Recentemente, o cantor Adam Levine foi acusado de trair a esposa, a modelo Behati Prinsloo, que está grávida do terceiro filho do casal. O próprio Adam já admitiu, em outros momentos da sua vida, a prática de infidelidade.
Mas, afinal, por que traímos? E o que diz a psicologia sobre a infidelidade? Em seguida, a terapeuta Camila Custódio, colunista do Fashion Bubbles, fala mais sobre o assunto. Continue lendo!
O que é que significa infidelidade?
Adam entrou para o time de homens que são casados com mulheres muito bonitas (dentro do que chamamos de padrão de beleza) e que teve suas traições expostas. Do mesmo modo, isso aconteceu com Gerard Piqué, Jay-Z, Kevin Hart, Bruno Gagliasso e tantos outros famosos e anônimos.
Assim que histórias como essas vêm à tona, reacendem a polêmica da infidelidade: afinal, por que traímos?
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A monogamia é fruto do é uma construção social. E a gente sabe disso, mas continua super valorizando a fidelidade, tanto que esse é um dos maiores motivos de crises e rompimentos conjugais.
Historicamente, quando o casamento era um negócio financeiro, a infidelidade ameaçava a segurança financeira. Contudo, agora que o casamento é um acordo romântico, a infidelidade ameaça nossa segurança emocional. Afinal, depositamos no parceiro a expectativa de amar e ser amado, e a traição pode ser uma ameaça a essa segurança.
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Por trás da traição
Uma pesquisa com 1.727 membros do site de relacionamentos para casados, Ashley Madison, realizada entre 5 e 10 de agosto de 2021, revelou que, para a maioria dos adúlteros, a infidelidade conjugal é o último recurso. Isso depois que tentam resolver os conflitos conjugais por conta própria ou com ajuda profissional.
31% dos entrevistados disseram que assumem a liderança na correção do problema, sem nenhum esforço real de sua parceria, e mais da metade (52%) afirmaram que conversam sobre o problema em casal.
A maioria (65%) tem alguém em sua vida pessoal com quem podem ser completamente abertos e honestos —um confidente próximo a quem podem recorrer para obter conselhos ou ajuda.
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Quais são os tipos de infidelidade?
Existem muitas formas de trair o parceiro/a, mas o que é traição pra você? Virtual conta? Sexo pago? Flertar na academia? Troca de nudes? Presentear a outra pessoa? Traição emocional é pior que a sexual?
E será que os homens traem mais que as mulheres? Culturalmente, os homens carregam consigo uma pseudo permissão para trair, como justificativa aliás do seu próprio comportamento. E muitas mulheres entendem isso como uma verdade.
Só que essa percepção também está mudando e as mulheres já não estão mais tão tolerantes quanto a isso, da mesma forma que elas também traem ou propõem um relacionamento aberto para seus parceiros.
Existe também uma crença de que homens traem por tédio e medo de intimidade, enquanto as mulheres traem por solidão e por anseio de intimidade. mas será que isso condiz com a realidade hoje?
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Mulheres e traição
Muitas mulheres já revelaram que traem por desejo, curiosidade e, da mesma forma que os homens, também por necessidade de variar a relação sexual.
Outra pesquisa realizada pelo Gleeden, aplicativo de encontros discretos pensado por e para mulheres, construiu um ranking dos países mais infiéis, com base na concentração de usuários cadastrados em cada localização geográfica. O Brasil ficou em primeiro lugar como o país “mais infiel” da América Latina.
De acordo com Silvia Rubies, diretora de Comunicação e Marketing do Gleeden na Espanha e na América Latina, em apenas um ano e meio após a chegada do aplicativo no Brasil, o país se tornou o número 1 da América Latina em termos de assinantes.
Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop), 38% das mulheres já foram infiéis ao menos uma vez. Por outro lado, a pesquisa também atesta que a infidelidade por mulheres é vista como tabu.
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Por que traímos?
O fato é que as motivações para ser infiel são muitas, além de complexas demais para serem definidas como uma questão de caráter ou moral.
A infidelidade existe desde que o casamento foi inventado. E continua sendo um tabu para a sociedade porque ela segue acontecendo. Assim, relações monogâmicas têm sido cada vez mais questionadas, com a mesma intensidade que são desejadas.
Entretanto, o que chama a atenção é como os casais lidam com esse tema. Principalmente não falando sobre, não buscando ajuda especializada quando a infidelidade bate a sua porta, ou colocando a monogamia como a única via da relação, mesmo quando um dos dois já foi infiel ou é infiel.
Muitos fatores interferem para traição, como:
- Dificuldade na dinâmica da relação;
- Insatisfação;
- Curiosidade;
- Autoafirmação;
- Necessidade de continuar sendo desejado;
- As circunstâncias;
- As características de comportamento e as necessidades de apego e afeto de cada indivíduo.
A antropóloga Helen Fisher ressalta que a infidelidade é uma prática comum entre nós. Além disso, na maioria das vezes podemos cometer uma traição mesmo que estejamos completamente apaixonados pelo parceiro/a.
E isso ocorre porque amor e atração são duas realidades diferentes e, às vezes, o desejo pode nos fazer violar o compromisso construído com alguém.
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Conclusão
É consenso que uma traição é um evento traumático, que ela mexe com a autoestima, faz com que a pessoa se sinta mais insegura, questione sua realidade, suas crenças, seus valores e até mesmo sua própria identidade. Uma traição afeta a segurança emocional do indivíduo.
Contudo, precisamos lembrar também que a traição vem de diversas formas em um relacionamento e não somente sexual. Esta é somente uma das formas de magoar o parceiro/a.
Ela acontece também na negligência, na indiferença, na solidão a dois, na violência. Essas também são formas graves de traição e pouco se fala sobre elas.
O que o casal decidir fazer após uma traição é um acordo que diz respeito somente a quem vive essa relação. Ela pode ser uma ruptura ou uma forma de ressignificar essa mesma relação por meio de uma conversa honesta e mudar completamente a relação.
Ela trará dor quando houver amor, inevitavelmente. Mas também trará novas perspectivas, autoconhecimento e novas formas de amar o outro e, principalmente, a si mesmo/a.
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Sobre a colunista
Camila Custódio é idealizadora do Consultório Emocional – @consultorioemocional nas redes sociais. Camila é Assistente Social, Terapeuta de Família e Casal, Terapeuta Relacional Sistêmica, Psicanalista e Coach. Além disso, é Especialista em Gestão da Emoção e Consultora em Desenvolvimento Humano.
Escreve sobre saúde emocional, relacionamento e empoderamento feminino para sites, revistas e blogs. Atende pacientes online de todo o Brasil e do exterior.
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