Morreu neste sábado (19/07/2008), de uma forte pneumonia, a atriz Dercy Gonçalves, exemplo de vivacidade, ireverência e alegria de viver.
“Dercy Gonçalves, nome artístico de Dolores Gonçalves Costa (Santa Maria Madalena, 23 de junho de 1907 – Rio de Janeiro, 19 de julho de 2008) foi uma atriz brasileira, oriunda do teatro de revista e notória por suas participações na produção cinematográfica brasileira das décadas de 1950 e 60.
Dercy era famosa por suas entrevistas irreverentes, pelo seu bom humor e pelo uso constante de palavras de baixo calão. É a maior expoente do teatro de improviso no Brasil.”
Leia biografia da atriz na Wikipédia.
“Quem me criou foi o tempo, foi o ar. Ninguém me criou. Aprendi como as galinhas, ciscando, o que não me fazia sofrer eu achava bom.” Dercy Gonçalves
O CARO PREÇO DA LIBERDADE
“A pequena Santa Maria Madalena – na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, a 237 km da capital – era pequena demais para Dolores Gonçalves Costa, filha do alfaiate Manoel e da lavadeira Margarida, (que a deixou ainda pequenina, com mais seis irmãos, quando soube que o marido tinha uma amante).
Em entrevista a ISTO É, Dercy, neta de coveiro, contou: “Quem me criou foi o tempo, foi o ar. Ninguém me criou. Aprendi como as galinhas, ciscando, o que não me fazia sofrer eu achava bom”.
Aos 17 anos, trabalhando como bilheteira de cinema e horrorizando a hipocrisia local ao se maquiar como as atrizes que via na tela, dançar em festinhas e quermesses em troca de comida, fugiu num trem em direção a Macaé, onde pretendia juntar-se a um circo que havia visitado a sua cidade.
Eugênio Pascoal, cantor de grupo mambembe, foi o desvirginador de Dercy, que, no ato, vestia uma camisola feita de saco de arroz com uma inscrição que acabou ficando sobre os seios de adolescente: “Indústria Brasileira de Arroz Agulhinha, arroz de primeira”.
A violência da primeira vez acabou o romance, assustou a mocinha mas a amizade continuou. De Pascoal também ficou, como lembrança, o contágio pela tuberculose.
Ademar Martins, mineiro exportador de café, casado e católico cuidou da doente, pagou-lhe as despesas do sanatório nas vizinhanças de Juiz de Fora e, depois da alta médica, instalou-a num hotel na Praça Tiradentes.
Da união, nasceu Dercimar, filha única, que teve educação primorosa.” (Por Thereza Pires)
Veja belíssima homenagema Dercy Gonçalves e saiba mais sobre sua carreira e seus amores no site Página da Cultura.
Dercy Gonçalves Especial
Dercy Gonçalves Com Silvio Santos PARTE-1/8
101 anos de Dercy Gonçalves
Imagens do site Página da Cultura.
VIRADOURO 1991 – “Bravíssimo – Dercy Gonçalves, O retrato de um povo”
Composição: Gelson, Rubinho, Odir Sereno e Aldir
Ah! Obrigado Dercy,
Mercy, Dercy !
Abriu-se as cortinas pro seu show
São cinco letras a sorrir
De Madalena pra Sapucaí
Um dia
Lá no trem da esperança
Vai o sonho de criança
Descendo a serra
Tão lindo e feliz
A luz então brilhou
O palco se acendeu
O show vai começar
Na Casa de Caboclo
A menina deslumbrou (ôô, ôô)
E no seu primeiro ato
O sucesso abriu os braços pra você
Brilhante no teatro de revista
Em cena o talento de Dercy
Da comédia à piada
Com humor e gargalhada
Eu vou me acabar (quá, quá, quá,quá, quá)
No cassino e no cinema
No sangue o dom de criar
E viajou
Lá foi Dolores
Que dor no coração
Mas quem pensou que a luz se apagou
Se enganou, ela voltou
Ela voltou com mais garra e inspiração
Cada vez mais sapeca, quem diria
Soltando a perereca da vizinha
Vou entrar no circo e com você sonhar
No fim da peça pra você gritar
Um bravo…..
Bravo, bravíssimo !
Mil aplausos pra você Dercy
Ao retrato de um povo
A homenagem da Viradouro
Em 1991 Dercy foi tema de enredo da Escola de Samba Viradouro, e desfilou com os seios a mostra