A polêmica sobre o uso de peles de animais
Na nova coleção, a empresa brasileira de calçados Arezzo utilizou em suas criações peles de coelhos e raposas. Quase que imediatamente, o público de uma…
Na nova coleção, a empresa brasileira de calçados Arezzo utilizou em suas criações peles de coelhos e raposas. Quase que imediatamente, o público de uma forma geral protestou contra a utilização deste componente nos produtos.
Preocupada com toda a repercussão do caso, a Arezzo prometeu recolher de suas lojas as peças com pele de raposa e assim arcar com as responsabilidades ambientais que o público incessavelmente insistiu que a marca não tem.
O fato é que temos dois lados da história.
É esperado que a Arezzo seja uma empresa brasileira responsável e que adquiriu todas estas peles de empresas que possuem certificados emitidos por órgãos reguladores de suma seriedade. Infelizmente, sabe-se de empresas que não são tão serias assim.
Por outro lado, é de direito de todos protestar contra algo que não se acredita ou concorda.
Coleção da Chanel feita de peles falsas. Foto: Daily Mail
Desde os primórdios da civilização as peles são utilizadas para a sobrevivência da espécie humana. Na verdade, todo o insumo dos animais era utilizado para esta sobrevivência – carne, ossos, tudo era utilizado. Com o decorrer da evolução da humanidade, o uso da pele virou um símbolo de luxo e requinte.
Hoje, milhares de anos depois, os hábitos não mudaram. Ainda se abatem animais para subsistência do ser humano: vaca/boi, javali, avestruz, coelho, cobra, cabra, cervo, peixes e tantos outros animais que são utilizados em sua totalidade. Por exemplo, boi/vaca: 99% do animal é utilizado – carne, órgãos, ossos, carcaças, tutano, pele etc.
Estamos em 2011 e não em 1000 a.C.. Salvo os casos dos esquimós isolados e das comunidades longínquas da Ásia que realmente necessitam de pele para sobrevivência, o uso de pele de animais em extinção/silvestres/raros/não usuais é desnecessário e desumano. Se a população em geral se utilizasse de carne de raposa, uma coisa acaba justificando a outra.
Foto: Alaska in Pictures
Alguns anos atrás, a Chanel lançou uma bolsa de couro de jacaré albino. Albino! Jacaré AL-BI-NO! Coloca o animal em um zoológico para ser apreciado e procriado… não carregue-o a tira colo.
E os camelos? Lagartos? Raposas? Mink? Arraia? Tubarão? Chinchila?
Os profissionais de moda que ainda incentivam o uso de peles são retrógrados. É uma das piores tradições perpetuadas em sociedades que ainda se acham educadas, humanas e civilizadas.
Apoiar o uso de pele é dizer não à tecnologia e às empresas que desenvolvem produtos voltados única e exclusivamente para o setor de moda. Ou seja, é dizer não para o aprimoramento da moda, ao futuro e a humanidade.
Foto: ADA
Por Fábio Lemes-Coimbra, que não não é vegetariano, come carnes em geral quando tem muita vontade, tem bolsas e sapatos 100% de couro bovino, tênis de couro de tilápia e jaquetas de pele 100% falsa.
Foto de abertura: Fashionising
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