Acaba de chegar a São Paulo a exposição “Roma, a Vida e os Imperadores“, após passar por Belo Horizonte no ano passado, com grande sucesso.
A exposição, que conta com 370 objetos vindos de importantes museus italianos, muitos dos quais nunca antes exibidos fora da Itália, foi criada especialmente para o Brasil. A exposição precisa e minuciosa dá ao público a oportunidade de reconhecer, nos diversos aspectos da cultura romana, a matriz seminal que nos formou a todos: a vida romana.
Dos detalhes da vida dos imperadores aos da vida militar e da cotidiana, são mostrados objetos como chaves, pregos e ferramentas. Admiramos o domínio da metalurgia romana, que fica explícito na exposição de suas armaduras e armas, que, para guarnecer o exército, teriam que ser fabricadas em escala. Rastelos, enxadas, bicos de arado; moedas e objetos metálicos dos mais variados tipos, como uma “groma”, mecanismo usado para a medição e demarcação de terras; aquecedores e panelas de metal, talheres e uma infinidade de vasos, instrumentos cirúrgicos, e estátuas belamente cinzeladas; balanças de diversos tipos, lanternas, lamparinas e suportes para lâmpadas. As fantásticas joias, de ouro, prata e pedras preciosas, não diferem muito daquelas usadas até hoje.
A arte em mármore, com a virtuosidade e perfeição das estátuas, frisas, altares, baixos-relevos; camafeus em marfim; vasos de unguentos, pingentes; e os sarcófagos e urnas mortuárias, decorados com esculturas representativas das mais variadas cenas, como de viagens, mercado e vida doméstica.
Nas estátuas femininas, além da beleza, destacam-se as vestes e as variadas modas de pentear os cabelos, havendo até uso de perucas, com o que se delimitam as idades de cada representação. Nas masculinas, uso das togas, mantos, chapéus diversos, como o que era utilizado no culto do deus Mitra e deu origem à mitra dos bispos católicos. Também muitas estátuas de homens, principalmente, apresentam o corpo nu, ritual, e há até a presença de falos gigantes, também cultuados.
É a existência de compassos, pinças e instrumentos diversos até hoje utilizados, junto com todo o magnífico conjunto, que nos faz entender com mais clareza que somos os herdeiros dessa magnífica civilização, que criou o maior e mais duradouro império da História – o Império Romano, que podia chamar o mar Mediterrâneo “Mare Nostrum”, por haver-se estabelecido em torno do total de suas margens.
Altar do Vicus Sandalarius – Arquivo da Galeria Uffizi
Informações Gerais: Roma – A Vida e os Imperadores
Tesouros do Império Romano como joias, mosaicos, afrescos, esculturas, vestimentas e outros objetos saem pela primeira vez da Itália. É uma viagem a três séculos do período tardio da República e primeiros séculos do Império Romano, de Júlio César (49 a.C. – 44 a.C.) e Augustus (27 a.C – 14 a.C) até Septímio Severo e seu filho Caracala, que reinaram entre 193 e 217. Ao todo, 370 peças desvendam hábitos e costumes do povo romano e seus imperadores e podem ser vistas a partir de 25 de janeiro no MASP.
- Local: Galeria Clemente de Faria, 1 e 2 subsolos do MASP (Avenida Paulista, 1578).
- Período: 25 de janeiro a 1 de abril de 2012
- Horários: Terças a domingos e feriados, das 11h às 18h. Quintas-feiras das 11h às 20h. A bilheteria fecha sempre 30 minutos antes.
- Ingressos: R$15,00. Estudantes, professores e aposentados com comprovantes pagam R$7,00. Visitantes até 10 anos e acima de 60 anos de idade têm entrada gratuita.