O Impressionismo e a História da Moda são retratados em exposição. Entenda a arte impressionista e veja a roupa da época
Saiba mais sobre o período em que nasce alta-costura, a máquina de costura é inventada e a Belle Époque começa a libertar a mulher Participe…
Saiba mais sobre o período em que nasce alta-costura, a máquina de costura é inventada e a Belle Époque começa a libertar a mulher
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No Musée d’Orsay, em Paris está acontecendo até 20 de Janeiro de 2013 a exposição “L’impressionnisme et la Mode”. Patrocinado pela Dior, a exposição destaca a relação entre os movimentos artísticos do século 19 e a história da moda.
Quem estiver em Paris nesta data é uma grande oportunidade de vivenciar a arte impressionista e o espírito da época. Além de uma espetacular coleção de pinturas de mestres impressionistas, os visitantes encontrarão uma generosa seleção de publicações de moda do período, incluindo “La Mode Illustrée”, “La Mode miniatura”, e até “La Dernière Modo”, de Stéphane Mallarmé. Vestidos de 15 anos impressionistas, vestidos de pé e vestidos de chá, que foram restaurados graças ao patrocínio oferecido pela casa de Dior.
“Os impressionistas sabiam como expressar o movimento das flores e das árvores, a forma de captar a luz dos rios e as florestas. Eles viram a natureza como um modelo separado e individual, sensível e viva, em cores que pareciam ser sentidas.
Edouard Manet, Claude Monet, Auguste Renoir, Edgar Degas e Gustave Caillebotte fizeram do instantâneo e do efêmero, uma fonte de inspiração eterna, e, através do prisma de suas emoções e impressões, conseguiram destilar a realidade de seu tempo, das grandes mudanças econômicas e industriais, e as atitudes de seus contemporâneos.
É esta relação reciprocamente inspiradora entre os impressionistas e a moda que o Musée d’Orsay está explorando, com uma importante, linda e encantadora exposição, que vai até 20 de janeiro de 2013. De revistas de moda da época para retratos de Edouard Manet e Renoir Auguste, a exposição chama a atenção para o papel muito importante desempenhado pela roupa na compreensão de uma época específica. Mais do que simplesmente uma gravação autêntica, esses pintores conseguiram transmitir uma realidade estética, no século 19 (com obras abrangendo as décadas de 1860-1880).”
Via site Dior Mag.
L’Impressionnisme et la Mode, até 20 de janeiro de 2013
Musée d’Orsay
5 Quai Anatole France – 75007 Paris
Saiba mais sobre a Arte Impressionista
Segundo a pesquisadora Graça Proença, o Impressionismo revolucionou profundamente a pintura e deu início as grandes tendências do século XX. Os artistas impressionistas procuravam, a partir da observação direta do efeito da luz solar sobre os objetos, registrar em suas telas as constantes alterações que essa luz provoca nas cores da natureza.
Os mestres impressionistas levavam em conta os seguintes aspectos:
- A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da Incidência da luz do sol;
- As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar as imagens;
- As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como eram representadas no passado;
- Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos;
- As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros, pequenas pinceladas. è o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para ser óptica.
A primeira exposição impressionista aconteceu em 1874 em Paris. O público e a crítica reagiu mal e demorou uma década para assimilar o movimento. Entre os expositores estavam: Renoir, Degas, Pisarro, Cézanne, Sisley, Monet e Marisot.
Trajes Históricos – O Panorama da Moda de 1850 a 1900
Não era só a arte que passava por uma revolução nas prósperas décadas do fim do século 19. O Vestuário também refletia este espírito se tornando cada vez mais elaborado e luxuoso. É o início da alta-costura em Paris, fenômeno que teve como idealizador Charles Frederick Worth, considerado o primeiro estilista da história.
Segundo NJ Stevenson, no livro Cronologia da Moda, durante a segunda metade do século XIX o poder mudou de mãos na Europa. O Congresso de Viena restaurou monarquias e, em meados da década de 1860, o Segundo Império de Napoleão III estava consolidado na França.
O espírito da época era o materialismo e Paris representava o Império como uma cidade grandiosa que exalava poder e gostava de exibir riqueza.
A Imperatriz Eugênia, que amava Moda, foi representante natural dessa ostentação e sua preferência pela Maison Worth estimulou a introdução do sistema de alta-costura existente até hoje.
A Moda é sempre feita de movimento e contra movimento, e, neste mesmo período, em 1846, Isaac Singer patenteou a máquina de costura – a Singer foi introduzida em 1851. Roupas prontas começavam a ser produzidas em Londres no East End e nas áreas industriais de outras cidades, que submetiam os operários a condições desumanas.
Com o advento da máquina de costura, a preocupação com a elegância estendeu-se as mulheres de classe média, que tentavam imitar os modelos da alta-costura.
Imagem via Trendências
A Moda
As saias muito rodadas estavam entre as principais características deste período. Para conseguir tal efeito muitas anáguas eram usadas. James Laver conta que o peso acabou tornando-se intolerável, e, em 1856, foram substituídas pela crinolina ou anágua de arcos.
Eugênia influenciava a moda da época através de de revistas como The Englishwoman´s Domestic Magazine, de Samuel e Isabella Beeton, e La Belle Assemblée. A imperatriz francesa se encantou pelas crinolinas difundido a tendência.
Os homens muito elegantes usavam sobrecasaca e cartola.
Crinolinas usadas pelas mulheres para dar volumes as saias rodadas em 1864, 1860 e 1857. Saiba mais sobre as crinolinas na Wikipedia
A Belle Époque
Em 1870 tem início a Belle Époque, que vai até 1914. É o período de transição do velho para o novo século, em que se inicia a modernização do vestuário, principalmente em relação as roupas femininas. Mudança de paradigma que também refletem a busca das mulheres por igualdade social.
Neste período a silhueta mudou das primeiras anquinhas, para as saias mais longas e justas com uma cauda, e depois para o exagerado busto único eduardino e a silhueta em forma de S, suportando uma profusão de adornos, como mostra o Livro Cronologia da Moda.
Modelo de anquinha usado pelas mulheres da Belle Époque. Imagem via blog Belogue
Aqui está a aurora da libertação da mulher, que adota conjuntos masculinos de tweed quando começa a garantir seu sustento em trabalhos como governantas, balconistas e datilógrafas.
A roupa de alfaiataria foi requisitada por essa nova classe média a partir do tailleur usado pelas damas da classe alta para viagens e atividades campestres, e, foi indicativa de uma mudança de paradigma que libertou a mulher do lar.
As atividades de lazer, antes privilégio das classes altas, começam a se popularizar à medida que as famílias da recém-estabelecida classe média crescia. Os filhos da classe que acabara de ganhar uma ascensão social tinham expectativas e adotaram um estilo de vida que envolvia educação, esportes e divertimento.
A Belle Époque era movida a champanhe e licenciosidade – as roupas de baixo das nobres eram tão enfeitadas quanto as das prostitutas e tão cheias de babados quanto as das dançarinas de cancã do Moulin Rouge.
Em 1892 a revista Vogue foi lançada em Nova York.
Mais tarde, uma onda de exploração artística na Europa levouà substitução da opulência ostensiva para a expressão de novas ideias de exotismo, modernidade e decoração.
O escritor Oscar Wilde está entre as personalidade deste período, que contrapõe luxo e decadência.
o exagerado busto único eduardino e a silhueta em forma de S. Imagem via Vistase
Veja mais pinturas impressionistas
“O que conta em seus retratos é humor e movimento, linguagem corporal e silhueta. O que conta no mundo em que o modelo é pintado é a configuração e a decoração. A roupa é especialmente importante – atuando como uma testemunha ocular a estética de uma época, uma expressão têxtil de gostos, atitudes e estilos de vida.”
Imagem via Trendências
Bibliografia:
- Cronologia da Moda de Maria atonieta a Alexandre Mcqueen de NJ Stevenson
- A Roupa e a Moda – Uma história Concisa de James Laver
- História da Arte de Graça Proença
- Site Dior Mag
Por Denise Pitta de Almeida
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