“Vamos tirar o mercado do armário!” – Expo Business LGBT


By Sampa Gay

Com o slogan “Vamos tirar o mercado do armário!”, o primeiro Expo Business LGBT do Mercosul será sediado na cidade de São Paulo, em julho de 2011. Trata-se de uma feira de negócios que pretende reunir empresas com foco direto ou indireto no público de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT), um público estimado em mais de 18 milhões de pessoas no Brasil com um poder de consumo que ultrapassa os R$150 bilhões.

Sempre houve questionamentos se o consumo deste público era muito diferente para justificar uma segmentação de mercado, uma vez que igualmente o público heterosexual, o público LGBT também possui conta em banco, utiliza cartão de crédito, viaja, vai a restaurante e até cria e educa filhos. Entretanto, algumas iniciativas como a do Banco Santander, que em 2006 criou uma carteira imobiliária para financiamento de casa própria para casais de mesmo sexo além de estender benefícios previdenciários, convênio médico e odontológico para este público nos provam ser necessário pensar no público LGBT como um nicho tendo em vista o país não possuir legislações específicas de suporte a união estável. Com relação ao estilo de vida e comportamento de compras muitos segmentos da economia poderão se beneficiar pensando “out-of-the-box” (de forma criativa) no público LGBT.


Via Do Lado

Este será o primeiro grande evento na Câmara de Comércio GLS do Brasil. As empresas mais interessadas no evento são as do setor de turismo, hotelaria, gastronomia, aluguel de carro e lazer de um modo geral, entretanto outras empresas e profissionais liberais que queiram aproveitar a ocasião poderão participar. A Câmara de Comércio GLS do Brasil possui 40 associados (PMEs) e três grandes empresas como observadores – os bancos Santander e Itaú e a construtora Tecnisa. A Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual da prefeitura de São Paulo também oferece apoio institucional.

O evento é uma iniciativa, entretanto muitas empresas ainda temem associar suas marcas a gays. No Europa a Fiat patrocinou a passeata gay em Madri, mas não demonstrou interesse em fazê-lo no Brasil, que sedia a maior passeata do gênero do mundo, em São Paulo. Em um momento que ouvimos tanto falar sobre sustentabilidade e diversidade, o preconceito ou conservadorismo são manifestados não somente pelas grandes empresas mas também pelas agências de publicidade, conforme Douglas Drumond, presidente da Câmara e proprietário do Clube 269 em São Paulo e do hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte.

Acho que o evento pretende tirar o mercado do armário de acrílico, pois é mais do que transparente o poder de compra do público LGBT e evidente ser um mercado importante e atrativo do ponto de vista de rentabilidade.

Let’s go shopping!


Parada Gay de São Paulo Via Revista Bahia

Por Carlos Alberto Alves e Silva

Carlos Alberto Alves e Silva: Psicanalista e economista, com pós-graduação em Administração pela USP e Marketing pela ESPM. Tem MBA em Gestão Internacional pela Thunderbird School of Global Management‚ Arizona‚ USA e formação nas áreas de Psicologia e Filosofia.

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