Galeria Berenice Arvani expõe “Anos 50 – 50 Obras”
Judith Lauand, Sem Título, anos 1950 (guache s papel, 12 x 10 cm) Os anos 50 repassados A Galeria Berenice Arvani apresenta a exposição Anos…
Judith Lauand, Sem Título, anos 1950 (guache s papel, 12 x 10 cm)
Os anos 50 repassados
A Galeria Berenice Arvani apresenta a exposição Anos 50 – 50 Obras de 12 de maio, às 19h, a 26 de junho. Trata-se de uma seleção de trabalhos, pesquisada e reunida durante um ano pelo jornalista Celso Fioravante, que homenageia os 50 anos de exibições históricas em São Paulo e no Rio de Janeiro. A mostra reúne considerável conjunto de obras inéditas ou raras na trajetória da arte brasileira. Outro aspecto da exposição é repassar a produção do período sem se ater exclusivamente ao concretismo e ao neoconcretismo, preponderantes quando se pensa na arte dos anos 50. A vertente expressionista, os flertes com a figuração e outras experiências estéticas exercitadas naquele período também estão presentes. Um dos objetivos explorados pela mostra é buscar uma visão alternativa em torno do período.
A mostra conta com a participação de 25 artistas cujas produções tiveram grande desenvolvimento na década de 50. A exibição reúne óleos sobre tela, papel e Eucatex, aquarelas, guaches, pasteis, nanquins, estudos e uma técnica experimental, colagem sob calor e pressão, realizada por Ivan Serpa (1923-1973). O caráter museológico da exposição é voltado ainda para o resgate de artistas pouco vistos, mas de grande qualidade estética e rigor técnico. Na relação estão, por exemplo, Alberto Teixeira, Thomaz Perina, Maria Helena Motta Paes (1937-2005), atuantes em Campinas, e a alemã Gisela Eichbaum (1920-1996), em São Paulo.
Maria Helena Motta Paes, Perenidade, 1958 (óleo s tela, 50 x 61cm)
“A partir de 2010 é provável que os anos 50 comecem a dividir espaço com os anos 60, quando novas experiências estéticas começaram a ser desenvolvidas e desembocaram nas produções cinéticas, na arte pop, na arte povera, nas instalações… Por isso, desde maio de 2008 comecei a pensar nessa mostra e no resgate de artistas, alguns deles ainda vivos, que não estavam sendo observados pela crítica e pelo mercado de arte”, diz Celso Fioravante, que organizou no ano passado, também na Galeria Berenice Arvani, a coletiva Frente, Ruptura e Ressonâncias, também sobre os anos 50.
A organização da coletiva está voltada para os grupos de forte atuação em exibições de dimensão nacional como Frente, Ruptura, Ateliê Abstração e Grupo Vanguarda. O público poderá conferir obras de artistas engajados ou não à tal diversidade e simultaneidade da arte nos anos 50. “Foi um período efervescente da cultura no país motivado pelas primeiras edições da Bienal de São Paulo, as criações dos museus de Arte Moderna de São Paulo e Rio de Janeiro, a importância dos salões e a preocupação com as constituições dos acervos públicos”, observa o jornalista.
Segundo Celso Fioravante, a reunião das obras foi trabalhosa já que vários artistas são muito valorizados e outros tiveram suas obras garimpadas em vários Estados do Brasil. Anos 50 – 50 Obras evidencia a necessidade de se fazer individuais de vários artistas relacionados, o que é uma das condutas curatoriais da galerista Berenice Arvani nos últimos anos.
Particularidades e resgates
Várias são as particularidades da exposição, avalia Celso Fioravante. Alberto Teixeira, português radicado em Campinas e que atuou no Ateliê Abstração, coordenado por Samson Flexor, significa o reencontro com um artista atuante e talentoso, apesar de afastado há muitos anos do circuito. Cinco aquarelas de sua autoria estão na exposição.
Samson Flexor, Composição, 1951 (guache s papel, 23 x 32cm)
De Aloísio Magalhães (1927-1982), a organização da mostra apresenta uma pintura e destaca que, ao lado de Alexandre Wollner, ele foi um dos pioneiros do design brasileiro e mesmo assim continua pouco conhecido no circuito das artes. Judith Lauand exibe dois estudos realizados para um mural em um Hospital de Araraquara (interior de São Paulo), painel este que foi restaurado recentemente. A importância histórica e da obra da artista tem sido reavaliada nos últimos anos. A Galeria Berenice Arvani realizou individual recentemente e ela esteve presente na exposição Concreta 56, organizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo, comemorativa aos 50 anos da exposição concretista.
Mauricio Nogueira Lima (1930-1999) se destaca pela apresentação de três guaches, colagens e nanquim sobre cartão as quais elabora estudos de pinturas. O artista pernambucano, falecido em Campinas, transitou pelo grupo Ruptura.
Segundo o jornalista, o trabalho selecionado de Antonio Bandeira (1922-1967) é atípico. “É um guache sobre papel realizado em Paris, quase monocromático e no qual ele mistura de maneira poética elementos de abstração e de figuração”, diz.
Antônio Bandeira, Urbanisme, 1955 (guache s cartão, 48 x 62cm)
O paulistano Antonio Maluf (1926-2005) é representado por um desenho que segue a mesma linha do cartaz que o artista realizou para a primeira edição da Bienal de São Paulo, trabalho gráfico que simboliza uma das passagens mais férteis da arte brasileira. Celso Fioravante destaca também o óleo sobre papel de autoria da paulista Niobe Xandó. Entre o experimental e o surpreendente, a obra foi datada duas vezes pela artista. A recuperação do trabalho possibilita o público conferir um inteligente recurso visual.
O baiano Rubem Valentim (1922-1991), homenageado na grande coletiva De Valentim a Valentim, em cartaz no Museu Afro Brasil, em São Paulo, e em mostra individual na Galeria Paulo Darzé, na feira SP-Arte, também terá uma pintura na mostra.
Entre os grupos atuantes nos anos 50 representados na exposição, merece atenção o Grupo Vanguarda (1958-1966), visto por meio de obras de Thomaz Perina e Maria Helena Motta Paes. Motivados pelo contato com a Bienal de São Paulo, os artistas de Campinas realizaram séries de trabalhos de qualidade produzidas fora do eixo Rio-São Paulo e que foram logo reconhecidos por Waldemar Cordeiro, Décio Pignatari, Hermelindo Fiaminghi, Ronaldo Azevedo e outros artistas-teóricos do concretismo no país.
Anos 50 – 50 Obras
de 12 de maio a 26 de junho de 2009
Exposição: Anos 50 – 50 Obras
Artistas: Alberto Teixeira, Alice Brill, Aluisio Carvão, Aloísio Magalhães, Anatol Wladislaw, Antonio Bandeira, Antonio Maluf, Arnaldo Ferrari, Décio Vieira, Fernando Lemos, Hermelindo Fiaminghi, Gisela Eichbaum, Ivan Serpa, João José Costa, Judith Lauand, Luis Sacilotto, Maria Helena Motta Paes, Mauricio Nogueira Lima, Milton Dacosta, Niobe Xandó, Rubem Ludolf, Rubem Valentim, Samson Flexor, Thomaz Perina e Ubi Bava.
Organização e pesquisa: Celso Fioravante
Local: Galeria Berenice Arvani
Endereço: Rua Oscar Freire, 540, Jardim Paulista, tel. 3082-1927
www.galeriaberenicearvani.com
Abertura: 12 de maio, às 19 horas
Horário: segunda a sexta, das 10 às 19h30
Ubi Bava, Sem Título, anos 1950 (guache s papel, 27 x 27cm)
Thomaz Perina, O Varal, 1957 (guache s papel, 24m x 33cm)
Rubem Valentin, Sem Título, 1954 (óleo s eucatex, 19 x 24cm)
Niobe Xandó, A Chegada do Pescador, 1952 53, óleo s papel, 37 x 31cm)
Milton Dacosta, Figura Feminina, anos 1950 (óleo s tela colada em madeira, 14 x 11cm)
Maurício Nogueira Lima, Estudo, 1951 (nanquim s papel, 23 x 30cm)
Luis Sacilotto, Sem Título, anos 1950 (óleo s madeira, 48 x 67cm)
João José Costa, Sem Título, 1953 (guache s papel, 43 x 30cm)
Hermelindo Fiaminghi, Sem Título, anos 1950 (óleo s madeira, 50 x 50cm)
Fernando Lemos, Sem Título, 1956 (nanquim s papel, 75 x 65 cm)
Arnaldo Ferrari, Sem Título, anos 1950 (óleo s papel, 40 x 40cm)
Aluísio Carvão, Composição, 1959 (guache s papel, 50 x 35cm)
Aloísio Magalhães, Olinda, Festa, 1957 (óleo s tela, 59 x 67cm)
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