“Silêncio” é a primeira exposição coletiva da Zipper Galeria
Depois das exposições “A Casa em Festa” e “O Átomo e o Vazio”, a Zipper Galeria apresenta sua primeira exposição coletiva, Silêncio. Sete artistas convidados…
Depois das exposições “A Casa em Festa” e “O Átomo e o Vazio”, a Zipper Galeria apresenta sua primeira exposição coletiva, Silêncio. Sete artistas convidados e onze artistas representados pela galeria preenchem os espaços com a música densa do silêncio, aquela que permite a escuta do que em geral passa despercebido.
Integram a exposição trabalhos de Amanda Melo, Bruno Kurru, Bruno Vieira, Elton Lucio, Felipe Morozini, Fernando Velázquez, Flávio Cerqueira, Mara Castilho, Nati Canto, Pedro Varela e Valentino Fialdini, ao lado de obras de Ana Teixeira, Katia Maciel, Laura Erber, Estela Sokol, Felippe Moraes, Maria Laet e do chileno Cristian Silva-Avaria.
O texto crítico da curadora comenta a eloquência do silêncio e a inevitável menção à obra “Quatro minutos e trinta e três segundos” e seu autor, John Cage: “Numa câmara anecoica, John Cage ouviu um som agudo e um som grave. Um cientista explicou que o som agudo era o som do sistema nervoso funcionando dentro dele, e que o som grave era o sistema circulatório. Citando Cage, não há nada a dizer. E eu estou dizendo isso. Silêncio.”
Saiba mais sobre a exposição
“Silêncio” tem curadoria de Paula Braga, e terá abertura no próximo dia 7 de dezembro às 19h.
“Se todos gritam, o silêncio torna-se o som mais eloquente.
A pausa sempre existe nas lacunas do discurso. O silêncio aparece graças à presença do barulho. O músico conta pausa enquanto o solista toca. Quatro minutos e trinta e três segundos de pausa. É preciso passar pelo branco sobre branco.
Uma tela em branco nunca está em branco. Apagar deixa marca. É possível esvaziar a mente? Ou fazer pousar o ruído, como a poeira pousa? Fazer um lugar vazio. Fazer espaço. Frestas vazias. Preenche-las com branco-branco. No anteparo branco, ver o reflexo da luz das coisas.
Vento é invisível e no entanto move as coisas. Experimentar outros sons, outras palavras e outros nomes. Mas precisa de silêncio. Dormir sorrindo. Quem nasce chora, e quem morre sorri.
O mar é vivo? Nada, nada, nada, nada, nada. Repetir o nada. Respira, inspira, expira, inspira.
Um monumento ao invisível. Um som vazio e constante, sem ritmo.
Numa câmara anecoica, John Cage ouviu um som agudo e um som grave. O som agudo era o som do sistema nervoso funcionando dentro dele; o som grave era o sistema circulatório. Citando Cage, não há nada a dizer. E eu estou dizendo isso.
Serviço
Zipper Galeria
Rua Estados Unidos, 1494 – Jardim América São Paulo
tel.: 11 4306 4306
De segunda a sexta-feira das 10h às 19h
Sábados das 11h às 17h
www.zippergaleria.com.br
Foto: Divulgação – Amanda Melo
Foto: Divulgação – Bruno Kurru (esquerda) e Flávio Cerqueira (direita)
Foto abertura: Divulgação – Bruno Viera
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