A Nova Ouro Fino
Tem muita gente querendo virar lajeano, mas, sorry, no hay vagas! Lajeano é o novíssimo substantivo da linguagem de publicitários no Brasil. E aquele…
Tem muita gente querendo virar lajeano, mas, sorry, no hay vagas! Lajeano é o novíssimo substantivo da linguagem de publicitários no Brasil. E aquele que faz parte da Laje, o “shopping de criação” no teto da Galeria Ouro Fino. O espaço recém-inaugurado tem produtora de cinema, estúdio fotográfico, agência de comunicação, galeria de stickers, gravadora, consultoria de figurino… Todos os escritórios são independentes – mas têm sintonia na linguagem para serem complementares.
Dia desses na happy hour (que ali é por volta das 21 horas), havia The Kills rolando em alto som, e parte da gataria da Laje tomava uma cervejinha jogando bilhar no hall, enquanto a designer Flavinha Soares preparava uma parede de stickers para o lançamento de sua galeria Cubículo. Outros trocavam ideias sobre um projeto, debruçados na sacada com vistão para a Rua Augusta.
A Laje é coisa nova – tem dois meses de vida -, mas já é considerada um grande acerto dos cineastas Homero Olivetto e Sérgio Cuevas, que a montaram o lugar meio que sem querer.
Na volta de uma temporada de três meses no sertão da Paraíba, Homero foi procurado por Cuevas – com quem já tinha trabalhado na extinta SFilmes – para montar uma produtora enxuta. Por indicação da designer Francisca Botelho eles acharam um imóvel de 150 metros quadrados no topo da Ouro Fino. Mas o proprietário só alugaria o espaço se eles ficassem com todo o andar do prédio construído nos anos 60. Levaram! Mas o quefazer com o resto daquelas salas micadas, destruídas? “Começamos a oferecer para conhecidos e a idéia se espalhou no boca a boca”, conta Homero, que é filho do publicitário Washington Olivetto.
Quando se chega lá, a impressão é de estar em casa de amigos – e de gente que é e está cheia de novidades. Francisca foi a primeira a instalar seu ateliê, onde está produzindo para a Barney’s de Nova York uma nova coleção ecologicamente correta de jóias, cobrindo de ouro folhas caídas das árvores de sua fazenda.
Vieram em seguida os produtores culturais Beto Lago e Chico Lowndes com o QG do Mercado Mundo Mix – que este ano chega à Espanha -, a jornalista Mónica Figueiredo, com a nova editora Salacadula, as figurinistas do Atelier 5 e as neo-estilistas ítalo-chinesas Carol e Clarisse Lu da M. Butterfly. Depois, a OLôko Records, de Biba Beujart. “Ela tem em mãos uma cantora que é uma loucura: a Lua, que tem uma voz poderosa e vai abrir o Pan. O disco é absurdo, feito com Lenine, BNegão e mais 52 músicos, e remixado por Bob Power, que faz músicas para Erykah Badu”, diz o diretor Rodrigo Pitta, da CriaLab, produtora de eventos multimídia. A interação entre os lajeanos é natural.
Eles abrem as portas para festas e produzem tudo. Para circular por lá, só by appointment. Mas a idéia é evoluir para centro cultural.
Por RG Vogue
Matéria do Mercado Competitivo.
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