O pote da calma é uma interessante ferramenta para a manutenção da tranquilidade das crianças em tempos de isolamento e incerteza. O brinquedo pedagógico colabora para o bem-estar dos pequenos, ensinando-lhes a lidarem com emoções negativas.
Para melhorar, o pote da calma pode ser feito em casa, com materiais simples e fáceis de encontrar. Entenda como ele funciona e aprenda um passo a passo para fazer o brinquedo.
O que é o pote da calma?
O pote da calma é um brinquedo que aplica princípios da educadora italiana Maria Montessori. Para ela, era necessário ensinar crianças a perceberem e lidarem de forma saudável com suas emoções.
No entanto, era preciso adaptar tal aprendizado para um formato mais lúdico, pois as crianças aprendem muito através do brincar. Logo, diferentes técnicas foram criadas nesse intuito e o pote da calma é uma delas.
Qual o objetivo do pote da calma?
Em seu artigo “The Calming Jar, a technique that all parents should know” a psicóloga Jennifer Delgado explica o que há por trás do brinquedo. Segundo ela, o objetivo do pote da calma é ajudar as crianças a “administrarem seus caprichos, direcionando emoções como stress, ansiedade e irritação, para que encontrem paz”.
Como funciona o pote da calma?
Para entendermos o funcionamento do pote da calma, é necessário compreender o que o acontece dentro da criança. Primeiramente, Jennifer Delgado explica que, quando estamos estressados, nossos batimentos cardíacos e respiração aceleram, enviando ao cérebro uma mensagem de perigo.
Como resultado, temos dificuldades de controlar nossos pensamentos e reações. Evidentemente, essa situação é mais desafiadora para as crianças. Acontece que o pensamento infantil é mais concreto e menos abstrato do que o dos adultos.
Sendo assim, as palavras não surtiram muito efeito nesse momento. Logo, um recurso visual e tátil oferece resultados melhores e é aí que entra o pote da calma.
Para isso, o movimento gerado dentro da jarra oferece ao sistema nervoso da criança um estímulo específico no qual focar. Assim, esse foco contribui para a redução da resposta de alarme gerada pelo stress.
Além disso, o movimento do glitter pode ter um efeito quase hipnótico, explica Jennifer Delgado, capturando a atenção e esvaziando a mente. Dessa forma, o funcionamento o pote da calma se aproxima da meditação e da yoga.
Para todas as idades
A princípio, a técnica funciona melhor com crianças de dois até dez anos de idade. Porém, tem sido sugerido que mesmo adultos podem se beneficiar da contemplação do pote da calma.
Como fazer um pote da calma
Fazer um pote da calma é muito fácil! Na verdade, o próprio processo de criação do brinquedo já é uma atividade que se pode fazer com participação da criança. Veja como é simples a lista de materiais e os passos a serem seguidos!
Materiais
- Pote ou garrafa transparente (vidro ou plástico)
- Água
- Corante alimentício
- Glitter ou purpurina
- Cola glitter
Passo a passo
- Encha ¾ do pote com água, deixando um espaço livre para o líquido de movimentar.
- Em seguida, adicione uma colher de cola glitter, duas de purpurina e duas gotas de corante.
- Após, feche o pote e sacuda bem.
Dicas:
- Caso queira que o glitter se mova mais vagarosamente, você pode adicionar sabonete ou shampoo transparente à mistura.
- Para dar mais graça ao brinquedo, coloque no fluido contas de bijuteria, conchinhas, dados, pequenos brinquedos ou o que a imaginação da criança pedir.
- Para evitar que o pote da calma se abra por acidente, vede a tampa com cola quente ou super cola.
Se ainda estiver com dúvida, siga o tutorial do canal Macetes de Mãe:
Como usar o pote da calma
Primeiramente, é necessário criar uma associação positiva e não negativa ao pote da calma. Afinal, a ideia não é que o brinquedo seja uma punição ou castigo. Assim, nas primeiras vezes em que for usá-lo, Jennifer Delgado recomenda que se faça o processo junto com a criança.
Para isso, sente-se com ela e explique que agora é hora de sentar com o pote da calma e relaxar. Em seguida, mostre como respirar fundo e devagar ao olhar para o glitter.
Para que o pote da calma tenha o melhor efeito possível, o tempo é muito importante. Ou seja, entregar o pote à criança depois que ela já explodiu não costuma surtir muito efeito. Sendo assim, o ideal é trazê-lo para a situação quando a agitação está se formando.
Portanto, quando a conversa começa a ficar difícil e a criança parece inquieta, não espere. Apresente o pote, mostre o movimento. A seguir, deixe a criança mexê-lo, experimentar diferentes movimentos, observar o que acontece. A liberdade é parte fundamental da técnica.
Quando a criança estiver mais calma, você poderá perguntar a ela como se sentiu e converse sobre o assunto. Assim, mais calmos, pais e filhos podem buscar soluções para os conflitos.