Não mais que de repente, a moda está sendo invadida por bolsas douradas de indefinível leveza, que repetem o mesmo brilho dos brincos, braceletes, colares e outros acessórios feitos dos fios de ouro do capim que cresce a beira d’agua nos cerrados brasileiros, e foi pela primeira vez transformado em jóia vegetal pelas artesãs do povoado de Mumbuca, no deserto do Jalapão TO.
Um acessório de ouro, sem a frieza, a dureza e o peso do metal: um pingente, um brinco de capim dourado compartilham conosco o milagre da vida.
Em Sao Desidério, oeste da Bahia, o Sebrae de Barreiras está estimulando as artesãs da Ilha do Vito a aperfeicoarem as suas técnicas de urdir as jóias de capim dourado. Em Dianópolis TO, a Noelia Costa e outras artistas criam uma variedade cada vez maior de peças desse artesanato, e tambem em Barreiras BA a Clelia Rocha esta fazendo o mesmo, em que pese uma hippie haver discutido comigo no retorno das praias de Itacaré BA, pois para ela somente no Jalapão existe o genuíno capim dourado. No máximo pode haver em Formosa do Rio Preto BA, que é vizinha àquele deserto cortado de águas por todos os lados. Nos outros lugares do cerrado brasileiro, o que existe é um generico, nunca o verdadeiro e autêtico capim dourado! Para ela, há diferenças de texturas, provou isso por a+b, mostrando pecas de origens diversas que trazia em seu mostruário, junto às verdadeiras jóias do artesanato hippie.
Por Ignez Pitta, historiadora e mãe oficial do blog.