A socióloga Virginia Postrel defende que qualquer objeto de consumo pode ser hoje uma experiência estética
MARCOS FLAMÍNIO PERES
EDITOR DO MAIS!
Depois da “era da produção em massa”, inaugurada pela Ford no início do século 20, da “era da conveniência”, criada pelo McDonald”s nos anos 1970, o homem vive agora a “era do design”, em que virtualmente tudo pode e deve ser apreendido como experiência estética.
Isso inclui carros, prédios, roupas, móveis, lojas e até escovas de dentes e luminárias.
Essa é a tese defendida pela socióloga e jornalista norte-americana Virginia Postrel em “The Substance of Style” [A Substância do Estilo, HarperCollins, 272 págs., US$ 13,95, R$ 27].
Para ela, o ícone dessa nova fase da relação com o consumo é representado pela rede de cafeterias americana Starbucks.
Cores sedutoras, música ambiente soft, aroma de café borrifado no interior das lojas fizeram do ato de tomar uma simples xícara de café -não importa se bom ou ruim- uma experiência “multissensorial”, diz.
Postrel afirma que esse conceito tem sido imitado à exaustão por shoppings, hotéis, bibliotecas, lojas e até serviços religiosos.
Leitora do empirista escocês David Hume (leia texto nesta pág.), Postrel vê a era do design como uma exacerbada “extensão do individualismo liberal”.
A partir dessa premissa, rebate o conceito de “indústria cultural” formulado por Theodor Adorno (leia texto nesta pág.), o qual seria incapaz de dar conta da relação complexa que o homem contemporâneo estabeleceu com os bens de consumo.
Na entrevista abaixo concedida à Folha, ela aponta que o grande erro do filósofo alemão foi ver os processos do mercado como “muito mais estáticos, homogêneos e racionais do que realmente eram”.
Leia o artigo completo e a entrevista na Folha de São Paulo (assinantes).
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