Grandes marcas abriram os olhos para algo que todo mundo já sabia. Cada pessoa quer ser exclusiva, diferente, única. Quem quer chegar numa festa e se deparar com outra mulher com um vestido igual? Não é a necessidade de cobrir-se que esta em jogo, mas sim de se afirmar, de se exibir, vestimos o ego que temos por dentro.
Até recentemente só algumas pessoas com aptidão para corte e costura, customizavam ou faziam a própria roupa. Nos últimos dois anos, a customização se popularizou e se expandiu para todas as áreas atingindo todas as idades e grupos sociais. O conceito de peça única e exclusiva está presente tanto em produtos luxuosos como carros e apartamentos sob medida, como em produtos do dia a dia, bolsas, camisetas, biquínis, chinelos, tênis e tudo que a imaginação mandar.
A customização é uma solução de novos serviços, onde o consumidor se torna o “criador”. O produto final se torna o mais especial do mundo, afinal foi desenvolvido pelo próprio o cliente. Alguns têm extremo bom gosto, outros nem tanto, mas como a individualização é o que importa, não existem limites para a criatividade.
Quem pensa que customização só se faz com apliques, costuras decorativas, pedrarias, e pinturas, esta desatualizada. Já é possível customizar o produto ainda durante a linha de produção. Um tênis Nike sai da fábrica customizado com os detalhes que o cliente escolheu. Através de um sistema de computador, o cliente pode personalizar o próprio tênis. O que abre espaço para os homens mostrarem seu lado criativo e individualista também.
Nos EUA a febre é tanta, que as pessoas podem estampar cadernos, canecos, calendários, camisetas, padmouse, cartão de natal, bolsas e roupas de marcas famosas. Algumas empresas estão faturando alto oferecendo a possibilidade de silkar a camiseta com o desenho que o cliente criar, por um custo muito baixo. Também é possível comprar impressoras para tecidos e silkscreen ou máquina de transfer para fazer a própria customização em casa.
O negócio é tão sério que a marca POLO RALPH LAUREN entrou na brincadeira, dentro da loja da PRL em Hamptons, reduto milionário de NY, os clientes podem escolher entre patches, monogramas e letras aerografadas para customizar as polos ou podem ir direto ao site. O modelo final será enviado direto para a residência do cliente.
A marca de jeans MUDD abraçou a proposta e lançou modelos para o público juvenil com diversos patchs dentro de um saquinho com instruções de como aplicar.
A LEVIS também não ficou atrás e veio com a proposta de calças jeans colecionáveis, em 6 diferentes lavagens, com botões e rebites de strass em 6 diferentes cores, cada uma traz um significado positivo. Outro modelo da LEVIS também voltado para os adolescentes, traz 3 canetas a base de água, em cores diferentes. Os adolescentes podem desenhar o que quiserem na calça, depois é só usar, lavar e fazer outro desenho temporário.
A regra do momento poderia ser definida como: Desorganize, misture, reinvente tudo, você pode ser o criador*. A palavra pra descrever o que esta acontecendo no mundo poderia ser Interferência**. * **. Acabei de criar essa definição!
Se as empresas estavam condicionadas a fornecer produtos a custos razoáveis baseados na produção em massa de um mesmo modelo, agora terão que se adaptar a idéia de que o cliente quer interferir no resultado final do que esta comprando. Não se pode entregar tudo pronto como antigamente. A estratégia é deixar que o cliente personalize o produto “imprimindo” seu caráter pessoal.
Nunca antes a produção em massa foi tão personalizada e individualizada, todos querem usar o próprio rosto ou o próprio nome como estampa. É como se finalmente pudéssemos expressar quem realmente somos por dentro.
Sueli S. é consultora de moda, personal shopper e faz tours personalizados em Nova York
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