Bubbles in the City – A última que morre

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Geeente! Este é o 15º texto da coluna Bubbles in the City! Sou, assim, uma debutante!

Quando a gente tem 15 anos, o futuro todo está pela frente, né? Mas a gente nem se preocupa muito porque, aos 15, a gente tem coisa mais séria pra resolver. No meu caso: o cabelo (sempre num “bad hair day”); passar de ano; não morrer de cólica (menstrual, claro) e casar com o Jon Bon Jovi.

Meu sonho de consumo era ir pra Disney e voltar cheia de moletons. Mochila Side Walk, botinha London Fog ou tênis New Balance com um “N’ enorme e brilhante, “twin set” M.Officer, calça jeans Zoomp, “frufru” de prender o cabelo da Pakalolo, agenda da Mercearia – esses eram os “must have”. E, que loucura, o sutiã vinha com ombreira! Afffeee.

Dormir na casa da amiga era quase que um ato de independência. O quarto ficava uma zona, cheio de colchão, travesseiro e edredom. E a gente ficava conversando sobre um milhão de coisas. Ninguém queria dormir. Porque ali era o melhor lugar do mundo: no quarto, zona, colchão, travesseiro, edredom. E as melhores amigas de todos os tempos.

E não existia Internet, né? Pra descolar músicas de graça, gravava tudo das rádios. Ficava hooooras esperando a música tocar, com a fita no “pause”. Quando tocava, apertava “rec” o mais rapidamente possível. E a gravação ficava sempre uma merda. Com a voz do locutor junto ou parte da vinheta da rádio. Éramos órfãs de seriados e alugávamos “fitas” – em VHS – loucamente.

Eita, 15 anos! Tempo “bão”… Fim do mundo era acordar com uma espinha no meio da testa e não ter Minancora em casa. O futuro? Ser “adulta”.

Hoje, com 2 vezes 15 mais 2, o futuro chegou – sou, afinal, adulta. Mas acho que fiquei mais sabida. Se acordo num “bad hair day”, depois de cinco minutos de desespero, coloco as madeixas rebeldes em seu devido lugar – presas, num rabão de cavalo. Comemoro cada Reveillón e, da melhor forma possível, passo de ano. Tem mês que a cólica vem, mas já sei que não vou morrer disso. E descobri que não quero casar, nem com o Jon Bon Jovi.

Vez ou outra, preciso voltar no tempo. Ter simplesmente 15. Pra me dar conta de que se o futuro finalmente chegou, preciso, então, ser feliz. Urgentemente.

Quando a “regressão” dá certo, me sinto, assim, uma debutante. Com coisas bem mais sérias pra resolver, é verdade. Mas com o futuro todo pela frente.

Se isso tem nome, deve ser esperança. Dizem que ela é a última que morre. Ainda bem…

Por Mila Brito

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