Biblioteca: Amazônia 20º Andar – Empreendedorismo, Moda e Ecologia
Por Ricardo Raineri O livro de Guilherme Fiúza conta a história de dois empresários cariocas, Bia Saldanha e João Augusto Fortes, em uma aventura empresarial…
Por Ricardo Raineri
O livro de Guilherme Fiúza conta a história de dois empresários cariocas, Bia Saldanha e João Augusto Fortes, em uma aventura empresarial que vai do extremo sucesso ao fracasso quase que total.
A dupla se envolve com o ecologismo na passagem entre as décadas de oitenta e noventa, quando conhecem Chico Mendes no Rio de Janeiro, um mês antes de sua morte. As vidas de Bia e João unem-se em um projeto empresarial no eco mercado do Rio de Janeiro, mas eles realmente começam a alçar vôos mais altos quando ficam conhecendo o couro vegetal, que depois vira o Treetap.
Essa empreitada acabou levando os dois a cenários completamente antagônicos. Na Europa e nos Estados Unidos a dupla trabalha com empresas de grande porte do mundo da moda, fechando negócios de milhões de dólares. Já na Amazônia, local da linha de produção, Bia convive com todos os medos, dificuldades de locomoção, paixões e experiências espirituais que o contato direto e por longo tempo com os índios e a floresta pode gerar.
Saiba mais sobre o Couro Vegetal
“O couro vegetal é obtido através do revestimento de tecido de fibras celulósicas com látex de campo ou concentrado, extraído de seringueira (Hevea spp.). A produção do couro vegetal já ocorre atualmente, possibilitando manter os seringueiros da região norte do Brasil em sua atividade com melhor valor agregado ao produto, sendo ainda submetido ao processo de vulcanização associado à defumação.Adicionalmente, dá ao produtor de seringueira possibilidade de agregar valor ao seu produto e cria alternativa de matéria-prima com padrão de qualidade para a indústria da moda que trabalha exclusivamente com couro animal.
Entretanto, há pouca informação científica e tecnológica sobre os processos de produção e métodos de avaliação do couro vegetal. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a resistência à tração de couro vegetal produzido tecido de algodão impregnado com látex de diferentes cultivars de seringueira e submetido à vulcanização lenta”
Leia mais sobre a dissertação de mestrado do Henrique José Servolo Filho.
Um pouco mais sobre a história da Treetap® e do couro vegetal
“João Augusto Fortes e Maria Beatriz Saldanha Tavares, ainda à luz da mobilização provocada pela morte de Chico Mendes, se juntaram na criação da primeira loja no Brasil especializada em produtos ecológicos, o EcoMercado, no Rio de Janeiro.
Na busca de produtos, os fundadores do EcoMercado foram contatados por seringueiros de Boca do Acre (Amazonas) que apresentaram-lhes o saco encauchado, um tecido impermeável tradicionalmente usado pelos seringueiros como embalagem para transporte de látex e de bagagens pessoais. Em maio de 1992, foram lançadas as primeiras peças confeccionadas com este tecido emborrachado.
A necessidade de uma pesquisa de produção mais profunda ficou evidente um mês depois quando surgiram reclamações de consumidores: devido à oxidação, a superfície da borracha começava a se desmanchar. Os anos seguintes foram principalmente dedicados a pesquisa e ao desenvolvimento da tecnologia de produção. Só no início de 1994, foi criado um processo exclusivo de vulcanização da borracha, adaptado a realidade dos seringais nativos, que conferiu ao Treetap® a qualidade necessária para sua comercialização.
Percebeu-se, então, a necessidade de adaptá-lo às exigências do mercado dando início a uma série de pesquisas. O processo de aprimoramento e adaptação deste artesanato tradicional para o mercado internacional deu origem ao Projeto Couro Vegetal da Amazônia S/A, fundada em 1994 pelos mesmos empresários. Em 1994 um pedido de patente foi depositado por João Fortes (PI 9402908-3).”
Leia matéria completa no site Inova Unicamp.
Saiba mais sobre o livro Amazônia 20º Andar
Um grupo de amigos conhece Chico Mendes no Rio um mês antes de seu assassinato. Decidem que não dá para salvar a Amazônia sem se meter na floresta. Com índios seringueiros, criam o “couro vegetal ” e mergulham numa trilha de conquistas internacionais e dramas pessoais.
Por Ricardo Raineri (Ricardo Raineri é jornalista e empreendedor. [email protected])