Pode ser em anos… Em bens acumulados… Número de curtidas no Facebook ou quantidade de seguidores no Instagram? Seria pelo número de amigos? Como estabelecer uma medida? Não falo de uma medida como meta a ser atingida, mas como um índice que faça abrir um sorriso quando o resultado nos soar positivo.
Nossa existência pode ser grandiosa, pela riqueza material. Pode ser invejável pelo rol de personalidades que tivemos a chance de nos relacionar. Pode ser farta por nossa popularidade. Da mesma forma que o inverso é verdadeiro. Estes seriam bons índices?
Em 25 de agosto de 2015, no Restaurante Herdade, tive a chance de ter contato com parte de uma história que me inspirou a falar deste “índice de vida”, seja lá o que este índice gostaria de expressar. Imagine você, uma história de vida com 105 anos de idade. Veja que só os 105 anos já é muito. Mas imagine mais: a Avenida Paulista em 1910 com os casarões dos barões do café. Fotos daquela época não flagravam nenhum carro. De lá prá cá teve quebra na bolsa de NY. 1a. e 2ª. Guerras Mundiais. Teve guerra fria. Corridas armamentistas. Mulheres queimando sutiãs. Teve Woodstock . Elvis, Beatles, jovem Guarda. O homem foi à lua, desenvolveu a internet… 105 anos é mesmo um tantão.
Aqui no Brasil muita coisa aconteceu neste tempo todo. Mesmo que tenhamos tido progresso, não é fácil, talvez por ser brasileiro, apurar o prestígio na lembrança da nossa própria história. Carecemos de heróis para nos inspirarmos, ou para medir o nosso próprio grau de heroísmo. Não sentimos um orgulho que nos engrandeça. Nem mesmo admiração por alguns de nossos ex-presidentes e nem na ficção temos um Homem Aranha ou Batman (comparando com os EUA). Todos os nossos personagens são menores ou pequenos atrapalhados de segunda grandeza.
Necessitamos de um índice que nos garanta que tudo que vivemos valeu – de verdade – ter vivido. Quando estamos em viagem pelo exterior, volta e meia encontramos alguém com uma bandeira brasileira às costas, ou bordada na mochila. Neste caso parece que vale a pena ser brasileiro. Tem alguma coisa ali que merece ser engrandecida para mostrar de onde se veio. Mas ao voltar para cá o que nos resta é dobrar a bandeira para usá-la na próxima copa do mundo. Perde-se o motivo do orgulho de ser brasileiro.
Assim acontece com os produtos que consumimos. Quase tudo que vem de fora ostenta um ar de qualidade superior só por ter sido fabricado fora daqui. Tudo parece ter tecnologia melhor e melhores funcionalidades. Até as grifes gringas parecem ter passado no crivo de status por povos mais exigentes que o nosso. Sendo assim, o que vem de fora é melhor do que somos capazes de produzir por aqui.
A história dos 105 anos é de uma família italiana que desembarcou por aqui e fundou um comércio de “secos e molhados” em Bento Gonçalves. O negócio foi evoluindo para a cultura de uvas e fabricação de vinhos… Mas eram sete irmãos. Dá para imaginar? Se com um irmão já tem briga por pegar a camiseta, sair com a bike sem autorização… Como seria com sete irmãos? A empresa vinha acertando aqui, errando ali. Entrava um, saia outro. Até que, num determinado momento, estavam bem endividados e com um negócio de pouca relevância.
Até que Angelo Salton Neto alçado a sua presidência da companhia, resolveu trabalhar para transformar os produtos da Vinícola Salton em produtos premium. Neste evento tive a chance, chance não, sorte! De conhecer Dona Fátima viúva de Angelo e suas três filhas Luciana, Stella e Julia. Simpatia e amabilidade parecem ser características herdadas…(Não conheci o Sr Angelo, mas Dona Fátima é a simpatia em pessoa). E quando elas falam sobre o pai ou sobre uma taça de espumante transborda orgulho.
É aqui que volto a falar do “índice de medir a vida” – este orgulho estampado é o melhor dos índices. Imagino a dificuldade que deve ter sido para o Sr Angelo dar um norte ao negócio, unir todas as pontas soltas, fazer com que toda a equipe voltasse a acreditar de novo no projeto. Seja lá o que foi eu só posso supor, não conheci, nem pesquisei a história a fundo. Mas, pela satisfação sincera daquelas “meninas”, o espumante tinha um sabor todo especial.
E sabe o que é mais legal? Para comemorar os 100 anos da Vinícola Salton, foi desenvolvido o projeto Gerações, que já está na quarta edição visando sempre a qualidade final dos produtos. O Salton Gerações Antônio “Nini”, comemora os 105 anos com uma edição limitada de 13 mil garrafas de um vinho que ostenta o nome do primeiro enólogo da empresa. O Nini é da primeira geração e ele era irmão do bisavó das meninas (Luciana, Stella e Júlia).
Dá para imaginar aqueles sete irmãos se “pegando no tapa” e agora sendo merecidamente homenageados pela importância de sua dedicação ao negócio da família?
Escutar as meninas falando do “Nini” e outras histórias da família foi impagável. Tim-tim Salton, muito mais sucesso e parabéns por ostentar no rótulo o autêntico orgulho de ser brasileiro.
A Degustação
Fomos recebidos no Restaurante Herdade, já com uma taça de Salton Reserva Ouro ( Chardonnay, Riesling e Pinot Noir), simplesmente deliciosa, foi um dos maiores destaques da noite. Espumante charmat médio, corpo com perlage cremosa e deliciosamente tostado. (Caixa com 6 unidades R$ 252,00)
Já a Salton Paradoxo Brut (Sauvignon Blanc, Malvasia, Alvarinho e Viognier) é uma espumante charmat leve, cítrico, aromático com excelente acidez. ( Caixa com 6 unidades R$ 196,00)
Entre os vinhos o grande destaque ficou por conta do Salton Gerações Antonio “Nini” Salton 2011 ( Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Cabernet Franc), um tinto médio corpo, aveludado e marcante, com 12 meses na barril novo de carvalho.(Caixa com 6 unidades R$ 621,00)
Conheça outros rótulos na Loja da Salton.
Saiba mais sobre o Projeto Gerações
O projeto baseia-se no conceito ‘O Melhor da Vida é Passado de Geração para Geração’ e tem como foco a qualidade final dos produtos. Presta homenagem aos integrantes da família Salton, que ajudaram na construção da empresa ao longo dos seus primeiros 100 anos de existência.
Antonio Domenico Salton, o desbravador – Primeiro espumante da série limitada, homenageia o imigrante italiano que deixou sua terra natal, no Vêneto, e veio em busca de sonhos no Brasil, em 1878. Em 1884, fundou uma casa de pasto para atender viajantes, além de elaborar vinho de forma artesanal. Antonio foi o pioneiro da história da vinícola, empresa criada por seus filhos, em 1910.
Paulo Salton, o empreendedor – Segundo produto da série, o vinho tinto homenageia o homem de personalidade forte e grande comerciante, que assumiu a “Casa Di Pasto” do pai e prosperou os negócios da família. Em 1910, Paulo empreendeu e registrou o estabelecimento como “Paulo Salton Armazéns Gerais”, datando, assim, o início da história da vinícola.
José “Bepi” Salton, o visionário – Terceiro produto da série, homenageia “Bepi”, como era conhecido o homem que assumiu os negócios da família em 1943, dando andamento e prosperando o legado que recebera do irmão Paulo. Visionário, teve a sensibilidade de perceber em São Paulo uma grande oportunidade. Em 1948, fundou a unidade na Capital Paulista.
Antônio “Nini” Salton, o enólogo – Quarta edição do projeto, homenageia o primeiro enólogo da família à frente da Salton, de 1972 a1974, remete à intuição, característica de um homem de personalidade forte, justo e correto, que sempre zelou pela família.
Confira fotos do Happy Hour da comemoração dos 105 anos da Vinícola Salton
Sobre a Salton
A Salton é a primeira vinícola centenária do país e transformou o mercado nacional de vinhos. Com mais de 300 medalhas e prêmios para os seus vinhos e espumantes. Atualmente com mais de 60 rótulos, a empresa está entre as maiores do país com uma fatia de 40% do mercado, segundo a executiva Luciana Salton.
A empresa foi formalmente constituída em 1910, quando os irmãos Paulo, Ângelo, João, Cezar, Luiz e Antônio Salton, deram cunho empresarial aos negócios do pai, o imigrante Antonio Domenico Salton, que vinificava artesanalmente, como a maioria dos imigrantes italianos.
A Salton também avançou no mercado externo, chegando ao Reino Unido e ao mercado chinês em 2013 – maior mercado consumidor no mundo, estando também presente em outros países da Europa, nos Estados Unidos e Canadá.
A Vinícola Salton, motivada pelo interesse crescente no mundo do vinho, mantém qualificado atendimento ao público e oferece programas customizados de visitação. Coordenados por profissionais das áreas de Enologia e Turismo, os passeios fazem com que os turistas conheçam as instalações de uma forma única.
Um dos destaques que torna a Salton uma atraente opção turística é a facilidade de se passear pela vinícola. Exclusivas passarelas aéreas possibilitam ao visitante acompanhar todo o processo produtivo de recebimento, elaboração, engarrafamento e amadurecimento dos produtos. Durante a visita os turistas são surpreendidos por obras de arte, reproduzidas por talentosos artistas da região, que retratam o vinho em diferentes momentos, tapeçarias e mosaicos que ajudam a contar esta bela história centenária.
Veja mais informações no site da Vinícola.
Por Vinícius Moura e Denise Pitta