Casa projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik será aberta ao público para visitação, resgatando exposição que aconteceu nos mesmos moldes em 1930, quando, pela primeira vez no país, houve a reunião de diferentes artes visuais num mesmo evento.
Escritório Piratininga Arquitetos Associados propõe uma discussão sobre o potencial de transformação da arquitetura hoje, com uma série de entrevistas.
A exposição Casa Modernista 80 anos, em comemoração à mostra realizada em 1930, será aberta no dia 26 de março, com vernissage para convidados no dia 25 de março, na casa.
Além da casa e do jardim restaurados, estarão em exposição cerca de 25 móveis e objetos desenhados por Warchavchik, alguns presentes na mostra de 1930. Também há fotografias de suas obras construídas, plantas arquitetônicas e desenhos.
Restaurada por iniciativa da família Warchavchik, a casa modernista reúne mobiliário, filme e dezenas de fotografias das décadas de 30 e 40. A curadoria geral é de Carlos Eduardo Warchavchik, os textos sobre arquitetura são de José Correia Tavares de Lira e, a curadoria fotográfica, de Ricardo Mendes.
Com projeto do arquiteto Gregori Warchavchik, a casa da Rua Itápolis abrigou, em sua inauguração em 26 de março de 1930, a “Exposição de uma Casa Modernista”. Pela primeira vez no país, houve a reunião de diferentes artes visuais, como pintura e escultura, dentro de uma casa em estilo arquitetônico modernista e com uma decoração também modernista, e num jardim tropical de autoria da esposa do arquiteto, Mina Klabin Warchavchik. A casa é tombada como patrimônio histórico pelos órgãos das instâncias municipal, estadual e federal.
Foto de ImageShack
Em artigo sobre arquitetura moderna, publicado no jornal carioca Correio da Manhã, de 1º de novembro de 1925, Gregori Warchavchik escreveu: “Construir uma casa o mais cômoda e barata possível, eis o que deve preocupar o arquiteto construtor da nossa época de pequeno capitalismo, onde a questão de economia predomina todas as mais. A beleza da fachada tem que resultar da racionalidade do plano da disposição interior, como a forma da máquina é determinada pelo mecanismo que é a sua alma”.
Em formato digital, haverá um pequeno filme feito na casa durante a exposição de 1930 de cerca de 5 minutos, em ‘looping’, intercalado com fragmentos do Neues Leben ou Das Neue Wohnen (novos amores ou a nova moradia), de Hans Richter (1930), contendo cenas de casas de Gregori Warchavchik. O automóvel usado por ele, da marca Ford, ano 1934, também faz parte da mostra.
O Museu da Casa Brasileira, que oferece visitas guiadas à exposição, está organizando uma mostra paralela. Serão duas maquetes, a da casa da Rua Santa Cruz e, outra, do interior da casa da Rua Itápolis, recriando a ambientação da exposição de 1930, ambas cedidas pela Pinacoteca do Estado. Em fotos, pode-se ver a casa modernista com sua arquitetura e paisagismo originais; a festa de inauguração com a presença de Mina Klabin, Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Guilherme de Almeida; a decoração da casa com peças como pinturas de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Lasar Segall, escultura de Victor Brecheret, móveis e luminárias desenhadas por Warchavchik e tapetes do período Bauhaus.
Também haverá um catálogo da exposição de 1930 e fotos de outras casas projetadas pelo arquiteto Warchavchik, como as da Rua Bahia e Rua Santa Cruz, ambas em São Paulo, e da Rua Toneleros, no Rio de Janeiro (RJ).
Foto de Modernista
Casa Modernista
Visitação de 26/3 a 21/4, de quarta a sexta-feira, das 13h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Rua Itápolis, 961 – Pacaembu – São Paulo
Realização: Família Warchavchik
Coprodução Piratininga Arquitetos Associados
Pauta de Queila Ferraz