"Garotas voltam à praia", ilustração de Alceu Penna, 1960.

História da Moda Praia no Brasil: evolução dos maiôs e biquínis ao longo das décadas

Em um país tropical, é claro que a Moda Praia no Brasil sempre deu o que falar. Conheça aqui a história e evolução dos maiôs e biquínis no país.

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O nosso país no mundo é sinônimo de sol, praia e uma natureza estonteante. Assim, quando se fala dele também surge à cabeça a imagem da Moda Praia no Brasil. Mas, afinal, qual foi a evolução dessas peças em nosso país?

Como já pudemos ver anteriormente na História da Moda Praia nos Anos 20, a evolução do traje de banho foi muito lenta. Foi apenas no século XX que surgiu de fato uma roupa própria para a praia e a piscina. Desde então, o modelo foi aos poucos evoluindo, acompanhando de perto o processo de emancipação feminina.

Afinal, a sociedade antes considerava que o corpo era sinônimo de vergonha, devendo assim ser velado. Foi apenas a partir da década de 50 que o estilo mudou de vez com o surgimento dos biquínis e a popularização das roupas mais curtas, confortáveis e leves.

 

 

Evolução da Moda Praia.
Evolução da Moda Praia. Fonte: Aventuras na História.

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Dessa maneira, a moda praia no Brasil seguiu esse lento avanço, que foi gradual mas constante. Tendo de perto se adaptado àquilo que estava na moda no exterior, principalmente na Europa, os trajes de banho mudaram muito de estilo ao longo do tempo.

Acompanhe a seguir essa evolução, e veja alguns dos modelos que puderam ser vistos ao longo das décadas nas praias brasileiras.

 

 

 

 

A praia como ambiente de lazer

 

 

Vamos começar pelo princípio: passar o dia na praia e banhar-se no mar nem sempre foi uma atividade recreativa. Até o final do século XIX no Brasil (e no mundo), o mar era essencialmente um local de trabalho – para os pescadores e navegadores – e de transporte – única forma de, por exemplo, dos portugueses chegarem ao país desde a Europa.

Além de tudo, ele causava apreensão. Afinal, as pessoas por muito tempo viram como perigosa aquela imensidão pouco explorada e conhecida.

 

 

Roupa de banho de 1858 publicada pela "Harpers Magazine".
Roupa de banho de 1858 publicada pela “Harpers Magazine”. Fonte: Wikimedia commons.

 

 

Na Europa, o hábito de as pessoas se banharem com a água do mar havia começado em meados do século XVIII, mas com uma finalidade medicinal e não de ócio.

Além disso, não nos esqueçamos que o ideal de beleza foi por muito tempo manter a pele sempre o mais branca possível. Em outras palavras, ter a bele bronzeada pelo sol era sinal de uma classe mais baixa, de trabalhadores comuns.

 

 

 

 

Veja alguns vídeos com a evolução da roupa de banho ao longo da história:

 

 

 

 

As piscinas

 

 

Quando começa a ganhar adeptos como forma de lazer, a ida à praia se popularizou primeiro nas grandes cidades litorâneas, só depois se espalhando para outras regiões.

Dessa forma, enquanto no Rio de Janeiro houve pessoas que adotaram a prática já no final do século XIX, em outras cidades litorâneas, como Florianopólis, o hábito apenas se popularizou a partir das décadas de 20 e 30.

Desta forma, as piscinas também se tornaram populares apenas em meados do século passado.

Ainda que já existissem desde a antiguidade, principalmente para os banhos de águas termais, foi com o avanço da tecnologia e a popularização desses materiais no século XX que elas se tornaram cada vez mais comuns.

Claro, como saíam muito caras (e ainda saem!), o mais corrente foi frequentar os clubes da cidade ou as piscinas de hotéis quando surgia a oportunidade.

 

Fotos de duas mulheres na praia publicada pela revista "Careta", de 1926.
Fotos de duas mulheres na praia publicada pela revista “Careta”, de 1926. Fonte: Blog riodejaneirodehontem.

 

 

História da  Moda Praia

 

 

 

A nadadora profissional australiana Annette Kellerman com o primeiro traje de banho único, cerca de 1900.
A nadadora profissional australiana Annette Kellerman com o primeiro traje de banho único, cerca de 1900. Fonte: Wikimedia commons.

 

 

Dessa forma, entre os micro trajes de banho e o estranhamento que os burkinis nos causam hoje em dia, passou literalmente muita água.

Quando a princípio ganhava adeptos, as pessoas iam à praia com um traje muito diferente do atual. Afinal, à época mulheres e homens resguardavam muito mais o corpo.

Entretanto, como já pudemos ver com a evolução da roupa feminina e da moda infantil, o início do século XX veio com mudanças tímidas, mas definitivas no modo de vestir.

Nesse meio tempo, a mudança afetou profundamente a roupa de banho. Pouco a pouco ela passou a se adaptar para dar um maior conforto e liberdade de movimento às pessoas.

Essa história em todo o mundo foi muito interessante. Mas, como se deu a evolução da moda praia no Brasil?

 

 

 

A nadadora profissional australiana Annette Kellerman com um traje de banho mais curto, entre 1903 - 1913.
A nadadora profissional australiana Annette Kellerman com um traje de banho mais curto, entre 1903 – 1913. Fonte: Wikimedia commons.

 

 

A Moda Praia no Brasil: o pudor e resguardo

 

 

A ida ao mar foi por muito tempo mantida em quase total sigilo, sendo feita longe da vista de outras pessoas – ao menos o quanto mais fosse possível.

 

 

Cabines de Banho em Copacabana, 1916.
Cabines de Banho em Copacabana, 1916. Fonte: O Treco Certo.

 

 

É nesse sentido que no princípio do século XX se usavam as cabines móveis. Essas mini casinhas serviam tanto para estar na areia da praia, como para levar as mulheres de maneira mais discreta até a água do mar.

O estilo usado pela mulheres seguia sendo mais monocromático e velado. Entretanto, aos poucos foi surgindo o maiô mais aos moldes que conhecemos.

Em outras palavras, até os anos 40 o traje de banho foi lentamente sendo encurtado e ajustado ao corpo. Ainda assim, se tratava de uma peça única que cobria todo o tronco.

 

 

O primeiro biquíni

 

 

O biquíni veio para quebrar de vez com essa rigidez. Ainda que já houvesse surgido um modelo de duas peças, ele ainda levava muito tecido. A parte de baixo até então era mesmo como um pequeno calção, mais folgado e alto, acima da altura do umbigo.   

 

 

Mulheres por volta de 1930, quando começam a surgir os trajes de banho em duas peças.
Mulheres por volta de 1930, quando começam a surgir os trajes de banho em duas peças. Fonte: Getty images / Terra.

 

 

O traje apareceu pela primeira vez numa versão similar a atual, mais cavada, ajustada e com pouquíssimo tecido, logo em 1946.

No dia 5 de julho desse ano, a ex-dançarina francesa do Cassino de Paris Micheline Bernardini apareceu em público para exibir a criação de Louis Réard. O estilista então chamou o modelo de duas peças de “bikini”.

 

 

Micheline Bernardini usando o primeiro biquíni, em 1946.
Micheline Bernardini usando o primeiro biquíni, em 1946. Crédito: Hulton Archive. Fonte: Wikimedia commons.

 

 

Nem preciso dizer que o modelo causou muita polêmica, tendo chamado atenção ao redor do mundo.

Como tal, ele não foi prontamente adotado pela maioria das mulheres. Ainda assim, pouco a pouco ele passou a ser registrado em diferentes lugares do mundo, incluindo no Brasil.

 

 

Miriam Etz Kaufmann vestida com um biquíni em 1948.
Miriam Etz Kaufmann vestida com um biquíni em 1948. Fonte: Reprodução Terra.

 

 

Foi a modelo e atriz alemã Erna Miriam Etz Kaufmann (1914-2010) que usou pela primeira vez o biquíni no país, em 1948. Ela, que se havia fixado no Brasil desde 1936, confeccionou a sua própria versão da moda praia que havia sido lançada na França dois anos antes.

Miriam deu o que falar na Praia do Arpoador. Portanto, ela é considerada a pioneira do biquíni no Brasil.

 

 

Ilustração de Alceu Penna na revista "O Cruzeiro".
Ilustração de Alceu Penna na revista “O Cruzeiro”. Fonte: Facebook Alceu Penna.

 

 

A moda praia e a emancipação feminina

 

 

Aqui no Fashion Bubbles já vimos como a evolução da moda está intimamente relacionada ao lento mas irreversível processo de emancipação da mulher.

Afinal, a roupa é um símbolo da nosso identidade e personalidade. Além disso, o conforto e a liberdade de escolha foram lenta e arduamente conquistados.

Como tal, a moda representa a conquista progressiva de maior liberdade de exposição e movimento do corpo feminino em público.

Nesse sentido, a mudança nos modelos e a possibilidade de escolha dos trajes de banho foi de perto seguida pelo processo de liberação feminina.

 

 

Ilustração de Alceu Penna para a revista "O Cruzeiro", de 1944.
História da Moda Praia no Brasil – Ilustração de Alceu Penna para a revista “O Cruzeiro”, de 1944. Fonte: Facebook Alceu Penna.

 

 

A partir dos anos 50

 

 

A partir do momento em que a autoafirmação da mulher, a sua introdução no mercado de trabalho, a superação do pudor exagerado e da vergonha do corpo começaram a ser superados, claro que a forma de exibi-lo mudou drasticamente.

Essa profunda transformação foi sentida principalmente a partir dos anos 50. Desde então,  a figura das pin-ups americanas (que remontam ao final do século XIX), super femininas e sensuais, se popularizaram no mundo.

A partir de então elas eram muitas vezes representadas com biquínis, o modelo que era total novidade e sinônimo de muita ousadia.

No Brasil, o responsável por popularizar a figura dessa nova mulher foi o artista Alceu Penna. Por meio das ilustrações na sua coluna “As Garotas”, publicada na revista “O Cruzeiro” de 1938 a 1964, o ilustrado deu protagonismo ao público feminino. 

Com traços delicados e provocativos, Alceu trazia de vez um novo ar à mulher brasileira, que se espalharia rapidamente no Rio de Janeiro, e de lá para o resto do país.

 

 

 

 

Ilustração de Alceu Penna das garotas na praia.
Ilustração de Alceu Penna das garotas na praia. Fonte: Facebook Alceu Penna.

 

 

A Moda Praia das “Garotas do Alceu”: dos anos 30 aos 60

 

 

Ilustração de Alceu Penna "Garotas da Praia", de 1938.
Ilustração de Alceu Penna “Garotas da Praia”, de 1938. Fonte: Facebook Alceu Penna.

 

 

Desde os seus primeiros passos na famosa revista, no final dos anos 30, Alceu Penna passou a registrar as suas garotas no ambiente da praia. Claro, as mulheres nas folhinhas eram muito mais ousadas do que a sociedade permitiria na vida real.

Ainda assim,  a figura do homem continuava a ser muito marcante, fazendo com que as mulheres fossem registradas quase sempre muito indefesas.

 

 

Ilustração de Alceu Penna para "O Cruzeiro", em 1943.
Ilustração de Alceu Penna para “O Cruzeiro”, em 1943. Fonte: Facebook Alceu Penna.

 

A imagem da mulher recatada e discreta ainda imperava no imaginário coletivo. E, acima de tudo, a sua associação à figura masculina era ainda predominante até o início da década de 40. 

 

Ilustração de Alceu Penna "Na praia com as garotas", de 1946.
Ilustração de Alceu Penna “Na praia com as garotas”, de 1946. Fonte: Facebook Alceu Penna.

 

Contudo, como se pode ver a partir dos desenhos de Alceu, a nova mulher brasileira vinha aos poucos ganhando mais independência e protagonismo.

Logo em 1946 aparecem trajadas com o inovador biquíni recentemente lançado na França. Mas, mais importante, ela aparecia descontraída a aproveitar o seu tempo para ela mesma, acompanhada apenas das amigas.

Afinal, era mais do que hora de os trabalhadores do setor perceberem que o mundo não girava em torno dos homens, não é?

 

"Garotas à distancia", ilustração de Alceu Penna, de 1963.
“Garotas à distancia”, ilustração de Alceu Penna, de 1963. Fonte: Facebook Alceu Penna.

 

A moda praia nas revistas femininas

 

“No início do século XX, as mulheres começaram a frequentar as praias (…) e os trajes cobriam o mais possível as formas das senhoras (…). Depois o conforto foi dando suas ordens, e os maiôs se encurtando…As pernas foram ficando inteiramente descobertas e surgiram os decotes nos ombros, colo e costas… Mas o encurtamento prosseguiu, e veio o duas-peças e depois o toque ousado com o biquini. Parece que esse modelo foi tirado do Teatro de Revista. Agora, perguntamos:…o que faltará às mulheres que desejam se exibir? A sua radiografia?” (Texto de Alceu Penna em “O Cruzeiro”, retirado do perfil do Facebook dedicado a Alceu Penna).

 

 

Assim, nas décadas de 50 e 60, foi principalmente por meio das mãos de Alceu que a moda praia no Brasil ganhou cada vez mais formas e cores.

“As Garotas do Alceu”, como a sua coluna ficou conhecida, então traziam o que de mais novo havia no exterior e nas praias do Rio de Janeiro.

A então capital nacional era a principal referência da moda no país. Para lá convergiam mulheres de várias regiões, que desejavam comprar as principais tendências da época nos grandes centros de referência, como a butique “Casa Canadá”.

Como resultado, aos poucos se tornava mais popular a imagem de mulheres esguias, bronzeadas, e que não tinham nenhum receio de demonstrar a sua sensualidade em trajes elegantes, mas ousados.  

Desde então, se tornou impossível dissociar essa imagem a figura das mulheres cariocas, e posteriormente das brasileiras como um todo.

 

 

Helô Pinheiro na década de 60.
Helô Pinheiro na década de 60. Fonte: Conexão Jornalismo.

 

 

A Casa Canadá e os desfiles de manequins

 

 

A Casa Canadá, a grande referência da moda no Rio de Janeiro a partir da década de 40, trazia ao país o que de melhor havia na moda francesa do período.

Assim, chegavam ao país sem muito atraso as grandes tendências internacionais, como oNew Look” de Christian Dior, de 1947, e a imagem da nova mulher de Coco Channel (que ajudou a popularizar a pele bronzeada pelo sol).

Todavia, foi umas das novidades lançadas pela butique carioca que ajudou a popularizar a moda praia no Brasil: os desfiles de moda.

Em eventos organizados na maison Canadá com o objetivo de apresentar os novos modelos à alta sociedade brasileira, surgiam as manequins (modelos da época) especialmente treinadas pela diretora da butique, Mena Fiala.

 

 

"Garotas e Belezas", ilustração de Alceu Penna sobre os desfiles de Miss, na revista O Cruzeiro de 1960.
“Garotas e Belezas”, ilustração de Alceu Penna sobre os desfiles de Miss, na revista O Cruzeiro de 1960. Fonte: Facebook Alceu Penna.

 

 

 

A Moda Praia no Miss Brasil

 

O sucesso desse tipo de eventos foi um grande incentivo para o lançamento do concurso Miss Brasil. Inspirado naquilo que era tendência no exterior, principalmente na França e nos Estados Unidos, o evento teve a sua primeira versão em 1954.

 

 

Marta Rocha no concurso Miss Universo, 1954.
Marta Rocha no concurso Miss Universo, 1954. Crédito: Arquivo Nacional. Fonte: Wikimedia commons.

 

 

Já nessa edição as candidatas apareciam trajadas com a moda praia, tendo que desfilar para um público enorme de maneira segura e natural. Esse também era um requisito do maior concurso do mundo, o Miss Universo.

Assim, a roupa de banho já era apreciada como algo mais normal em vários países, tendo se tornado um dos critérios a serem julgados pelos concursos de beleza.

Desse modo, esses eventos acabariam por ser um espelho da moda adotada no país ao longo do tempo.  

 

 

Vencedora do Miss Brasil 2019, a mineira Júlia Horta.
Vencedora do Miss Brasil 2019, a mineira Júlia Horta. Foto: Jorge Fakhui/ASI/Estadão Conteúdo. Fonte: O Globo.

 

 

Resistência e Censura

 

 

Fica até difícil de acreditar mas, sabia que ainda nos anos 60 o biquíni foi literalmente proibido nas praias? Parece mentira, mas é verdade!

Em 1961 Jânio Quadros assumiu a função de presidente da república após uma forte campanha moralista. 

Como resultado, em uma promulgação de maio de 1961, poucos meses após o início do seu mandato, o então presidente determinou a proibição do desfile de beleza com misses vestindo maiôs cavados, a publicidade televisiva de maiôs e moda íntima feminina, além do uso de biquínis em praias.

Segundo O Globo, “No caso do Rio, interpretando o decreto de Jânio, até as transmissões pela televisão de competições de natação “e demais modalidades esportivas” foram afetadas, sendo suspensa a “exploração de efeitos plásticos inconvenientes”.

As impopulares medidas não durariam muito, pois Jânio Quadros renunciou à presidência logo em 25 de agosto de 1961.

 

 

 

 

A Moda Praia no Brasil: a ditadura do corpo

 

 

Ainda que quando tratamos da história da moda praia no Brasil falemos da emancipação da mulher, temos que considerar um fator muito importante: a ditadura do corpo.

O que isso quer dizer? Antes de mais nada, que mesmo quando o biquíni e as peças mais confortáveis se popularizaram elas não foram aceitas para todo mundo.

Ou seja, a crítica ao seu uso era muito forte, já que se entendia que nem todos os corpos deveriam adotar o novo estilo.

 

Leila Diniz de biquíni grávida, em 1971.
Leila Diniz de biquíni grávida, em 1971. Fonte: Blog pajaris.

 

 

Uma das principais responsáveis por quebrar esse tabu foi Leila Diniz (1945-1972), que em 1971 foi fotografada na praia de Ipanema dentro do mar grávida e vestindo apenas um biquíni.

O modelo utilizado pela atriz era à época considerado pequeno. Contudo, mesmo se não fosse, o fato de uma grávida aparecer publicamente com o corpo tão descoberto era em si algo muito surpreendente. Não esqueçamos, então era plena ditadura militar!

Como resultado, a foto de Leila estampou a capa de inúmeras revistas, fazendo com que ela se consolidasse como uma das principais referências nacionais no que diz respeito à emancipação e libertação sexual da mulher brasileira.

O impacto foi tanto que, ainda que tenha falecido logo no ano seguinte, a sua imagem se perpetuou no imaginário nacional.

 

 

Mais liberdade, menos tecido, e mais modelos!

 

 

Monique Evans de biquíni em 1987.
Monique Evans de biquíni em 1987. Crédito: Le Clark. Fonte: O Globo.

 

 

Nos anos seguintes o biquíni se fixaria como a principal escolha das mulheres. O maiô se consolidou como preferência das mulheres de mais idade, ou como uma opção mais elegante e discreta.

Por fim, o biquíni asa-delta e o fio-dental nas últimas décadas do século XX. O fio-dental é um estilo original brasileiro que demorou a ser adotado fora do país, tendo hoje em dia se tornado popular em muitos lugares.

 

 

Mulheres desfilando com fio-dental nas ruas do Rio de Janeiro na década de 80.
Mulheres desfilando com fio-dental nas ruas do Rio de Janeiro na década de 80. Fonte: Instagram fashion.for.future.

 

A precursora do fio-dental foi a musa dos anos 80 Magda Cotrofe. Desde então, o estilo se tornou muito popular entre as brasileiras. 

Ambos os estilos se mantiveram como modelos muito usados no Brasil, e volta e meia sofrem readaptações.  

 

 

Releituras do passado

 

 

Após anos dos micro biquínis e maiôs, vivemos nos últimos anos a tendência aos modelos vintages do primeiros tempos da Moda Praia no Brasil. Com calcinhas mais largas e altas, além de tops mais estruturados, o estilo trouxe um toque especial de elegância. 

 

 

Sasha Meneghel em 2019 a desfilar com um biquíni da "Água de Coco" de biquíni.
Sasha Meneghel em 2019 a desfilar com um biquíni da “Água de Coco” de biquíni. Crédito: Zé Takahashi. Fonte: O Globo.

 

 

Seja como for, ainda que nem o biquíni e nem o maiô sejam criações brasileiras, é um fato indiscutível que o país se tornou uma referência no mundo quando o assunto é esse. Além dos modelos ousados, são as estampas originais e o material de primeira-qualidade os seus principais diferenciais. 

 

Por Mariana Boscariol. 

 

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