A pesquisa internacional Retail Trend 2012, realizada pelo The Future Laboratory sobre as tendências do varejo global para o próximo ano, aponta que o consumidor brasileiro está mais exigente e, na hora de comprar um produto, ele busca conveniência, autenticidade e experiência, além de estar preocupado com questões de sustentabilidade.
“O consumidor está buscando uma vida com menos estresse e estímulos e essa mudança é consequência principalmente da entrada da mulher no mercado de trabalho, do aumento do nível de escolaridade, da expectativa de vida e do poder de compra dos brasileiros”, aponta Nicolas Caballero, coordenador do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário IESB.
Com poderio econômico, a mulher passou a influir no consumo familiar. Dados do Data Popular, empresa especializada em pesquisas de mercado, são elas que decidem sobre o que o casal vai comer em 86% dos casos, escolhem a roupa que o parceiro vai usar em 77% e definem os produtos de higiene e beleza em 82% das vezes. “As mulheres são responsáveis pelo fato desses produtos terem destaque no consumo das famílias”, explica Luciana Lucena, gerente de marketing da Lord Perfumaria. Segundo ela, na hora de comprar um perfume, na maioria das vezes, o homem pede a opinião feminina. “Eles não querem contrariá-las”, afirma.
Engana-se quem pensa que elas decidem apenas “coisas de mulher”. De acordo com a pesquisa, elas também influenciam em 69% na hora de escolher o carro ou a moto da família e até em produtos de tecnologia elas têm voz em 56%. Quando se trata sobre o imóvel em que a família vai morar, não é diferente. Pedro Fernandes, vice-presidente da Beiramar Imóveis, explica que as mulheres exercem influência significativa na hora de comprar a casa ou um apartamento. “Elas estão de olho nos detalhes do imóvel, nos serviços que são oferecidos, na área de lazer das crianças, segurança e até mesmo na proximidade de outros setores, como escola e supermercado”, ressalta Pedro.
Foto: Mjslaw
Para Nicolas Caballero, este é um quadro decorrente do surgimento de uma nova classe média no Brasil. “As transformações sociais e econômicas dos últimos anos faz emergir um grupo social com novos valores e aspirações. A classe média tem um novo comportamento. Seu poder de compra foi ampliado e o preço do produto não é mais o fator determinante para o fechamento da venda. Hoje, agregar valores e experiência a um produto pode ser a saída para conquistar este novo consumidor, mas as empresas precisam se preparar para estas mudanças”, afirma Nicolas.
Esta percepção é confirmada pelos dados da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR). Entre 2004 e 2010, cerca de 32 milhões de brasileiros entraram para este grupo social, totalizando quase 95 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 50% da população.
Com este cenário, marcas e empresas estão investindo em responder à questão: como atender essa classe que se fortalece cada vez mais no mercado consumidor? Para Pedro Fernandes, as pessoas já não querem apenas o básico e buscam, cada vez mais, produtos que oferecem bem-estar e qualidade de vida.
“Hoje, no setor imobiliário, por exemplo, a classe média já não procura apenas um simples imóvel. Ela quer morar bem, ter qualidade de vida, serviços diferenciados e praticidade. Estas são as palavras de ordem para os novos investidores no país”, afirma o empresário, que acaba de lançar o Concept Boutique Residence em Águas Claras. “Cada vez mais oferecemos empreendimentos que atendam estas novas exigências. O Concept Boutique Residence, por exemplo, tem estilo diferenciado, toque de arte, design e bom gosto, além de vários serviços exclusivos, como Car Wash e Beauty Center”, destaca Pedro.
Foto: Neocent
Foto de abertura: Época Negócios
Fonte: Tríplice Comunicação