É preciso confessar que muita gente ficou assustada com a ideia de fazerem um filme sobre a vida de Bruna Surfistinha, ex-garota de programa. Só o lançamento do trailer já gerou um grande debate: que mensagem esse filme irá passar? Será que vai, erroneamente, mostrar que a vida de uma prostituta é realmente fácil? Vai dizer implicitamente que esse é um caminho prazeroso para alcançar o sucesso financeiro? Seria esse um meio de alcançar os quinze minutos de fama?
Para a surpresa de muitos, o filme pode ser considerado um documentário, já que mostra a realidade nua e crua da vida de Rachel Pacheco: uma garota da classe média que, muito nova, resolveu sair de casa para ser independente e acabou numa casa de prostituição. Começou a ganhar dinheiro, ficou conhecida através de seu blog e deixou-se deslumbrar por uma vida de ilusão.
[http://www.youtube.com/watch?v=8FKuCSA2c0U]
O longa levanta questões como a inversão de valores. O filme vai, gradualmente, mostrando como Bruna Surfistinha foi ascendendo como garota de programa. Se antes ela era uma garota “sem graça” e insegura, vivendo num prostíbulo sem nenhum conforto, depois Rachel vira uma mulher deslumbrante, vai morar num flat, fica famosa com as histórias em seu blog e conquista liberdade financeira.
Entretanto, toda essa fantasia não dura muito tempo. Deslumbrada, Bruna Surfistinha se entrega às drogas, perde as poucas amigas que tinha e volta para um prostíbulo bem pior que o primeiro.
Diante dessa reviravolta dos fatos, a própria protagonista decide que essa não é a vida que ela quer e estabelece uma meta para se garantir financeiramente e largar a prostituição. É também essa parte do filme que convida o espectador a refletir sobre os reais valores da vida e levantar questões sobre atalhos, dinheiro fácil e deslumbramento.
Por Samantha Mahawasala
Fotos: Cinedica e Gloss
Veja a entrevista de Rachel Pacheco no De frente com Gabi:
[http://www.youtube.com/watch?v=1rDwf9eVStE]