Bubbles in the City – Quadrilha (das loucas)

Eu adoooro ir ao mercado. Mas mercado pequeno, no máximo médio. Odeio os grandes. Por dois motivos simples:

(1) são muito grandes. É muito corredor e todos looongos. Quando estou numa seção “x”, fico parada olhando, olhando, olhando… Pra ter certeza de que eu não esqueci de pegar nada, se não, pra voltar depois, serão quilôôômetros de caminhada empurrando aquele carrinho saculejento, com as rodas tortas que te levam pro lado que você não quer. E, sei lá, esses hiper-mega-enormes são muito impessoais. (hã?)

(2) tem muita fila e pessoas estranhas. Repare: é sempre a mulher, o marido e o trio-calafrio, os filhos, claro – um é endiabrado, outro é chorão e o outro é um bebezinho gorducho e remelento. Antes, os casais tinham cinqüenta mil filhos pra garantir mão-de-obra na fazenda. Hoje, o povo tem três filhos pra cada um empurrar um carrinho de supermercado???? Sim, porque as compras são sempre imensas, né? Até passar tudo no caixa, 40 minutos de fila – no mínimo. E, ai, num sei, é sempre um povo meio mal educado, do tipo que rouba a sua vaga no estacionamento, anda arrastando o chinelo, abre um saco de salgadinho fedorento e mete o mãozão sujo dentro – depois limpa na roupa, claro. Que meda.

Mas, então, como eu ia dizendo… Eu gosto tanto de mercado que quando estou em outro país é um dos lugares que eu a-m-o “visitar”. Fico horas vendo que tipo de produto as pessoas compram pro dia-a-dia, o que a “indústria” tem pra oferecer… Gosto especialmente das seções de perfumaria (xampus, hidratantes, creme dental), iogurte (adoro quando tem de baunilha e compro um monte) e chocolates (aproveito pra comprar de presente). Ah! E eu piro na seção de águas. Aaaaaaaaamo garrafinhas de água!!!

E, aí, enquanto eu escrevia esse texto, de “ode ao mercado”, comecei a ficar com medo de mim messs e achar que essa história de “amar garrafinhas de água” é um pouco demais… Achei que era caso de internação e falei com três amigas no “Messenger”.

Duas delas compartilham da minha “tara” por mercados. Uma tem atração por “queijinhos, temperos da China e bolachas Belgas”. A outra adora garrafinhas azuis de água, mas se diverte mesmo é na seção de produtos de limpeza: “tudo colorido, parece um arco-íris, psicodélico”. (hã????) E consegue ir mais longe: considera nossa mania de mercado algo, assim, superior: “é arte”. (uuuuáti?)

A terceira – pasme – tem uma paixão sublime por farmácias: “fico louca, quero levar todas as novidades”. (humm… tipo… a coleção outono-inverno 2008 dos antigripais?)

Aí lembrei do Drummond. E, já estamos em julho, tempo de festa julina, resolvi montar a minha “Quadrilha” – das loucas. “Isa que ama mercados e tem mania de limpeza que na faculdade de jornalismo conheceu a Mila que também ama mercados e garrafinhas de água que foi trabalhar na firrrma e lá contratou a Lu que hoje mora no Canadá e também ama mercados e conheceu a Bia que adora farmácia que nem o pai – que não tinha entrado na história.”

Serviço:
Leia Carlos Drummond de Andrade. Pela primeira vez, de novo e sempre. Nem vou indicar um livro. Leia qualquer “coisa” dele. Nem que seja uma frase. Pelo amooooor de Deus. Se você não gostar de nada… Humm… É que no caminho tinha uma pedra?

Verdade – poesia Carlos Drummond de Andrade:

Quadrilha – Carlos Drummond de Andrade

Para Sempre – Carlos Drummond de Andrade

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