O que é PMMA? Entenda caso de influencer que morreu após injeção de polimetilmetacrilato nos glúteos

Descubra o que é PMMA, pra que serve, quanto tempo dura no organismo e lista de 13 malefícios que o componente pode causar

Fonte: Instagram @linefrreira

Mais um caso de uso inadequado do PMMA em clínica de estética terminou em morte. A vítima foi a modelo e influencer Aline Ferreira, de 33 anos, casada e mãe de 2 filhos. Ela morava em Brasília, mas o procedimento ocorreu em Goiânia. Aline aumentou os glúteos em 23 de junho e no dia seguinte teve febre, piorou, procurou um hospital em 27 de junho e faleceu em 2 de julho. Além disso, a dona da clínica foi presa e será investigada.

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Agora, você sabe do que se trata PMMA? Para que ele serve, quando ele pode ser usado e o que causa no corpo? O Fashion Bubbles trouxe um guia sobre o polimetilmetacrilato para você entender tudo sobre esse material popular no mundo da estética e saúde. Continue lendo e conheça!

O que é PMMA e para que serve?

O PMMA, sigla para polimetilmetacrilato, é um tipo de plástico conhecido popularmente por acrílico que, quando usado em procedimentos médicos, atua como um material de preenchimento. Se usa ele para corrigir imperfeições, restaurar volumes perdidos e melhorar a estética de determinadas áreas do corpo.

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Vamos entender melhor como ele age e em quais situações ocorre sua aplicação, considerando as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.

Quando injetado sob a pele, o PMMA atua como um preenchedor. Sua composição se trata de microesferas de polimetilmetacrilato suspensas em um veículo, geralmente uma solução de colágeno, que facilita sua aplicação.

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“O PMMA é bastante procurado por não ser absorvido pelo corpo, mas pode causar reações imprevisíveis a longo prazo. Ele ‘endurece’ no local aplicado e pode causar complicações com sequelas irreversíveis, como infecções crônicas e deformidades”.

Cirurgiã plástica Patrícia Marques, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Quanto tempo dura o PMMA no organismo?

Após a injeção, o PMMA permanece no local, proporcionando um efeito de preenchimento imediato. Com o tempo, o corpo absorbe o veículo (solução de colágeno), mas as microesferas do polimetilmetacrilato permanecem, isto é, duram para sempre.

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Dessa forma, como não é reabsorvível pelo organismo, é impossível retirar todo o PMMA do corpo sem causar um estrago grande, segundo especialistas.

Situações de uso autorizadas pela Anvisa

– Correção de lipodistrofia

A Sociedade Brasileira de Dermatologia reconhece que, apesar dos efeitos adversos, o PMMA continua a ser uma ferramenta valiosa para o tratamento de lipoatrofias severas, como por exemplo em alguns pacientes portadores de HIV/AIDS, desde que administrado por profissionais qualificados.

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– Correção volumétrica facial e corporal

O componente é também indicado para correções volumétricas em casos específicos, como irregularidades na pele e outras alterações que necessitem de preenchimento para uma melhor harmonia estética.

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No entanto, é importante destacar que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) não recomenda o uso de PMMA para fins estéticos devido ao risco de complicações graves, como necroses, cegueiras, embolias, que podem levar à morte.

O que o PMMA faz no corpo?

Agora que você já sabe as situações em que se recomenda o PMMA, veja como esse componente age no corpo nos casos de correção de lipodistrofia e correção volumétrica autorizada.

  1. Injeção e preenchimento: após a injeção, o polimetilmetacrilato ocupa espaço, corrigindo depressões, rugas ou aumentando o volume de áreas como lábios, maçãs do rosto, glúteos, entre outros;
  2. Estímulo à produção de colágeno: além do efeito de preenchimento imediato, as microesferas de PMMA estimulam o corpo a produzir colágeno ao redor delas. Esse processo natural de cicatrização ajuda a integrar o PMMA ao tecido, proporcionando um aspecto ainda mais natural e duradouro;
  3. Resultado: com o passar do tempo, o resultado tende a se tornar mais natural, à medida que o corpo se adapta ao PMMA, criando novos tecidos ao redor das microesferas. Isso contribui para a durabilidade do efeito de preenchimento.
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O que o PMMA pode causar?

A utilização do polimetilmetacrilato em procedimentos estéticos e reparadores, apesar de aprovada sob condições específicas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, carrega riscos significativos.

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Esses riscos são amplificados quando o PMMA é aplicado por profissionais não habilitados, em doses inadequadas, ou para fins não recomendados.

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A seguir, veja apresentada uma lista detalhada dos malefícios que o componente pode causar, razões pelas quais a SBCP não recomenda o uso de PMMA para fins estéticos.

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Riscos do PMMA

  1. Reações alérgicas: o corpo pode reagir negativamente ao PMMA, causando alergias severas;
  2. Formação de granulomas: são nódulos que podem se formar ao redor das microesferas de PMMA, como resposta do sistema imunológico ao material estranho;
  3. Processos inflamatórios: inflamações locais ou sistêmicas podem ocorrer, especialmente se o PMMA não for aplicado corretamente;
  4. Edemas locais: acúmulo de líquido na área tratada, causando inchaço e desconforto;
  5. Infecções: devido à introdução de um corpo estranho, há risco de infecções, que podem ser locais ou se espalhar, dependendo da gravidade;
  6. Necrose: a morte de tecidos ao redor da área de aplicação pode ocorrer, especialmente se o fluxo sanguíneo for comprometido;
  7. Complicações vasculares: incluem a formação de coágulos que podem bloquear o fluxo sanguíneo, levando a condições graves como AVC (Acidente Vascular Cerebral);
  8. Dificuldade de remoção: uma vez aplicado, o PMMA adere aos tecidos, tornando sua remoção extremamente difícil e, muitas vezes, causando danos significativos;
  9. Cegueira: em casos raros, especialmente quando injetado na área facial, o PMMA pode causar cegueira se atingir os vasos sanguíneos que alimentam os olhos;
  10. Embolia: partículas de PMMA podem entrar na corrente sanguínea e se alojar em vasos distantes, causando embolia pulmonar ou cerebral;
  11. Necrose cutânea: a morte de células da pele na área de aplicação pode ocorrer, deixando cicatrizes permanentes;
  12. Alterações estéticas irreversíveis: deformidades e irregularidades na superfície da pele podem ser permanentes se o PMMA migrar ou se for aplicado de forma inadequada;
  13. Risco de morte: em casos extremos, as complicações decorrentes do uso de PMMA podem levar à morte, como evidenciado por relatos de casos severos após procedimentos estéticos.

Dermatologistas alertam sobre o acrílico que levou uma paciente à morte por uso estético indevido

A Dra. Maria Paula Del Nero, Dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB), e a Dra. Viviane Scarpa, também Dermatologista pela SDB, rechaçam o uso da substância com a finalidade utilizada na influencer Aline: o aumento de volume no bumbum. As dermatologistas apontam os prejuízos centrais dessa prática:

  • Tiro no escuro: “A substância não possui antídoto, por isso no momento da aplicação, caso ocorra alguma obstrução arterial, o paciente pode ficar com sequelas para sempre”, aponta a Dra. Viviane;
  • Embolia pulmonar: “Se for injetado num vaso, esse é o risco!”, informa a Dra. Maria Paula, referindo-se ao processo de obstrução de artérias pulmonares;
  • Fluxo sanguíneo comprometido: “A compressão vascular é outro risco, que pode acontecer pelo excesso de produto, causando um bloqueio da vascularização”, diz a médica;
  • Futuro incerto: “Nunca saberemos se em algum momento da vida, o paciente desenvolverá algum tipo de reação àquele produto”, lembra a Dra. Viviane;
  • Mudanças anatômicas: “No processo de envelhecimento, há mudanças internas importantes e o produto pode facilmente migrar de posição, dando um aspecto não natural”, acrescenta a dermatologista.
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Além desses riscos, as especialistas reforçam a dificuldade que é a retirada da substância do corpo. “A depender da região e da quantidade do produto, ele pode ser removido com cirurgia, cortando a pele e deixando uma cicatriz”, explica a Dra. Viviane, complementada pela Dra. Maria Paula que aponta a possibilidade de retirada com Endolaser: “Essa opção ‘quebraria’ o material, mesmo assim é muito difícil remover o PMMA do corpo”, afirma.

Por que não fazer PMMA?

A própria SBCP aconselha não fazer PMMA devido aos riscos significativos envolvidos. Esses riscos incluem reações alérgicas, inflamações, risco de infecções, necrose, complicações vasculares graves como embolia e AVC, dificuldade de remoção, alterações estéticas irreversíveis e até mesmo risco de morte.

A permanência do PMMA no corpo e a possibilidade de complicações a longo prazo destacam a importância de considerar alternativas mais seguras e reversíveis para procedimentos estéticos.

Alternativas melhores

Patrícia Marques esclarece que a bioplastia, também conhecida como plástica sem bisturi, é um procedimento não cirúrgico que utiliza substâncias de preenchimento – como o polimetilmetacrilato – para remodelar áreas da face e do corpo, mas não é a técnica mais segura para dar volume em qualquer parte do corpo. 

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As próteses de silicone e a lipoenxertia com a transferência da gordura para a região onde se deseja mais volume são as cirurgias mais indicadas.

O PMMA nunca deve substituir o silicone, principalmente em pacientes que buscam a técnica para aplicação nos glúteos, como no caso de Aline. Isso porque a dose utilizada nessa região precisa ser grande, bem maior que a de um simples preenchimento.

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A importância do profissional habilitado

A Anvisa orienta que o produto só pode ser administrado por profissionais treinados. Para cada paciente, o médico deve determinar as doses e o número de injeções necessárias, dependendo das características de cada paciente, das áreas que precisam de tratamento e do tipo de indicação.

Além disso, a Anvisa também esclarece que o produto não é contraindicado para aplicação nos glúteos para fins corretivos, porém, não há indicação para aumento de volume, seja corporal ou facial.

“Cabe sempre consultar um profissional médico credenciado e responsável para avaliar a aplicação de acordo com a correção a ser realizada e as orientações técnicas de uso do produto”, finaliza Patrícia.

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Conclusão

Agora você já sabe tudo sobre os riscos da aplicação do plástico PMMA para aumento de volume dos glúteos (proibida pela Anvisa para este fim).

Enfim, nós te convidamos a ler também Ozempic: o que é, quanto emagrece e quais os riscos de tomar o remédio na nossa categoria saúde. Por fim, o Fashion Bubbles lamenta a morte da influenciadora Aline Maria Ferreira na terça-feira (02).

Produzido parcialmente com auxílio de Inteligência Artificial.

Laila Lopes: 26 anos, mineira (atualmente morando na região serrana do RJ) e amante de seus bichos: 2 cachorros e muitos peixinhos. Redatora digital há 4 anos, com mais de 2000 artigos publicados na internet
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