Rascunhos de Agatha Christie revelam os bastidores da escrita


Agatha Christie, a “Rainha do Crime”

Em sua obra-prima “A Hora da Estrela”, Clarice Lispector alertou que  “Não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas”. Essa pode ser a síntese de toda a dificuldade intrínseca ao verbo escrever. Muitas pessoas consideram que a escrita é fruto de um dom e, portanto, não imaginam que trata-se de um trabalho penoso e disciplinado. Diz-se que há apenas 1% de inspiração, de resto é transpiração.

Na nova publicação “Agatha Christie”s Secret Notebooks” (“Os cadernos secretos de Agatha Christie”, em tradução livre) os bastidores da escrita da autora britânica são revelados por John Curran. Ainda sem publicação em português, a obra expõe 73 cadernos de rascunho inéditos que mostram, por exemplo, como dois de seus principais romances poderiam ser diferentes. “O Caso dos Dez Negrinhos” e a “Morte na Praia” talvez não tivessem os respectivos finais, e isso deixa claro que o processo criativo não costuma seguir uma linha definitiva.

“A maioria dos leitores acha que ela começava a escrever os livros do começo ao fim e que em um mês já tinha uma romance pronto.  Mas meu livro mostra a quantidade de trabalho que há por trás dessas histórias”, explicou Curran à Agência EFE.

Como afirma a notícia da EFE, “O trabalho de Curran traz à tona uma série de detalhes que nos permitem conhecer a fundo o trabalho preparatório de uma escritora de tão grande destaque como Christie”.

O inglês é especialista na obra de Agatha e afirmou que nunca havia imaginado que teria acesso aos cadernos de rascunho, dos quais só conhecia a existência, e ainda publicar um livro sobre eles. Depois de quatro anos de pesquisa, Curran concluiu que Christie “tinha ideias, mudava de opinião, voltava do final ao início, colocava um personagem como assassino e depois colocava outro. E às vezes parava tudo isso e começava de novo com uma ideia anterior, levando em conta cada possibilidade da trama”.


Agatha também é conhecida como “A duquesa da morte”

Conhecida como a Rainha do Crime, Agatha Christie (1890- 1976), foi a escritora que mais vendeu livros no mundo. Foram 2 bilhões de exemplares, traduzidos em 45 idiomas.  Em um total de 80 romances policiais e coleções de pequenas histórias, 19  peças e 6 romances escritos sob o nome Mary Westmacott.

Agatha foi pioneira ao fazer com que os desfechos de seus livros fossem impressionantes e inesperados, porque para o leitor é intrigante descobrir quem é o assassino, através das chaves que solucionam o mistério. Ela criou dois tipos inesquecíveis: o detetive belga Hercule Poirot, com suas prodigiosas celulazinhas cinzentas no cérebro, e Miss Marple, uma solteirona simpática, observadora sagaz.

Todo o sucesso, a perenidade dos personagens e a riqueza dos enredos foram, então, a consequência de um quebrar de rochas acessível a qualquer ser humano.

Clique aqui:

Para ver a notícia da Agência EFE, via site Terra

Para conhecer um pouco sobre Clarice Lispector

Para ler o texto do autor Frei Betto sobre as razões de escrever

Para ler matéria da revista Veja sobre Jane Austen

Para ler um trecho do livro “Orgulho e Preconceito e Zumbis”

Abaixo, veja o vídeo com uma animação de Agatha Christie:

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