Em sua primeira individual no Brasil, artista articula repertórios diversos, evidenciando os contra-sensos da comunicação. Abertura no dia 24 de fevereiro, quarta, a partir das 18 horas.
Sem Título, 2009 (guache e nanquim s papel, 75 x 55 cm)
O dconcept escritório de arte inaugura no dia 24 de fevereiro, quarta-feira, a mostra Perestroika, primeira individual do artista Antonio Sobral no Brasil. Nela, são apresentadas seis obras sobre papel onde o artista desenvolve sua poética de contra-sensos da comunicação a partir de imagens da cultura ocidental. A mostra fica em cartaz de 25 de fevereiro a 26 de março.
Sobral é parte da geração de jovens criadores que não se furta a cruzar referências eruditas com a cultura de massas, a música e a política em sua produção. O arranjo de seu repertório visual, suas técnicas e materiais são eloqüentes: existe aí uma inquietação criadora que não percebe fronteiras entre a alta cultura livresca, a lojinha de R$ 1,99, as conversas de bar, seja no Rio de Janeiro, São Paulo, Paris ou Berlim, onde fixou residência.
Sem Título, bem como as demais obras desta série, tem como ponto de partida uma imagem conhecida da história da arte ou da política, porém sua apropriação é senão mote para a composição de uma ironia que questiona os paradigmas visuais do espectador. Nessa obra, o homem ensangüentado de um detalhe d’O Juízo Final de Fra Angelico (1387-1455) se vê rodeado de versos de Jesus Cristo, canção dos anos 1970 da dupla Erasmo e Roberto Carlos, escritos à moda de um lambe-lambe de show.
Da mesma forma, porém com uma clara nuance política, a obra Perestroika associa a aclamada política de reconstrução econômica da URSS na Era Gorbachev (1985-1991) a uma figura grotesca que devora gente. A coerência da obra, ou seu caráter absurdo, reside na articulação das referências do público, que pode entrever na besta o Leviatã do Livro de Jó, a representação do Estado hobbesiana ou, por que não?, o comunista devorador de criancinhas. A escolha é livre.
Quem, o cavalo punk, por sua vez, é deliciosamente pop. A figura kitsch do perfil da cabeça de um cavalo, dessas de livros de montaria, ganha uma crina branca radical, um penteado moicano que lembra um spray de tinta. É pintura que se comunica diretamente, como a publicidade, porém arranjada de forma a criar uma poética de contra-sensos.
Antonio Sobral estudou cinema em Paris e há alguns anos dedica-se à pintura. Participou de oficinas livres de arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e foi assistente de Adriana Varejão e do pintor americano James Brown, em Paris. Participou de exposições coletivas em São Paulo, Paris e Berlim.
Serviço:
Exposição: Perestroika, individual de Antonio Sobral
Abertura: 24 de fevereiro, quarta-feira, das 18 às 22 horas
Período expositivo: de 25 de fevereiro a 26 de março de 2010
dconcept escritório de arte
Alameda Lorena, 1.257, G1 (Vila Flávio de Carvalho)
Jardim Paulista, São Paulo
Horários: de segunda a sexta-feira, das 14 às 19 horas
Tel. (11) 3085 5006
Entrada franca
www.dconcept.net
Informações para a imprensa:
Décio Hernandez Di Giorgi
Adelante Comunicação Cultural