O retorno da coleção Tamagni no MAM. Veja fotos da abertura da exposição
Grandes nomes do modernismo brasileiro estão de volta com a exposição O retorno da Coleção Tamagni: até as estrelas por caminhos difíceis, que teve sua…
Grandes nomes do modernismo brasileiro estão de volta com a exposição O retorno da Coleção Tamagni: até as estrelas por caminhos difíceis, que teve sua abertura nesta quinta feira, 12 de janeiro, no MAM – Museu de Arte de São Paulo.
A mostra, que retoma as origens do Museu e analisa sua história, traz obras de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Aldo Bonadei e Francisco Rebolo, além de flertar com a vanguarda dos anos 1940-50 nos trabalhos de Fernando Lemos, Livio Abramo e Arnaldo Pedroso d’Horta, entre outros. Obras boas e raras de mestres como Volpi, Pancetti e Bonadei, também tiveram seu lugar.
É a primeira exibição completa desde 1968, quando Carlo Tamagni, colecionador e conselheiro do museu, fez uma doação póstuma ao Museu em 1967.
Para salientar ainda mais os diferentes rumos que o acervo do MAM foi tomando ao longo de sua história, trabalhos contemporâneos como Totó treme-terra, do coletivo Chelpa Ferro, e Palhaço com buzina reta – monte de irônicos, de Laura Lima, se espalham pelo espaço expositivo.
Com curadoria de Felipe Chaimovich e Fernando Oliva, a mostra promove um debate sobre o papel do MAM-SP durante sua trajetória e as dificuldades enfrentadas pelo museu. Isso abrange desde a perda de toda sua coleção original, doada à USP em 1963, até a chegada do espólio de Tamagni em 1967 e a volta a uma sede própria (o mesmo prédio de hoje) em 1969, chegando aos dias atuais.
Entre os grandes ganhos da exposição estão a abordagem histórica da formação de um museu, mostrando seus desafios, seus heróis e principalmente o retorno a um papel relevante no cenário artístico do país que se encontra efervescente e chamando a atenção do mundo.
Fashion Bubbles esteve na abertura da exposição a convite da Montana Química
De conteúdo irregular, o espólio de Tamagni traz como destaques obras de Tarsila do Amaral, Livio Abramo e Volpi, que serão exibidas ao lado de trabalhos contemporâneos recentes, como o Palhaço de Laura Lima e Totó Treme-terra, do coletivo Chelpa Ferro, além da Máquina Curatorial, de Nicolás Guagnini, composta por estruturas giratórias que servirão de suporte às obras da coleção. Isso cria um diálogo que explicita a mudança de orientação do modernismo para a arte contemporânea de uma instituição que por um período foi um nome sem corpo, até ganhar em definitivo o prédio onde hoje se instala, sob a marquise do Parque do Ibirapuera. Assim, a mostra promove a reflexão sobre a história do MAM desde seu ressurgimento até os dias atuais, passando por uma extensa documentação do período em que o museu existiu apenas como título
Serviço
O Retorno da Coleção Tamagni – MAM (Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, Parque do Ibirapuera). Tel. (011) 5085-1300. 10h/17h30 (fecha 2ª). R$ 5,50. (dom. grátis). Até 11/3.
A mostra com curadoria de Felipe Chaimovich e Fernando Oliva promove um debate sobre o papel do museu durante sua trajetória. Isso abrange desde a perda de toda sua coleção original, doada à USP em 1963, até a chegada do espólio de Tamagni em 1967 e a volta a uma sede própria (o mesmo prédio de hoje) em 1969, chegando aos dias atuais.
A mostra, realizada simultaneamente na Grande Sala e na Sala Paulo Figueiredo, tem entrada gratuita durante as férias escolares, no período de 12 de janeiro a 22 de fevereiro de 2012.
Veja quem marcou presença na abertura da exposição
Foto 1. Com uma estrutura giratória que serve de suporte às obras, criada pelo argentino Nicolás Guagnini (máquina curatorial”), os visitante são convidados a interagir podendo reordenar visualmente a mostra, fazendo novas combinações e novas interpretações.
Foto 2. Milú Villela, a grande dama brasileira das artes e do terceiro setor. Herdeira do Itaú, Milú é engajada em atividades sociais e ONGs que estimulam o trabalho voluntário nas escolas de todo o Brasil. Ela tornou-se uma referência nessa área. Desde 1995, quando conseguiu R$ 3 milhões em doações para a reforma do MAM, Milú fez do Museu de Arte de São Paulo, um sucesso, e sua participação tem sido essencial na retomada do MAM a um papel atuante e relevante no cenário artístico nacional, . Além de ser uma pessoa encantadora e acessível. Leia mais sobre ela na Isto É.
Conheça um pouco da história de Carlo Tamagni e sua Interação como MAM
“Carlo Tamagni (1900-1966) foi colecionador de arte e sem ele não existiria o núcleo da coleção do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. A exposição traz as 81 primeiras obras a entrar no acervo da instituição após a decisão de Francisco (Ciccillo) Matarazzo Sobrinho, então seu presidente, de transferir a coleção original para o Museu de Arte Contemporânea (MAC), criado em 1963. Tamagni, colecionador e então conselheiro do MAM, doou sua coleção ao museu.
Tamagni, conde, amigo de trotskistas, inimigo de Mussolini, deixou a Itália nos anos 1930. Ao chegar, tornou-se próximo dos pintores que gravitavam em torno da Família Artística Paulista, de origem proletária e italiana. Ele doou a coleção para que o Museu de Arte Moderna, criado em 1948, não desaparecesse do mapa, depois que Ciccillo Matarazzo, interessado em promover a Bienal, doou seu acervo (além de sua coleção particular) ao MAC, provocando reações dos conselheiros da instituição – documentadas com as cartas de protestos originais expostas na mostra. Chaimovich e Oliva, na tentativa de reconstituir o processo embrionário do MAM e a história da coleção base do museu, pretendiam fazer a exposição do jeito que ela foi organizada após a morte de Tamagni, em 1968, no auditório do Banco Nacional de Minas Gerais, na Avenida Paulista (o museu ainda não tinha sede). Mas o espaço é outro, o tempo idem e essas obras acabam adquirindo outro significado expostas 44 anos depois.
Os curadores Chaimovich e Oliva não queriam tratar as obras como relíquias. Acabaram optando por um confronto com a produção contemporânea, colocando no mesmo espaço trabalhos de Marcelo Cidade, Chelpa Ferro, Laura Lima e Fabiano Marques. “Nosso objetivo é refletir sobre o que significa para o Museu de Arte Moderna de São Paulo possuir um conjunto de obras com este perfil, pensar sobre sua origem e sua refundação”, diz Oliva. ” (Fonte: Estadão)
Por Denise Pitta
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