Homem ao mar é uma ficção policial. Joaquim Nogueira, seu autor, sempre gostou de histórias policiais, com crimes, mortes, com suspenses e violência, e dos acontecimentos do mundo marginal. Nesse terceiro romance, qualquer semelhança talvez não seja uma mera coincidência para esse escritor que se aposentou como delegado e por isso transitou no mundo real do crime que, para ele, hoje é pura ficção.
Joaquim Nogueira disse que, ao escrever Homem ao mar, partiu de uma situação psicológica de seu personagem para iniciar o romance e fazer dele uma narrativa diferente, distante dos padrões de um romance convencional do gênero em que há um crime, investigações e por fim o esclarecimento do fato, com culpados e um desfecho esperado para a história.
Em Homem ao mar, os acontecimentos tomam rumos inusitados, o olhar do narrador é diferente e leva o leitor a ver esse mundo de violência de outro ângulo, o que o instiga e o envolve na leitura. “Aproveitei esse fluxo de consciência do personagem para criar um marginal brasileiro”, diz Nogueira. Nesse romance, não é somente o marginal que é brasileiro, também os investigadores e policiais têm um perfil mais próximo da realidade do país. Sua vivência numa profissão policial ofereceu matéria-prima de sobra para as nuances de seus personagens. Em clima noir, como seus outros dois romances, Homem ao mar, afinal, é uma história de todos aqueles para cuja vida não há salvação nem resgate.
“Quis escrever uma história policial do ponto de vista do assassino, que é também vítima. Um marginal que narra os fatos não para um público, para um leitor eventual, mas para si mesmo. Caído na rua, de noite, baleado, tentando manter a lucidez, o bandido conta sua história para si mesmo, sem técnica, sem esmero, até mesmo sem clareza, às vezes. E sua história é um rol de contradições, incoerências, obscuridades. O personagem é torpe, mas é também romântico e sincero, frio no cometimento dos crimes mas também sentimental em relação às pessoas que ama, honesto e desonesto, humilde e ganancioso, capaz dos maiores gestos e das maiores baixarias. O mistério da história não é resolvido, de modo que não há uma “satisfação ao leitor”. Alexandre da Silva, que tem outras identidades, não quer ensinar nada a ninguém, nem a ele mesmo. Gostaria de voltar aos braços da mãe, mas aos 40 anos, caído na rua, ferido a bala e morto de medo, é um pouco tarde para isso”, diz o autor.
Joaquim Nogueira é advogado formado pela USP e delegado aposentado. Nasceu em 1948, em Sena Madureira no Acre, e vive em São Paulo há mais de 50 anos. De família humilde, foi pintor, auxiliar de escritório, depois oficial de Justiça. Homem ao mar é seu terceiro romance, tendo publicado Informações sobre a vítima (2002) e Vida pregressa (2003), ambos pela editora Companhia das Letras.
Lançamento em São Paulo, Capital
Livro: Ficção policial e de mistério – Homem ao Mar
Autor: Joaquim Nogueira
Editora: Miró Editorial
Data: 3 de novembro de 2011
Horário: das 18h30 às 21h30
Local: Livraria Cultura – Loja de Artes – Conjunto Nacional
Endereço: Av. Paulista, 2073 – Fone: (11) 3170-4033
Preço: R$ 34,00
Páginas: 216
Via Time Comunicação