Do latim modus, que significa “modo”, “maneira”, a moda é remetida muitas vezes pela sociedade a um produto concreto do capitalismo, no qual a futilidade e a efemeridade são seus principais pilares de ostentação.
O que muitas pessoas não sabem é que a moda influencia a economia, sociedade e cultura e, em uma relação recíproca, também é movida e caracterizada por estes fatores. A preocupação com a imagem está presente desde os primórdios da humanidade, já que está inteiramente relacionada à essência do homem e às relações sociais e físicas.
Nossa organização social, bem como o advento da indústria da moda, estimulou uma comunicação extremamente pautada na percepção visual, que nestes dias é amplamente divulgada pelos meios de comunicação e influi de forma poderosa nas interações sociais. Em um mundo que propaga um ritmo de vida tão acelerado e com tantos estímulos, o desejo de garantir atenção e auto-estima leva muitos indivíduos a buscar meios de alçar maior visibilidade e status.
Nesse contexto, surge uma indústria – a da moda – que promete manifestar visualmente a cultura popular, tornando acessíveis diversas formas de ser e pensar por meio de vestimentas. No entanto, esse mercado também se preocupa em divulgar tendências, constituir padrões, convergir gostos e comportamentos. Além disso, a moda apresenta um caráter autodestrutivo para manter-se viva. As tendências de cada período histórico se misturam formando a moda que conhecemos hoje, que tanto estima as inovações e paradoxos da contemporaneidade.
“Tal é a grandeza da moda, que remete sempre mais o indivíduo para si mesmo; tal é a miséria da moda que nos torna cada vez mais problemática para nós mesmos e para os outros.” – Gilles Lipovetsky, O Império do Efêmero
Uma das maiores dificuldades encontradas é fazer com que as pessoas encarem a moda como uma indústria. Indústria essa que gera empregos, circula capital e tem altas cotações no mercado. Todos nós já ouvimos falar de alguma grande empresa de moda como Louis Vuitton, Chanel, Victor Hugo, mas ainda assim de forma fútil e supérflua.
Foto: Parisien Salon
O impacto da economia global também pode ser percebido na moda da seguinte forma: quando em tempos de crise econômica as indústrias têxteis produzem tecidos de baixo custo, roupas de fácil combinação e com menos aviamentos, porém, mesmo em horas de dificuldade, esse setor continua sendo um grande impulsionador monetário pelo fato de que seus artigos são considerados necessários ou objetos de desejo.
Os elementos da moda – roupas, acessórios, entre outros – conseguem caracterizar um indivíduo, criando uma imagem positiva ou negativa. A comunicação interpessoal ocorre a partir de uma linguagem visual, que por vezes não transmite a mensagem desejada.
O primeiro passo é desconstruir a ideia da moda inconsciente e entender que o que vestimos pode constituir mais do que meros pedaços de pano. A moda consciente veste sentimentos, personalidade e emoções, e isso é impossível de ser padronizado.
O consultor de moda e estilo parte do preceito de que não existe fórmula pronta para se vestir bem e ajuda o cliente a se vestir considerando seu tipo físico e ao mesmo tempo expressando sua história de vida, estado de espírito e personalidade. Isso promove o autoconhecimento e gera bem-estar, formando consumidores críticos e independentes.
O ramo da moda vem crescendo cada vez mais e abrindo novas oportunidades e com isso o trabalho do consultor vem conquistando reconhecimento, já que o mercado fashion está demandando muitos profissionais. Isso se dá devido à conscientização e preocupação das pessoas em apresentar uma imagem condizente e harmônica tanto em seu mercado de trabalho, quanto em sua vida pessoal.
Os profissionais do ramo de moda, em especial os qualificados em consultoria, têm atuado como freelancers (autônomos) desenvolvendo trabalhos com pessoas físicas e jurídicas. Para os que sonham mais alto, há também a possibilidade de atuar em programas de televisão como os realities shows.
Foto: First News
Texto desenvolvido pelos alunos da escola SESC de Ensino Médio do Rio de Janeiro que realizaram o curso de qualificação em consultoria de moda e estilo do Senac Rio em 2011. Enviado por Simone Peres Cruz.
Foto de abertura: Diva Darling