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42ª edição do Chapel Art Show tem núcleo dedicado a Antonio Henrique Amaral

Em outubro, a tradicional mostra beneficente organizada pela Chapel School, rende homenagem a Antonio Henrique Amaral, apresentando pinturas, desenhos e gravuras de várias fases do…

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Em outubro, a tradicional mostra beneficente organizada pela Chapel School, rende homenagem a Antonio Henrique Amaral, apresentando pinturas, desenhos e gravuras de várias fases do artista.

A exposição traz também trabalhos de Rogério Degaki, Patrícia Furlong, Márcio Scavone, Marcelo Solá, Florian Raiss, Pablo di Giulio, entre muitos outros; todas as obras estarão disponíveis para aquisição.

Entre os dias 20 (coquetel de abertura às 20 horas) e 26 de outubro, a escola internacional americana Chapel School – Escola Maria Imaculada – promove sua tradicional exposição anual de artes visuais beneficente aberta ao público. O evento reúne pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e fotografias de conceituados artistas contemporâneos do cenário artístico brasileiro, que disponibilizam seus trabalhos para a comercialização. O evento tem curadoria de Adriana Rede.

O Chapel Art Show é hoje um evento reconhecido por colecionadores e pessoas que compram arte com certa regularidade. Por seu caráter beneficente, os artistas participam diretamente e colaboram aplicando valores atraentes. Dessa forma, ganha também o comprador, que paga um pouco menos que o valor real de mercado por trabalhos de excelente qualidade. A comissão usual sobre a venda, praticada nas feiras de arte, neste caso é revertida para as obras assistenciais mantidas pela escola.  Os preços vão de R$ 300 e chegam a vários milhares de reais, como no caso de alguns trabalhos de Antonio Henrique Amaral, artista homenageado com núcleo que percorre sua trajetória, dos anos 1960 até hoje. Serão expostas 85 obras do artista.

O Art Show deve reunir mais de 500 obras de 150 artistas nesta edição. O conceituado fotógrafo Márcio Scavone, que participa pela primeira vez do evento, disponibilizou cinco trabalhos, entre eles um álbum com 20 ensaios fotográficos sobre a arte do graffiti nas ruas de São Paulo, e um trabalho premiado pela National Geographic. Rogério Degaki participa com suas esculturas em resina que remetem à toy art. Há ainda desenhos de Marcelo Solá, fotografias de Pablo di Giulio, Valentinino Fialdini e Jardineiro André Feliciano, foto-colagens de Patrícia Furlong, esculturas de Alex Cerveny e esculturas recentes da série Quadrúpede de Florian Raiss, que mostra pela primeira vez a obra Eva, uma quadrúpede mulher. Entre os gravuristas, destacam-se Claudio Tozzi, Cris Rocha e Kika Levy.

Há também um espaço dedicado a uma seleção especial de gravuras assinadas por ícones como Burle Marx, Eduardo Sued, Ferreira Gullar, Antonio Lizarraga, Hércules Barsotti e Almir Mavignier, apenas para citar alguns dos mais de 30 nomes que compõem este núcleo. A mostra apresenta também um expressivo recorte da pintura em estilo naif, gênero muito valorizado pelo público estrangeiro.

Sobre o homenageado

Todos os anos, um artista é homenageado com um núcleo de destaque, com uma grande amostragem de sua carreira. O eleito deste ano é o pintor, gravador e desenhista Antonio Henrique Amaral, que vai apresentar telas de grandes proporções da década de 1970 (série ‘Bananas’), de temática mais agressiva, incorporada ao seu trabalho após o golpe militar de 1964, quando exilou-se voluntariamente em Nova York.  Há também pinturas de sua conhecida série ‘Torsos’, dos anos 1980, várias gravuras dos anos 60, 80, 90 e 2000, fases em que o artista se dedicou à técnica, e desenhos de grandes dimensões de décadas passadas e uma série recente, mais intimista.  Há ainda uma pintura inédita, intitulada ‘Ainda sem nome’.

Sua obra está representada em importantes coleções particulares e públicas, brasileiras e estrangeiras. Nas coleções em museus destacam-se obras no Metropolitan Museum of Art, New York, Pinacoteca do Estado de SP, Museu de Arte Moderna de SP e RJ, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Museu de Arte Moderna de Bogotá, Colombia, Art Museum of The Americas, Washington DC, Latin American Art Collection, Essex University, Inglaterra, entre vários outros no Brasil, EUA, America Latina e Europa.

Atualmente vive e trabalha em São Paulo.

Antonio Henrique Amaral

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais

Biografia – Antonio Henrique Abreu Amaral (São Paulo SP 1935). Pintor, gravador e desenhista. Inicia sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, com Sambonet (1924 – 1995), em 1952. Em 1956, estuda gravura com Lívio Abramo (1903 – 1992) no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP. Em 1958, viaja para a Argentina e o Chile, onde realiza exposições e entra em contato com Pablo Neruda (1904 – 1973). Viaja para os Estados Unidos em 1959, estudando gravura no Pratt Graphics Center, em Nova York. Voltando ao Brasil em 1960, trabalha como assistente na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, e conhece Ivan Serpa (1923 – 1973), Candido Portinari (1903 – 1962), Antonio Bandeira (1922 – 1967), Djanira (1914 – 1979) e Oswaldo Goeldi (1895 – 1961). Paralelamente à carreira artística, atua como redator publicitário. No início da carreira realiza desenhos e gravuras que se aproximam do surrealismo. A partir da metade da década de 1960, sua produção passa a incorporar a temática social, elementos da gravura popular e da cultura de massa, aproximando-se também da arte pop. Em 1967, lança o álbum de xilogravuras coloridas O Meu e o Seu, com apresentação e texto de Ferreira Gullar (1930) e capa de Rubens Martins, em que apresenta uma crítica ao autoritarismo vigente no país. Passa a dedicar-se predominantemente à pintura. Recebe em 1971 o prêmio viagem ao exterior do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro e viaja para Nova York. Retorna ao Brasil em 1981.

Críticas

“Na época em que Amaral pintou as bananas, elas se tornaram um símbolo explícito para o indivíduo submetido a arbitrariedades, aparecendo amarradas e penduradas por cordas, ou agredidas e perfuradas por garfos e outros instrumentos contundentes. Tal foi o vigor dessa pintura, tal a eficácia do símbolo, que Amaral passou a ser relacionado, como pintor, com as bananas, assim como Volpi com as bandeirinhas, e Di Cavalcanti, com as mulatas. Três simplificações inatentas e imprecisas. No caso de Amaral, estereotipou-se a leitura de suas obras como a denúncia de uma violência específica, política e urbana, em detrimento até da apreciação do puro fenômeno pictórico. (E, no entanto, é por causa deste, e não de temas ou engajamentos, que a qualidade e a permanência de uma obra de arte se instauram). A banana era um indício, sim, mas não esgotava a complexidade e a totalidade do autor.(…)”

Olívio Tavares de Araújo AMARAL, Antonio Henrique. Amazônia “a mata”. São Paulo: Galeria do Memorial, 1992.

“Amaral ocupa um lugar de destaque na história da arte brasileira do século XX. Seus elos com o Modernismo do passado são óbvios. Suas associações familiares com Tarsila do Amaral são muito menos significativas do que as afinidades estéticas e criativas que tem com o seu trabalho. Por um lado, Amaral é um mestre do figurativo, mas, ao mesmo tempo, há nele um elemento que o liga ao impulso construtivista, tão poderoso na arte brasileira e na de muitos outros países da América Latina. (…)”

Edward J. Sullivan, 1993 SULLIVAN, Edward J., MILLIET, Maria Alice. Obra em processo: Antonio Henrique Amaral. São Paulo: DBA, 1996.

“Diante da tela o artista sabe que não basta reproduzir ou inventar formas, sua tensão/intenção existe porque está preocupado com a economia sensorial das imagens. O tornar visível significa captar a intensidade das coisas e não tomar o visível como objeto da pintura e a representação como fim. Esse princípio enunciado por Klee põe em xeque a arte figurativa como mimesis, simples cópia do que se vê. Logo surge a dúvida: haveria uma arte exclusivamente submissa ao mundo das aparências? Desta submissão a arte moderna quis escapar ao voltar as costas para as convenções que regiam a representação. Nessa fuga tomou dois caminhos: um, que recusa radicalmente a subordinação ao referente, a abstração; o outro, que vai em direção à figura. Quando a pintura acolhe a figura é o figural e não o figurativo que se realiza. (…)”

Maria Alice Milliet  MILLIET, Maria Alice. Verso e reverso da figura. In: SULLIVAN, Edward J., MILLIET,

Serviço:

42º Chapel Art Show

Coquetel de abertura: 20 de outubro de 2011, às 20 horas

De 21 a 26 de outubro, das 9 às 21 horas

Local: Chapel School – Escola Maria Imaculada

Endereço: r. Vigário João de Pontes, 537 –  Chácara Flora

Entrada e estacionamento gratuitos.

 

Fonte: Conteúdo Comunicação

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