“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.”
Na noite desta quarta-feira, dia 5 de dezembro no Rio de Janeiro, o Brasil perde um dos seus maiores ícones – Oscar Niemeyer. O arquiteto brasileiro de maior prestígio internacional, é manchete dos principais jornais do mundo. Sua arquitetura, monumental e cheia de curvas, impressionou e o consagrou entre os maiores nomes da arquitetura mundial e agora ele é reverenciado nas primeiras páginas em todo o planeta.
O Niemeyer nasceu no Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1907 e vem influenciando gerações de estudiosos, profissionais e admiradores da arte de projetar e construir ambientes. “Meu nome deveria ser Oscar Ribeiro Soares ou Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares, mas prevaleceu o nome estrangeiro e acabei conhecido como Oscar Niemeyer.”
Museu Oscar Niemeyer, Curitiba. Foto: Euqueroviajar.
Em 1929, Niemeyer começou seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes. “Entrei para a Escola Nacional de Belas Artes em 1929. Gostava de desenhar e o desenho levou-me à arquitetura. Lembro-me que ficava com o dedo no ar desenhando. Minha mãe perguntava: ‘o que está fazendo menino?’ ‘Desenhando’, respondia com a maior naturalidade. Realmente, fazia formas no espaço, formas que guardava de memória, corrigia e ampliava, como se as tivesse mesmo a desenhar.”
O início de carreira como arquiteto acontece no escritório de Lucio Costa e Carlos Leão. Oscar procurou o escritório de Costa e Leão para fugir da arquitetura comercial que dominava as empresas naquela época. Por paixão aos estudos de arquitetura, Niemeyer preferiu trabalhar de graça por um tempo, mas se aprofundar mais, conhecer melhor e matar algumas dúvidas que tinha em sua mente de jovem arquiteto. Em 1940, Niemeyer tem seu primeiro contato com Juscelino Kubitschek. O então prefeito de Belo Horizonte convida o arquiteto para projetar o Conjunto da Pampulha.
Surge então, a parceria que mais tarde daria origem a Brasília. Em 1958 Oscar Niemeyer se transfere para o planalto central, a fim de acompanhar de perto as construções da nova capital do Brasil. “Meus primeiros projetos foram elaborados no Rio, mas pouco tempo depois fechei meu escritório de Copacabana e, como um simples funcionário público, fui com meus companheiros para o Planalto Central”. “E ali ficamos durante vários anos. À noite, era um silêncio total naquele fim de mundo. Mas o entusiasmo superava tudo e Juscelino Kubitschek a todos dava o exemplo com seu otimismo constante.”
Depois de Brasília, o arquiteto começou a galgar o exterior. Projetos, exposições, premiações e até um escritório em Paris. A arquitetura de Niemeyer foi conquistando o mundo. Hoje, seus projetos estão espalhados por todo o globo e ainda são usados como referências para as novas gerações de amantes da arquitetura.
Conheça algumas das principais obras de Oscar Niemeyer
“Não me sinto importante. Arquitetura é meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral.”
A Marquês de Sapucaí ou Sambódromo do Rio de Janeiro. A Passarela Professor Darcy Ribeiro foi projetada por Niemeyer em 1983. Veja ótima galeria das obras do arquiteto na Uol
Prédio da oca no parque Ibirabuera em São Paulo
Niemeyer projetou o Congresso Nacional em 1958, durante a construção de Brasília
O Palácio da Alvorada, residência oficial dos presidentes brasileiros, também foi projetado pelo arquiteto, em 1957
O Palácio do Planalto é a sede da Presidência da República projetada por Niemeyer durante a construção de Brasília
Estátua simbolizando a Justiça fica em frente à sede do Supremo Tribunal Federal, na praça dos Três Poderes, em Brasília
Fachada iluminada do Palácio Itamaraty, sede do Ministério da Relações Exteriores projetada por Niemeyer
Parte externa da Catedral Metropolitana de Brasília, projetada por Oscar Niemeyer em 1958. Veja ótima galeria das obras do arquiteto na Uol
Interior da Catedral Metropolitana de Brasília, projetada por Oscar Niemeyer em 1958. Via Uol
Igreja de São Francisco de Assis, projetada por Oscar Niemeyer e com painéis de Cândido Portinari, na Pampulha, em Belo Horizonte. O conjunto foi idealizado em 1940. Veja ótima galeria das obras do arquiteto na Uol
Interior do Prédio da Bienal em São Paulo
Veja fotos de Oscar Niemeyer
Oscar Niemeyer na infância. Via galeria UOL
Niemeyer e sua primeira esposa, Annita Balbo. O casal teve somente uma filha, Anna Maria Niemeyer, que deu cinco netos, treze bisnetos e quatro trinetos ao arquiteto. Foto: Oscar Niemeyer
Niemeyer na fase de projeto e construção de Brasília. “Não me sinto importante. Arquitetura é meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral.”Foto: designkultur
Niemeyer e Kubtscheck. Foto: Oscar Niemeyer
Congresso Nacional de Brasília. Foto: Tumblr
Vista aérea do Parque do Ibirapuera – SP. Foto: IBI
Edifício Gustavo Capanema – RJ. Niemeyer participou da equipe responsável pelo projeto, considerado um dos marcos da arquitetura moderna brasileira. Fotos: Oscar Niemeyer
O edifício Copan, no centro de São Paulo. Foto: Arquitetura discutida
Museu de arte contemporânea de Niterói. Foto: Tragarte
Parlamento Latino Americano. Arquitetura decorada
Conheça a trajetória completa de Niemeyer aqui
Por Fernando Gallo