A fera das belas – Entrevista: John Casablancas
Essa entrevista feita pela Veja, está muito legal e tirei do clipping de moda do Valor Agregado, não tenho certeza, mas creio que se vocês…
Essa entrevista feita pela Veja, está muito legal e tirei do clipping de moda do Valor Agregado, não tenho certeza, mas creio que se vocês mandarem um e-mail para eles também poderam receber gratuitamente ([email protected]).
A fera das belas – Entrevista: John Casablancas
Veja
18/02/2006Ref: Carreira
O “inventor” de Naomi Campbell e Linda Evangelista está de volta ao mundo das modelos – tremam, meninas. John Casablancas é perfeitamente equipado para sobreviver no ambiente de vaidades exacerbadas da moda e das modelos: tem uma excelente opinião sobre si próprio. Mesmo assim, passou cinco anos fora do circuito. Agora, aos 63 anos, há treze casado com a jovem brasileira Aline (uma união à qual ninguém daria mais de seis meses de sobrevida), o fundador e ex-diretor da agência Elite prepara sua volta: financiado por um grupo do Leste Europeu, fechou sociedade com duas pequenas agências brasileiras e planeja reeditar os tempos de glória em que lançou estrelas como Naomi Campbell, Linda Evangelista, Claudia Schiffer e Gisele Bündchen (esta, inimiga mortal depois que trocou de agência). Nova-iorquino de família catalã, com casas no Rio de Janeiro, em Miami e em Ibiza, Casablancas mostra nesta entrevista a VEJA que continua ferino: sobrou para as modelos jovens demais (“É uma tortura conversar com elas”), sobrou para as mães das modelos (brasileiras) e, claro, sobrou para Gisele.
Veja – O que é uma modelo perfeita?
Casablancas – A grande modelo é aquela que tem características próprias, não é parecida com nenhuma outra. A Linda Evangelista, por exemplo, tinha o gênio do ângulo fotográfico. Ela podia pegar o pior fotógrafo do mundo, com a pior luz, e conseguia achar o único lugar em que a luz estava boa, posicionar-se e corrigir o fotógrafo. Outras simplesmente são muito bonitas, como a Cindy Crawford. A Gisele é extraordinária como modelo. Ela tem um senso fantástico do corpo, de movimento, de timing. Em alguns momentos, ela é sensacional.
Veja – Só em alguns momentos?
Casablancas – Ela não é uma grande beleza. Tem o rosto um pouco angular, falta um pouco de traseiro, falta cintura. Mas ela sabe se mexer de forma a criar uma curva que dá a impressão de que tem tudo. Muitas coisas que eram imperfeitas ela corrigiu.
Veja – Como?
Casablancas – Acho que algum retoque ela fez. O peito, que todo mundo comenta, não sei – cresceu muito rápido. Mas isso acontece com muitas meninas de 14, 15 anos. A linha do nariz pode ter tido um leve retoque ou afinou com a idade, o que também é possível.
Veja – Muita gente acha que modelos famosas ganham dinheiro demais pelo que fazem (andar, parar, fazer expressões exageradas para a câmera). Qual o retorno comercial que elas dão?
Casablancas – É enorme a diferença que existe entre uma modelo boa e uma ruim, principalmente se considerarmos que a modelo representa só 5% ou 10% de todo o orçamento de uma campanha (no qual estão incluídos também fotógrafo, maquiador, roupa e, principalmente, a compra do espaço para divulgação). Uma boa modelo é capaz de render o dobro ou o triplo de uma modelo ruim. Se além de boa for bonita, é acerto garantido. A força econômica da mulher bonita é enorme. Ela vende muito mais do que mulher feia. Já ouvi muita reclamação de marca que pega a menina com cara estranha da capa da Vogue e depois se queixa de que a venda da coleção caiu 30%. Na temporada seguinte, pega uma atriz de cinema gostosa e triplica as vendas.
Veja – O que é que a modelo brasileira tem?
Casablancas – A brasileira, mesmo quando é feia, é charmosa. Pegue uma brasileira mais ou menos e uma inglesa mais ou menos. Com a inglesa você não quer nem trocar telefone; já a brasileira você vai pelo menos paquerar um pouquinho. Ela tem essa mistura de atrevimento pagão com conservadorismo cristão. É um combate entre uma certa modéstia e um atrevimento, uma liberdade sexual e uma certa timidez, aquilo que faz com que ela use fio-dental mas não faça topless na praia. Profissionalmente, para a moda, isso é muito bom. E a liberdade sexual da brasileira é legendária. Tenho vários amigos que gostam de sair com modelos e acham a brasileira a mais difícil de todas. Por uma razão muito simples: ela está sempre namorando. A não ser que você consiga fisgá-la entre dois namorados, ela vai estar apaixonada. Apaixonada mesmo. As brasileiras brigam, são ciumentas.
Veja – O senhor vai voltar a lidar diretamente com as modelos?
Casablancas – Não tenho mais paciência. Hoje, a pior coisa que você pode fazer quando uma modelo está zangada é me chamar. Eu me irrito tanto que ela é capaz de sair da agência. Mas, se ela quiser traçar um plano de carreira, acho que a minha participação pode ser muito importante. Meu olho continua sendo de primeira.
Veja – Qual o destino natural das modelos quando a carreira termina?
Casablancas – Muitas ficam cansadas do que fazem e, apesar de ainda poderem ganhar 500 000 dólares por ano, preferem trabalhar em áreas em que ganham muito menos. Isso acontece com 60% delas. Cerca de 30% passam a trabalhar com pessoas que conhecem: editoras de moda, estilistas, fotógrafos de publicidade. E por volta de 10% gostam mesmo é de estar na frente das câmeras e por isso viram atrizes, apresentadoras, representantes de produtos ou marcas.
Veja – Já não está na hora de superar sua bronca com Gisele?
Casablancas – Ela me deu uma punhalada nas costas como eu nunca levei. Na sexta-feira anterior à sua saída, estávamos batendo papo, amigos. A Gisele foi realmente a maior surpresa da minha vida profissional. E olhe que eu sou veterano, roubei muitas modelos e muitas me foram roubadas. Essa me incomoda até hoje. Você acredita que eu tive de dar emprego à irmã da Gisele, Patrícia, porque ela não queria pagar o custo de manter a moça em Nova York? Ela veio e disse que outra agência estava chamando a irmã dela e propondo pagar 400 dólares por semana. Era uma chantagem. Eu contratei, claro.
Veja – O que ela fazia?
Casablancas – Acompanhava as modelos nos compromissos. Sem falar inglês nem conhecer Nova York. É o que eu chamo de extorsão.
Veja – O senhor teve essa briga com a Gisele, já brigou com a Naomi. Quem é mais difícil: elas ou John Casablancas?
Casablancas – Gosto da Naomi. Já brigamos, fizemos as pazes. Ela é muito explosiva, insuportável, generosa, carinhosa, egocêntrica. É um ser humano cheio de paixão. Já a Gisele tem esse lado frio, germânico, que me incomoda muito. Calculista. Nunca fala mal nem bem. Dá aquelas entrevistas insuportáveis, em que fala do cachorro, da mãe, aquele vazio total.
Veja – Criticar a Gisele não é uma forma de se promover à custa dela?
Casablancas – Sem dúvida. Se tem uma coisa que aprendi é que as coisas um pouco ácidas, sarcásticas, viram notícia. Corro o risco de às vezes dizerem que é dor-de-cotovelo. Lógico, é mesmo. Uma dor tremenda, milhares de dores-de-cotovelo. Principalmente por ela nunca ter reconhecido o grande trabalho que fiz por ela. Se a Gisele fizesse isso, eu parava de criticar.
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