A Contemporaneidade de Aklander

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Artista plástica da geração que buscou o autoral em exposição individual na PROARTE GALERIA

Pertencente à geração que ultrapassou os limites do conceitual e do novo realismo no Brasil, a artista plástica Ruth Palatnik Aklander ganha exposição de suas icônicas obras na Proarte Galeria em São Paulo.  A individual, que conta com trabalhos em materiais que consolidaram a criação de um estilo de vanguarda e autoral – notadamente o acrílico – propõe a reflexão da contemporaneidade e a contribuição da artista para o fortalecimento da busca de novos caminhos de comunicação nas artes.

Com curadoria de Monica Felmanas, a escolha visou evidenciar sua trajetória, não apenas por alusões históricas às décadas de 60 a 90, mas mostrando a evolução de um trabalho contado pelas escolhas de plataformas artísticas e uso de matérias-primas que marcaram os anseios de uma geração.  Na entrada, o convite para este recorte temporal imagético: a obra “Vôo” – nas cores fluorescentes amarelo, laranja e rosa – materializa a atitude e o desejo primário em dialogar a arte e a ficção com a realidade.

Ironicamente, ao retratar a situação existencial da década de 60 – com seus conflitos libertários, políticos e sociais – Aklander sugere o contexto da época com a utilização do estanho.  O material, que não oxida facilmente com exposição ao ar e resistente à corrosão, discursa visualmente com as ideias do painel de 06 obras intituladas “DNA” e com os conceituais “A longa luta” e “Gerações em conflito”.  Prevalece o aspecto denso próprio do material, sua cor e textura, que se opõem ao lirismo e à explosão de cores da década seguinte.

Do lugar habitual das obras de arte – a parede – a segunda fase, na década de 70, desloca no espaço da Proarte Galeria a leitura do objeto artístico para o teto e pedestais, expondo a inovadora atitude lúdica, uma nova dimensão de comunicação artística, que passa a incentivar a participação do público a interagir e, mesmo, modificar a obra.  A utilização do acrílico denuncia o período em que as cores e as formas harmonizavam novas possibilidades para a criação artística.  Compõem esta fase, as obras que indagam o aspecto natural, artificial e metafísico da vida, como germinação, geração, infinito (Ciclo da Vida Vegetal), mundos distantes (Mundi) e referências à censura (Dizer).

A fase seguinte, que culmina na década de 80, revela o anseio de uma artista pela tradição, mas também, pelo progresso.  Em serigrafia, uma arte mais democrática, tem grande parte das obras criadas a partir da transmutação dos motivos dos trabalhos em acrílico, como a série Cromo motivada pela cromoterapia.

A série Brasil composta por duas obras “Rio, Carnaval M” e “Rio, Carnaval S” sugere uma brasilidade nada efêmera e literária.  As cores se condensam no rosa, vermelho e prata, e sugerem a capacidade da arte em poetizar o indizível de uma época.

A última fase, já na década de 90, caracteriza-se pelas pinturas – em tinta enviada especialmente para a artista após exposição no Havaí – como “Portal 11:11 e em tinta acrílica as obras “Éter”, “Meta/forma”, “Nuclear” e os “Fragmentos H`” (rolo / símbolo / pergaminho / mapa / sarça / ruína), que insinuam a procura da religiosidade, símbolos e raízes judaicas de Aklander.

A Contemporaneidade de Aklander tem abertura prevista 21 de junho na Proarte Galeria, que fica na Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1644 em São Paulo.

Ruth Palatnik Aklander (1926 – 2009)

Nascida na Natal (RN) da modernista década de 20, descendente de uma família de judeus russos, Ruth Palatnik Aklander pode ser caracterizada por sua paixão por novos meios tecnológicos de expressão.  Aos doze anos de idade, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde se graduou na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (atual UFRJ).  Em 1968, iniciou estudos com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna, participando, no ano seguinte, do grupo fundador do Centro de Pesquisa de Arte.  Integrou a Equipe Triângulo, que expôs na XII Bienal de São Paulo em 1973 a obra “Sêmen no Espaço 5”.  Na década de 70 participou de diversas coletivas no Brasil e no exterior, em galerias da Europa, das Américas e do mundo oriental. Suas obras integram os acervos do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea de Campinas, Caixa Econômica do Estado de Goiás, Museu da Rede Ferroviária Federal e Pinacoteca de Natal, entre outros.  Ficou conhecida no circuito das artes como uma artista especialmente criativa e inovadora dentre o rol de artistas de sua época.

Galeria Proarte

Essa é a melhor definição para começar o Quem Somos da Galeria Proarte. Desde 1988 o patriarca da família, Miguel Felmanas, está à frente dos negócios da Proarte, cumprindo o objetivo de intermediar o comércio de obras de arte com preço justo e acessível aos seus clientes.

Sua tradição é marca registrada entre os mais de 10 mil clientes cadastrados. Há mais de 24 anos a Proarte realiza exposições, avaliações, e leilões, conta ainda com obras de artistas novos e consagrados. Além de todos estes eventos, a Proarte também realiza leilões beneficentes anualmente. O último realizado teve parte do lucro direcionado para o Hospital Israelista Albert Einten, em São Paulo.

Com um acervo de 120 quadros de pintores nacionais e internacionais, a galeria conta com estilos desde acadêmicos, modernistas, concretistas até os abstratos. Nomes como DiCavalcanti, Alfredo Volpi, Portinari e Tomie Ohtake estão entre as obras. Criteriosamente escolhidos pelos curadores da Proarte, todas as peças comercializadas na galeria passam por análise de origem, com toda segurança necessária.

Serviço:

A Contemporaneidade de Aklander (Exposição individual de Ruth Palatnik Aklander)

De 21 de junho (quinta-feira) a 9 de julho (segunda-feira)

Galeria Proarte

Curadoria: Monica Felmanas

Entrada Gratuita.

Funcionamento: Segunda à quinta-feira, das 10-20hs. Sexta-feira das 10 às 19hs. Sábado das 10 às 14hs

Endereço: Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1644, Jardim Paulistano, São Paulo, SP.

Telefone: (11) 3085-7488

Estacionamento no local.

www.proartegaleria.com.br

Fonte: Baobá Comunicação

Samantha Mahawasala: Paulistana criadora de conteúdo, em jornalismo e marketing digital, há mais de 13 anos.

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