>Palácio da Alvorada
Há mais de 50 anos Brasília está na moda! Desde sua inauguração solene, ainda em parte inacabada, por seu construtor, o Presidente Juscelino Kubitschek Oliveira, em 21 de abril de 1960, a ousadia ali aplicada, no urbanismo e arquitetura, revolucionou os conceitos de como projetar e construir uma cidade destinada a ser capital nacional.
Mas o sonho de construí-la surgiu mais de dois séculos antes, em 1761, com a proposta do Primeiro Ministro português, o Marquês de Pombal, de que se construísse uma capital para o Brasil no centro do seu território.
Visão de um estadista que, anos depois, foi confirmada pela visão mística de um santo: D. Bosco previu, em 1883, o estabelecimento de uma terra prometida no interior do Brasil, entre os paralelos 15º e 20°, à margem de um lago.
Antes dessa última, a visão de um patriota, o brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva, o levou a fazer a proposta da transferência da capital brasileira para o interior, com o nome de Brasília, perante a primeira Constituinte do Brasil, convocada por D. Pedro I, em 1823.
Vista externa da Catedral e vista interna da cúpula
Em 1889, ao proclamar-se a República, a nova Constituição brasileira estabelecia a futura mudança da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central de Goiás. Por esse motivo, em 1891, formou-se uma equipe multidisciplinar que foi enviada a Goiás a fim de procurar o lugar ideal para a instalação da nova capital, que deveria situar-se às margens de uma fonte de água suficiente à construção e abastecimento de uma grande cidade. A Comissão estabeleceu o lugar ideal para a implantação de Brasília, porém o arrojado projeto parou aí.
Juscelino e a concretização do sonho
Primeiro foi a promessa: em 1955, em campanha para a Presidência da República, o candidato Juscelino, estando numa reunião política na pequena cidade de Jataí, Goiás, foi surpreendido com a pergunta de um humilde assistente: se cumpriria a Constituição, em caso de ser eleito, transferindo a capital do Brasil para Goiás. Tomando uma decisão imediata, que mudaria para sempre a história do Brasil, Juscelino respondeu afirmativamente, tornando assim a construção de Brasília a principal meta de seu governo, que tinha como slogan “Cinquenta anos em cinco” – de trabalho e promoção do progresso.
Construir Brasília foi, dessa forma, a arquitetura de um sonho – ou dos sonhos de tantos que anteviram a necessidade de que a capital ficasse no centro do Brasil para concretizar-se o desenvolvimento e integração de todas as regiões brasileiras. A corrupção que hoje enevoa os céus sempre azuis de Brasília terá que ser um passageiro e infeliz momento. Brasília é bem maior que esses homens pequenos que hoje a envergonham.
Proposta do arquiteto e urbanista Lúcio Costa e vista aérea da cidade
Voltando a Juscelino: ele desejou uma arquitetura moderna e ousada, convidando para isso seu amigo, que já conhecia das obras revolucionárias feitas na Pampulha, em Belo Horizonte, o arquiteto Oscar Niemeyer. Este organizou um concurso para eleger o projeto urbanístico da nova capital, vencido por Lúcio Costa. Em certa maneira simples e germinal, essencialmente duas linhas cruzadas, como faz quem assinala um local, Lúcio Costa idealizou um plano urbanístico em forma de pássaro em voo, também visto por muitos como o desenho de um avião ou o traçado do sinal da cruz.
O filósofo Alain de Botto , em “A Arquitetura da Felicidade”, lembra que Brasília, na sua inauguração, pretendia não apenas representar o Brasil, mas projetar um novo país: “Brasília daria origem à modernidade que simbolizava”. Com seu urbanismo e arquitetura de sonhos dos edifícios públicos, Lúcio Costa e Niemeyer fizeram de Brasília uma cidade tão única e original que mereceria, mais tarde receber da ONU o título de patrimônio arquitetônico da humanidade, admirada anualmente por mais de um milhão de turistas.
Museu da República
Teatro Nacional
Congresso Nacional
Monumento a JK
Vogue ABEST – Brasília 50 anos – Monumental Summer – Novembro 2010