Bubbles in the City – SPFW? Saiba qual é o seu lugar.


Cena 1: no corredor da firrrrma. Um moço vem perguntar se uma amiga conseguiria uns “ingressos” pra São Paulo Fashion Week. Objetivo: convidar a “ex” para impressioná-la porque, afinal, ele está tentando reatar o namoro. (Detalhe: já avisei ao moço que ingresso a gente compra – pra show, teatro, cinema, pro circo. Pra ir à SPFW, é preciso c-o-n-v-i-t-e.)

Cena 2: almoço no restaurante da firrrma. Uma amiga diz que vai ao evento e tem convites (não ingressos) sobrando. A outra amiga diz “vamos tirar par ou ímpar pra ver quem vai com ela”.

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Não sei que tipo de histeria toma conta das pessoas, mas todas querem muuuito ir à SPFW. Fazer o que lá, caras pálidas? A maioria nada tem a ver com a indústria da moda – tirando o fato de comprarem roupa, afinal, num dá pra andar pelado por aí, certo?

Ok. É um evento badalado, tem um monte de “celebridades”, os desfiles são bacanas. Mas não precisa se estapear por um convite, gente!

Se você não é mega cliente de nenhuma das marcas; não é compradora (ou seja, não tem multimarca ou franquia de loja alguma em lugar nenhum do planeta ); não é jornalista de moda/comportamento; não estuda moda… Não p-r-e-c-i-s-a. Vai xeretar o quê lá? Nada, né! O que você quer é dar pinta, “freqüentar”, pegar o briiinde, ver ex-BBB, contar pros outros no dia seguinte? Ah, me poupe!

Já fui muitas vezes ao evento. Pra escrever matérias, entrevistar pessoas. Hoje, apesar de trabalhar no mercado de beleza, não tenho muito que fazer por aquelas bandas. Aliás, não tenho nada. E só em pensar na fila pra estacionar o carro, na muvuca de gente sem noção, no povinho fazendo “carão”, querendo ser “in”… Ai, que preguiça!

Não se preocupe: a informação vai chegar até você. O GNT Fashion vai exibir os desfiles milhões de vezes, alguns até ao vivo. Todas as revistas femininas vão mostrar os principais looks nas próximas edições. Centenas de sites estão dando o evento praticamente em tempo real.

Cada macaco no seu galho. Vamos deixar a indústria da moda acontecer. Deixa a galera trabalhar em paz, vai! Os seguranças, sem precisar barrar os inconvenientes. O pessoal da organização, sem ser obrigado a encarar situações desagradáveis. Os convidados – de verdade e muito bem-vindos – tomarem seus lugares sem estresse. Os jornalistas. Os fotógrafos. Os cinegrafistas. Os manobristas. As faxineiras. Os maquiadores. Os modelos. Os estilistas. Os estudiosos de moda. Deixa o pessoal fazer o trabalho deles direitinho.

Ponha-se no seu lugar, oras bolas! Em pouquíssimos meses, tudo vai estar nas vitrines. E você vai, sim, poder comprar e usar – não tudo, né, “fashion victim”!? Basta uma ou outra coisinha que valha a pena. Pra renovar o guarda-roupa, ganhar ares de “up-to-date”, se sentir lindo e irresistível.

Mas, por favor, não pague mico. Não meta o bedelho onde não é chamado, como diz o sábio ditado popular. Porque isso é feio (pra não dizer humilhante). E não precisa.

Pra passear, ver, ser visto, dar pinta, fazer “carão”, seja inteligente e verdadeiramente bacana: saiba exatamente qual é o seu lugar.

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