Algumas palavras entram na “moda” e mobilidade é uma delas, antes de mobilidade já foi transporte e também circulação. A palavra cai em desuso porque com a mudança tecnológica precisa também se travestir com outro significado.
Vamos olhar para trás: há 100, 150 anos a pessoa ia viver e se relacionar com pessoas que morassem próximas a ela: um quarteirão, dois no máximo. Tudo precisava acontecer ali por perto, afinal, não havia facilidade para se aventurar longe. Uma “grande” viagem, aos simples mortais, era uma viagem de até 30 km. Mas quando um americano chamado Henry Ford em 1908 acabou dando um start na produção em série do seu famoso Ford modelo T, tudo mudou. Ele revolucionou a produção em massa, diminuiu os valores dos veículos e o objeto de desejo passou a ser um item que entrava para o radar das famílias. Dá para imaginar a mudança na rotina das pessoas e das cidades a partir disso? As notícias circularam mais rápido, as pessoas podiam ir mais longe… O mundo literalmente deu uma volta.
Hoje a mobilidade, e não mais o transporte, tomou outros ares, se pensa em locomoção sem emissão de poluentes, em velocidade com segurança, conforto aliado a reciclagem, compartilhamento com ideia de socialização e muitos etcéteras mais.
Vamos olhar para a atualidade: a internet, os smartphones, os aplicativos estão acelerando as idas e vindas sem precisar, muitas vezes, de nos locomovermos fisicamente. É o caso de tarefas bancárias, pedido de comida, compras virtuais… Tudo já está tão bem assimilado em nossas rotinas que nem percebemos que antes de tudo isso precisaríamos dispor de horas (muitas e muitas horas) numa fila para assistir àquele show. Nem precisamos mais tirar um par ou ímpar para decidir quem vai buscar a pizza – ela simplesmente chega até nós. O cartão de crédito é enviado para nossa residência. O resultado do seu exame médico pode ser impresso em sua casa ou escritório. E é um sucesso, o garimpo na rede para se encontrar um crush (ou paquera, como era denominado antigamente)… Tudo isso é mobilidade. Sem falar nas muitas outras formas de locomoção a disposição nos dias de hoje.
Nossa realidade está cada vez mais móvel, tudo se movimenta com bastante velocidade e engloba o mundo inteiro através da tecnologia, tornando este fenômeno umas principais macrotendências da atualidade
Agora vamos olhar para a frente: a discussão é o comportamento dos novos consumidores. A ficção científica dos filmes hollywoodianos apontava para carros voadores, mas isso não rolou. A proposta portanto é automação dos veículos. Há estudos para automóveis que não serão pilotados, basta digitar (ou ditar) o endereço e o carro sozinho define o trajeto e faz o trabalho. E o prazer de dirigir? Num mundo tão conectado é possível que aquelas horas estressantes que você passa parado no trânsito, vá ser aproveitada de outra forma. Além disso há uma tendência que aponta que o carro não vai mais ser de sua propriedade, e sim, compartilhado.
Os fabricantes estão de olho nisso e até apostando numa outra forma de fazer o negócio girar. Quem sabe não serão as próprias fábricas, as donas das frotas que serão compartilhadas nas cidades? Eu ainda adoro ter as minhas músicas baixadas no HD, mas meus sobrinhos que vieram bem depois de mim ouvem direto de uma playlist online. O compartilhamento parece ser uma das soluções para o mundo sustentável, além de permitir que você use seu dinheiro para viver experiências (viagens, arte, gastronomia…), ao contrário de ficar pagando por anos um financiamento, você poderá viver mais do que sonhar com as experiências possíveis.
Corta pra mim e vamos voltar aos dias de hoje. Para os carros há uma tabela de autonomia que vai de 0 a 5, sendo o zero nenhuma autonomia e 5 autonomia absoluta. A Ford, por exemplo, investe no 4 que significa que você continuará dirigindo o veículo, mas ele vai contar cada vez mais com assistência tecnológica. É claro que a questão mobilidade não está relacionado com mais carros nas ruas, temos que considerar outras formas de nos locomover, sejam bikes, skate, transportes alternativos de massa… E passa, entre outras, coisas também pelo versatilidade dos novos veículos. Neste momento a bola está entre a tecnologia aplicada a estes objetos tão conhecidos e adorados pelas pessoas, seus carros.
Na “Virada da Mobilidade” realizada em São Paulo entre os dias 17 e 23 de setembro, Ford também nos mostrou o novo Fusion Hybrid. A promessa é que o veículo venha a emitir 60% menos co2 na atmosfera. O consumo deve ser bem baixo já que com a velocidade até 100km/h ele funciona no modo elétrico, que recompõe as baterias enquanto anda com o motor convencional e também com as frenadas.
A tendência é justamente o combo: tecnologia, menos poluição e desperdício de energia, com muita automoção e conectividade.
E que venha o futuro da mobilidade!
Por Vinícius Moura
A Ford tem planos de iniciar a produção em série de veículos autônomos já em 2021. Via Tecmundo