Desvende os segredos de Shangai, a cidade mais rica da China


Old Town – Shangai

A China já se firmou como a nova super-potência econômica do planeta e de cada três pessoas, uma é chinesa , portanto está mais do que na hora de você saber mais sobre a cidade mais rica e cosmopolita dessa grande nação.

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Shanghai não é tão antiga quanto Beijing ou Xian,  mas está Anos-Luz à frente de suas irmãs mais velhas em termos de atrações ligadas à vida urbana moderna, gastronomia e comércio. Desde a primeira metade do Século 19 foi instalada ali, ao lado da pequena cidade murada original, uma Concessão Internacional , ocupada em partes iguais pela Inglaterra, França e Estados Unidos.  Esse núcleo de comércio livre com o mundo floresceu e deu origem à Shanghai mítica dos anos 30, a Paris do Extremo-Oriente, capital de todos os prazeres mundanos, que alimentou o cinema com dezenas de filmes “noir” rodados em seus cabarés e clubes de jogo.

Foi nesse período pré-guerra e pré-invasão pelo Japão que Shanghai viu serem construídas as pérolas de arquitetura que fazem a delícia de seus visitantes hoje em dia. Apesar de ter sido o palco da primeira reunião do embrionário Partido Comunista, ela foi deixada de lado pelos revolucionários de Mao Tsé-Tung, considerada como uma prova da decadência moral do Ocidente. Essa foi sua sorte. Ao contrário de Beijing, que teve a maior parte de seu patrimônio incendiado, Shanghai guardou em silêncio suas mansões Tudor inglesas, seus prédios públicos neoclássicos e Art-Nouveau e seus edifícios americanos idênticos aos que subiam em Chicago na mesma época. São esses prédios, hoje restaurados e repaginados em hotéis, boutiques e restaurantes de classe internacional que fazem o charme irresistível da vitrine da nova China.

A cidade hoje se espalha pelas duas margens do rio Huangpu. De um lado Pudong, a cidade nova dos arranha-céus gigantes, que é impressionante de se ver, mas você realmente quer ficar hospedado na outra margem, na cidade velha, onde se concentram o comércio, os hotéis que realmente interessam e todas as atrações culturais como o Museu, a Ópera, os jardins Ming e a Concessão Francesa, que sozinha já justifica a visita à cidade.

Concessão Francesa:

Em um bairro lindamente arborizado, ruas e mais ruas de um comércio moderno e sedutor, que mistura marcas ocidentais, produtos chineses como chá e porcelanas, hotéis cinco estrelas e uma galáxia de restaurantes, muitos dos quais instalados em mansões de famílias européias construídas no começo do século 20. Flane pelas ruas vendo fachadas pouquíssimo alteradas e jardins antes particulares e que agora abrigam mesas de bares em sua sombra. A Rua Huaihai atravessa todo o bairro e é nela e em suas travessas que você deve passar o maior tempo de sua estadia na cidade. Almoce num restaurante vietnamita no centro comercial de Xintiandi, numa antiga vila de casas restauradas, olhe as revoadas de pessoas bonitas e interessantes à sua volta e comece a pensar que deveria ter vindo à Shanghai antes.

Bairro chinês tradicional:


Tea House – Shangai

Perto do bairro francês, começando na Fangbang Road, fica o comércio de produtos mais locais, de doces e móveis a sedas e artesanatos de todos os tipos. Essa área pontilhada de templos budistas e taoístas em plena atividade, tem a arquitetura mais fotogênica de Shanghai, com aqueles telhados curvos e janelas de treliça de madeira que esperamos ver na China. A regra aqui é se perder pelas infinitas lojinhas, se embriagando de sons e sabores que encantam os ocidentais desde o tempo de Marco Polo. Compre seus souvenires aqui, mas ofereça sempre um terço do preço que te pedirem, é de praxe.

Em algum momento você vai passar por uma curiosa construção no meio de um pequeno lago, onde só se pode chegar por uma ponte em zig-zag. É a casa de chá mais antiga da cidade e a ponte a protege dos maus espíritos, que só se movem em linhas retas. Ali em frente fica o jardim de Yuyuan, antigo jardim privado de um rico comerciante e hoje um oásis de verde e terraços sombreados em torno de seus lagos cheios de carpas coloridas. Num dos pavilhões do jardim fica um dos melhores antiquários da cidade. Imperdível.

The Bund:


Esse é o nome dado pelos ingleses à avenida beira-rio, antigo limite físico da cidade. Ali estão antigas sedes de bancos e empresas de navegação, em sólidos edifícios ingleses de pedra e tijolos que parecem saídos de uma esquina qualquer da City, em Londres. Hoje esses bancos dividem espaço com hotéis, como o Peace-Fairmount, restaurantes estrelados e clubes noturnos disputados pela nova elite chinesa e a crescente população de expatriados que vem trabalhar em Shanghai. À noite o terraço ao lado do rio vira uma passarela povoada de turistas que vem ver a incrível iluminação de todas as fachadas históricas. Se não ficar hospedado aqui, venha à noite tirar fotos, pois este é o cartão-postal da cidade.

Nanjing Road:


Principal artéria comercial da cidade, ela começa no Bund e segue por quilômetros, sempre lotada, dia e noite, num movimento atordoante de shopping-centers ocidentalizados ao lado de lojas de produtos locais, restaurantes de todas as regiões da China e farmácias de ervas da tradicional medicina chinesa. Andar por ali, a qualquer hora, é uma experiência única, pois onde mais se pode ver num mesmo quarteirão senhoras fazendo Tai-chi com leques, jovens de cabelos azuis dançando ao som de Lady Gaga, vendedores ambulantes da Mongólia oferecendo bordados feitos à mão e turistas europeus, zonzos de Jet-lag , comendo chocolates japoneses e tomando refrigerantes coreanos?

Lógico que a China tem muito mais atrações que merecem ser visitadas, como a cidade-proibida e a Grande Muralha, em Beijing, ou os guerreiros de terracota, em Xian, mas a verdade é que vai ser a Shanghai que você já vai ter vontade de voltar antes mesmo de ir embora.

Por Eduardo Lourenço

Eduardo Lou: Existencialista inveterado, publicitário por formação e sinófilo por opção.

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