Hoje, o consumidor além de ser muito mais bem informado, crítico e seletivo, ocupa um papel central na promoção da empresa e da marca. Redescobrimos a importância das redes sociais e da publicidade boca a boca. Mas agora na era dos bits e bites, é a vez da comunicação mouse to mouse em escala viral.
O comportamento do consumidor sofre o impacto das novas tecnologias e dos new media. Hoje nos relacionamos não mais com a pequena comunidade de pares, mas em tese, com o mundo através dos mais diversos canais: celular, sms, games interativos, internet, e-mail, messenger, podcasting, blogs e comunidades de relacionamento virtual. Canais mais visíveis, democráticos e colaborativos que nos permitem comunicar, relacionar e expressar o que pensamos e sentimos. Cada consumidor se torna um veículo de mídia poderosa e o que ele diz pode ganhar amplitude e popularidade.
Consumidores interagem mais e criam a comunicação, se tornando editores, críticos e experts, Djs e vídeo makers, gestores de comunidades, formadores de opinião e promotores de idéias, atitudes e marcas. (CGM – consumer generated media).
Entramos na era do consumidor 2.0, do cliente participativo e co-criador que quer se relacionar de forma mais autêntica com a marca e com os outros consumidores. Nós sabemos que os pontos de contato, comunicação e relacionamento se multiplicaram numa escala vertiginosa nos últimos anos e que as interações são muito mais freqüentes e diferentes do que eram. O consumidor é chamado a colaborar na criação do conteúdo do valor que a empresa e a marca irão lhe entregar. Ele faz a rede e é influenciado pelo que vê e lê na rede. Ele é parte central da cadeia produtiva de valor.
O que as empresas precisam fazer é conhecer se relacionar com estes consumidores, as marcas precisam ser pró-ativas, antecipar tendências e necessidades e criar valor surpreendendo estes consumidores. Necessário que se tenha agilidade e visão de mercado para saber construir e gerar relacionamentos com no mundo online, isto deve fazer parte de qualquer plano de comunicação hoje.
A grande ambição deste novo pensamento de marketing americano é saber como se pode gerar promotores de marca ou como fazer para que consumidores cada vez menos fiéis se transformem em advogados e promotores da marca.
Acho que outra tendência é de que os estudos que, até então, focavam nos fatores cognitivos e racionais de decisão de compra mudem seu foco e busquem entender a experiência da compra e enfatizar mais a experiência da posse, do consumo e pós-consumo dos consumidores modernos.
Estudar o impacto do descarte de produtos e repensar a lógica da cadeia de consumo dos produtos. Pensar soluções inovadoras para o reaproveitamento, reciclagem e descarte responsável – consumo ético e responsável.
Por Sérgio Lage
(Sérgio Lage é mestre em Sociologia e Publicidade e Marketing pela USP.
Professor Universitário nas áreas de Antropologia do Consumo e Cultura Material, Tendências, Comportamento e Consumo, Posicionamento Estrátégico de Marca e Consumidores. Sérgio tem ainda uma consultoria na área de Comportamento e Tendências chamada What´Z´on – estudos e idéias. Nas horas vagas, adora escrever textos e crônicas sobre a vida moderna nos blogs Alto Valor Agregado e Vidas no Singular. E-mail: sergiolagesp@gmail.com .)