Salões de beleza adotam “escova inteligente” por até R$ 1.500

Alisar o cabelo sempre foi uma velha prática da maioria das brasileiras e, democrática, a indústria logo providenciou métodos para realizar este sonho “a qualquer…

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Alisar o cabelo sempre foi uma velha prática da maioria das brasileiras e, democrática, a indústria logo providenciou métodos para realizar este sonho “a qualquer preço”. Sempre haverá um salão ali na esquina disposto a tornar realidade o que parecia impossível. De R$ 50 a R$ 1.500, você alisa, acalma, abaixa ou “tira o arrepiado” dos cabelos. Não importa o nome, mas o efeito: que seja liso (e não desmanche).

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Antero, que
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Antero, que “repaginou” o visual de Fani, recomenda mais volume

E “oportunistas” não faltam no mercado. Cientes de que mulher faz “qualquer coisa” pelo corpo e pelo cabelo, surgiram no mercado métodos baratos e eficientes, mas altamente prejudiciais à saúde. Quando o silicone para os seios surgiu, também foi assim: foram registradas algumas mortes até que o produto fosse regulamentado pelos órgãos responsáveis. E com o atual modismo da “escova progressiva” –ou escova francesa, alisamento japonês e escova definitiva, diferentes nomes e técnicas para o alisamento dos cabelos–, não foi diferente.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão que regula, entre outros, o setor de cosméticos, não reconhece a escova progressiva, mas exige um registro dos produtos utilizados no procedimento. O formol é um desses produtos; com função conservante em cosméticos, apresenta um limite de uso de no máximo 0,2% (Resolução 162/01). Antes de sua aplicação nos cabelos, o produto foi utilizado no esmalte para endurecer as unhas (limite máximo de 5%).

Eron Araújo, cabeleireiro do salão Studio W, em São Paulo, não recomenda o uso de produtos com formol, que causam um efeito de “engessamento do cabelo”. Para atender as clientes que desejam alisar suas madeixas, Araújo tem outro método; o “recondicionamento térmico” –que utiliza o tioglicolato de amônia, que não “encapa” o cabelo, mas “remodela” as curvas agindo internamente.

AP
Caroline D'Amore em cena rara: a modelo enrola o cabelo antes de entrar nas passarelas
Caroline D’Amore em cena rara: a modelo enrola o cabelo antes de entrar nas passarelas

“Se você não tem certeza de que o estabelecimento vai usar um produto seguro, então nem entre no salão. Não arrisque sua saúde e opte pela velha escova com secador”, recomenda Araújo. Em grandes concentrações, o formol provoca câncer e afeta o fígado.

Os profissionais são unânimes em alertar para os riscos de técnicas radicais ou milagrosas. “Cabelos crespos quando submetidos a relaxamento ou alisamento fortes ficam muito porosos e fracos, rompendo-se com mais facilidade. Os fios porosos têm uma tendência a ressecar mais rápido”, diz Ricardo Heleno, cabeleireiro do salão Jean Louis David, nos Jardins, e responsável pelo Blog do Cabelo.

Para a farmacêutica Denise Soledade Jornada, salões pequenos buscam produtos à base de formol, que geralmente são preparados de forma ilegal, porque são mais baratos e apresentam resultado mais rapidamente. “Assim como algumas mulheres que, na tentativa de poupar dinheiro e conseguir resultado mais rápido, preparam em casa misturas horrorosas de químicos”, diz a farmacêutica.

Juha Antero, do MG Hair, em São Paulo, explica que já usou produtos à base de formol (com 0,02% de concentração), mas que, aos poucos, o salão vem abandonando essa prática. “Atualmente, testamos a ‘escova inteligente’, que usa um produto com extratos vegetais, à base de guaraná. O efeito não é aquele liso escorrido, mas a tendência também não pede uma mulher assim.”

Para Antero, o homem de hoje deseja a mulher cujo cabelo tem volume, transmitindo algo mais “selvagem”. “E se não é para atrair a atenção do homem, pra que correr riscos?”, questiona.

Fonte: Folha Online FERNANDA CRANCIANINOV da Folha Online

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