Paulo Autran é para sempre um deus que dormiu lá em casa. E ele foi muitos outros personagens. Deu-nos tantos outros personagens, tantas dores e tanto riso. Nós o vimos representar e através da piedade e do medo sua representação nos purificou.
Quando descia a cortina no final do espetáculo estávamos com emoções purgadas porque ele havia dito durante duas horas que ele era quem ele não era. E encarnando alguém que podia ser um de nós na platéia, nos fazia vivenciar aquilo que temíamos ou queríamos para nós.
Os gregos chamavam o ator de hipócrita, aquele que responde como se fosse realmente personagem imaginada pelo autor. O ator nos libera porque diz o que tememos. Na personagem da tragédia ele é um ser superior àquilo que são os homens. Sem culpa ele perde a medida e os deuses o castigam primeiro com a loucura e depois – em geral – com a morte.
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