uma ou outra coisa, vai preferir a satisfação pessoal. Foge de empregos formais, trabalhos tradicionais e não quer nem saber do mundo coorporativo.” ( Via Manual do Homem Moderno).

  • Hipsters ouvem vinis antigos; yuccies, o Spotify.
  • Hipsters andam de bike; yuccies, de Uber.
  • Hipsters trabalham como músicos ou freelancers; yuccies desenvolvem conteúdos para sites, aplicativos e vlogs.
  • Hipsters viajam para festivais alternativos; yuccies para apartamentos escolhidos a dedo no Airbnb.
  • Hipsters vestem camisa xadrez de lenhador; yuccies, suéter largo, óculos redondos, e têm o cinismo do privilégio, ou seja, seu desprezo pelas convenções sociais só pode ser superado por sua capacidade – financeira e educacional – de viver sem elas.
  •  Hipsters gostam de morar num bairro bem esquisito até pouco tempo atrás, mas que, de uma hora para outra, virou o lugar da moda; Yuccies também moram no tal bairro esquisito, só que numa casa recheada de gadgets tecnológicos com obras assinadas na parede.

A internet moldou os Yuccies?

A Internet inspirou Yuccies com oportunidade e desencorajou o crescimento profissional tradicional. O boom dos blogs, o surgimento de vlogs e, mais tarde, magnatas de mídia social. É o conto do blogueiro que fica famoso e se torna bem sucedido com algo que gosta de fazer e domina. São características de um Yuccie: veia empreendedora, marketing de nicho, capacidade de alavancar novas tecnologias, etc.

Os Yuccie também adotam profissões mais “pé-no-chão” e no lugar das oportunidades como freelancer e as pretensas carreiras artísticas, eles têm preferido um emprego fixo (principalmente na área de tecnologia) para garantir estabilidade nas finanças. Profissões como consultores sociais que coordenam campanhas de estilo de vida são a cara desta nova tribo.
O que andam falando sobre os Yuccies?

Yuccie? Young urban and creative, um termo inventado pelo americano David Infante, do site de tendências Mashable, é o homem da hora, o novo líder da geração millennial, e teria vindo para derrubar de vez o reinado dos hipsters – uma típica obsessão americana para “prateleirizar” a humanidade em tribos

“Eu me mudei para Nova York há uma década e prontamente encontrei um trabalho assalariado em marketing farmacêutico. Troquei ele por um estágio não remunerado em uma publicação. Fui trilhar meu caminho na editoria de cidades desde então. O dinheiro varia de “muito ruim” a “OK”, mas a sensação de realização pessoal é muito foda. Eu sou o Yuccie”, resume David Infante, na foto acima.

“Você merece ganhar a vida sendo você mesmo. Suas ideias são valiosas. Siga seus sonhos”. Esse é o mantra de um Yuccie, segundo David

“Yuccies estão decididos a definir-se não pela riqueza (ou a rejeição da mesma), mas pela relação entre riqueza e sua própria criatividade. Em outras palavras, eles querem ser pagos por suas próprias ideias, em vez de executar a de uma outra pessoa”. ( Via Manual do Homem Moderno)

Já para a Revista  GQ,” não há novidade, porque, desde que o mundo é mundo, os ricos brincam de pobres querendo, no fundo, se manter ricos. E não há nada mais yuccie do que isso. (…) Em seu escritório, os funcionários têm à disposição videogames, cantina de comidas vegetarianas, cinema e estúdio para ensaiar com a banda. Mas, no fundo no fundo, essas regalias não prescindem do objetivo final: fazer dinheiro e bater metas. Um traço típico de outra geração perdida nos anos 80, os yuppies, young urban professionals, termo a partir do qual, aliás, foi cunhada a palavra yuccie. “Eles querem ser pagos por suas próprias ideias, ao invés de executá-las para outra pessoa”, define o Mashable. A Califórnia está para o yuccie como o Brooklyn está para o hipster.” 

Os Yuccies são como uma descendência cultural dos yuppies e descolados. “Estamos com a intenção de ser bem-sucedidos como yuppies e criativos como os Hipsters”. Segundo ele, o consumo acaba definindo essa nova comunidade. Só que ao invés de priorizar preço ou exclusividade, o importante mesmo é ter o que quer e consumir algo que contribua culturalmente ou intelectualmente. Assim, os Yuppies gostam de viajar para agregar conhecimento, tomam cerveja artesanal por privilegiar sabores mais complexos e gostam de se vestir bem, por ser uma geração muito mais apegada ao visual e ao imagético.

Para os Yuccies, a vida pode bem se resumir ao mundo virtual. Seu palco: internet. Seu público: os seguidores. Os aplausos que massageiam seu ego: curtidas e comentários no facebook ou instagram

No visual, os hipsters e os yuccies não diferem muito, já que as barbas, as boas roupas, as referências culturais nas tatuagens e estampas de camisas permanecem com força

Hipsters ouvem vinis antigos; yuccies, o Spotify. Hipsters andam de bike; yuccies, de Uber

 David Infante revela ainda que os Yuccies são nojentos. Porque ele afirma que a sua geração é mais privilegiada que as anteriores, nasceu cínica e egoísta pela ausência de dificuldades. Ela não precisa entrar em qualquer embate, pode se dar ao luxo de escolher suas batalhas.

Imagem de Grecin, marca líder em coloração masculina instantânea

Denise Pitta: Denise Pitta é digital influencer e empreendedora. Uma das primeiras blogueiras de moda do país, é idealizadora do Fashion Bubbles, e também CEO do portal que já recebeu mais de 110 milhões de visitas. Estilista, formada em Moda e Artes Plásticas, atuou em diversas confecções e teve marca própria de lingeries, a Lility. Começou o blog em Janeiro de 2006 e atualmente desenvolve pesquisas de Moda Simbólica, História e Identidade Brasileira na Moda e Inovação. Além de prestar consultoria em novos negócios para Internet. É apaixonada por filosofia, física quântica, psicanálise e política. Siga Denise no Instagram: @denisepitta e @fashionbubblesoficial
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