Emprego em Transformação – Como se reinventar e se preparar pras mudanças do mercado
Algumas áreas de trabalho vão acabar e uma das alternativas é o empreendedorismo. Confira dicas e orientações para os jovens que precisarão decidir sobre carreira nos próximos anos ou para quem tem planos de mudar de rumo e passar por uma transição de carreira em entrevista com Daniel Lustig, da Mind Factory.
Emprego – Eu recebi do Antônio Montano uma sugestão de pauta muito pertinente que trata de um assunto considerado bastante espinhoso – a crise do emprego prevista para os próximos anos e a escolha de carreira neste novo contexto, seja para jovens que iniciarão no mercado de trabalho ou vão prestar vestibular e até mesmo para quem já trabalha e tem planos de mudar os rumos no ano novo.
Levando em consideração estudos de uma instituição Australiana muito interessante, alguns dados são alarmantes:
Em um dos estudos eles mapeiam como será o mercado de trabalho em 2030. Por exemplo, dizem que o tempo gasto resolvendo problemas vai dobrar e além de aumentar em 77% o uso das ciências e habilidades matemáticas em todas as áreas. Além disso, 30% do dia de trabalho será dedicado ao aprendizado. (Para acessar a pesquisa na íntegra, clique aqui.)
Uma outra pesquisa da mesma instituição concluiu que 60% dos jovens estão estudando em áreas que vão deixar de existir por causa da tecnologia. Uma alternativa para esses jovens é o empreendedorismo. (Para esta segunda pesquisa, clique aqui.)
Emprego em Transformação – Muitas áreas vão deixar de existir, mas novas oportunidades englobando as novas tecnologias e estilos de vida irão surgir. Será necessário estar preparado para a adaptação constante ao novoO Daniel Lustig, da consultoria Mind Factory que tem essa ajuda aos jovens como parte de seu trabalho e é especialista no tema e concedeu uma entrevista ao Fashion Bubbles com dicas de como se preparar para toda a essa transformação e de como se sair e bem e superar a crise do emprego prevista para o mercado de trabalho:
Denise Pitta – Com a enorme transformação do emprego prevista para os próximos anos, que habilidades e potenciais você acha que serão diferenciais para os jovens nos próximos anos?
Daniel Lustig – Uma das principais mudanças que são apontadas por pesquisas, mas que conseguimos facilmente observar ao monitorar o mercado, é que a carreira construída de forma linear tem se tornado rapidamente obsoleta. A tendência é que os jovens e adolescentes de hoje, que estão se preparando para entrar no mercado de trabalho, alternem em diferentes áreas durante a vida profissional, às vezes até ao mesmo tempo. Por exemplo, será cada vez mais comum alguém que divida seu tempo como funcionário de uma empresa ao mesmo tempo que, em casa, atue como empreendedor.
O problema que encontramos nesse fenômeno é que, nesta fase de transição em que nos encontramos, as escolas e universidades ainda não estão preparadas para desenvolver estes jovens para as novas habilidades que serão exigidas deles. Atualmente, com a velocidade da tecnologia é muito difícil o jovem aprender algo em sala de aula e ter a certeza que aquilo lhe será útil no futuro, as chances de ser um aprendizado ultrapassado é muito grande. Por isso, o desafio é preparar estes jovens para o aprendizado constante, eles precisam aprender a aprender. Enquanto isso, muitos jovens e até pessoas já bem estabelecidas em suas carreiras mas que não querem se tornar profissionais defasados têm buscado a ajuda de consultorias e coachs.
Aprender a aprender constantemente será um dos diferenciais para acompanhar o mercado – Emprego em Transformação
O que entendemos por ser “inteligente” está mudando, não basta apenas um vasto conhecimento teórico e técnico, mas como tudo isso é aplicado de forma criativa em diferentes áreas. As instituições de educação tradicionais precisam rever sua metodologia e currículos ou correm o risco de formarem futuros desempregados.
Isso tudo tem um reflexo que nos leva a mais uma mudança importante, o dia a dia dos profissionais em funções de início de carreira, como estagiários, assistentes, técnicos, professores, etc. A eles eram delegadas as atividades mais burocráticas, rotineiras e monótonas. Hoje, já se nota que deles são exigidos uma abordagem mais criativa e estratégica.
Alguns detalhes que podem ser observados para se reinventar e se preparar para essas mudanças:
Consciência da aprendizagem contínua – Cada vez mais é exigido dos profissionais o constante aprendizado e desenvolvimento de novas habilidades. Por exemplo, um professor de hoje terá que aprender como deverá ser ensinado um aluno do futuro. Por isso, o estudo deve fazer parte do plano de carreira durante toda a vida.
Habilidades de comunicação – Cada vez mais será exigido que os profissionais sejam bons comunicadores, independente de área de atuação. Não existe mais espaço para a velha desculpa do “sou de exatas” para justificar a falta de habilidade para se liderar uma reunião ou fazer uma apresentação.
Solução criativa de problemas – Não haverá mais espaço para o trabalho mecânico e burocrático, estes já serão realizados de forma bastante eficiente pela tecnologia, gastaremos cada vez mais de nosso dia focados na solução de problemas.
Conhecimentos de informática – O mercado de trabalho tem expelido cada vez mais os profissionais que não tem o mínimo de conhecimento e familiaridade com as tecnologias. Um exemplo bastante comum e atual são os motoristas de Taxi e Uber. Todos já ouvimos histórias de trabalhadores que acabaram deixando o trabalho e se aposentando, mesmo ainda sendo uma pessoa produtiva, pela dificuldade em manusear aplicativos de chamadas e GPS o que fez com que perdessem seus empregos.
Também já encontramos trabalhadores da construção civil usando niveladores de aplicativos em smartphones e trenas eletrônicas. São atividades que podem estar distantes da realidade de muita gente que não consegue se imaginar com a mesma dificuldade por fazer parte de uma geração que já nasce conectada, mas este será um fenômeno presente em todas as áreas e níveis hierárquicos e por isso merece atenção.
Mentalidade empreendedora – Falar sobre empreendedorismo pode parecer um clichê da atualidade, mas a mente empreendedora é indispensável mesmo para quem é funcionário de uma empresa, pois esse perfil torna o profissional mais flexível, independente e proativo, pois cada vez menos teremos a atenção de gerentes, coordenadores ou qualquer superior usando seu tempo delegando atividades.
Denise – Em uma comparação com Máquinas X Humanos, e, pensando no empreendedorismo, muitas empresas e serviços irão desaparecer, existem pesquisas referentes aos intermediários por exemplo, quando apps como Uber, Airbnb, entre outros, no futuro, poderão substituí-los. Na hora de empreender, escolher áreas que continuarão fortes será essencial, você pode falar um pouco de áreas que julga que permanecerão como celeiros de oportunidades?
Daniel – Minha recomendação é que as pessoas se preparem para serem profissionais flexíveis e abertos a mudanças, inclusive de áreas. Um dos segredos é estar preparado para a velocidade com que as coisas acontecem e se transformam. Por isso, é uma tarefa difícil elencar áreas e apostar nelas como o caminho do sucesso, o foco deve estar nas pessoas e suas habilidades e não nas carreiras.
Denise – A adaptação às novas tecnologias e multiplicação exponencial do conhecimento exigirá constante aprendizado. Como o trabalho de consultaria pode, colaborar na difícil tarefa de ensinar aprender a aprender?
Daniel – Isso já é uma realidade. Esse fenômeno é algo que já era previsto e vem sendo discutido há alguns anos, e essa invasão da tecnologia na força de trabalho humana deve se tornar cada vez mais agressiva. Uma pesquisa da Foundation for Young Australians alerta que 60% dos jovens de hoje estão estudando em áreas que vão deixar de existir e isso é muito preocupante. Os robôs e a inteligência artificial chegam para elevar a presença da tecnologia a um novo patamar, começando a executar também alguns trabalhos cognitivos.
Se por um lado a tecnologia pode ser vista como vilã por alguns trabalhadores, para quem já tem uma inteligência emocional desenvolvida e observa os desafios como uma oportunidade ela é um facilitador. Por exemplo, abrir uma empresa e criar um CNPJ como microempreendedor individual (MEI) pode ser feito em instantes de sua casa; são inúmeras as plataformas para oferta de trabalho por onde podem ser negociados, executados e entregues, tudo pela internet; dentro da empresa a tecnologia facilita o trabalho burocrático que é realizado mais rápido e esse tempo pode ser utilizado no desenvolvimento pessoal, já que empresas estão estimulando cada vez mais o aprendizado como parte da rotina de trabalho; etc.
Para estes jovens ou para profissionais que perderão suas vagas, vemos duas alternativas mais imediatas: desenvolver habilidades para as novas áreas de trabalho ou o empreendedorismo, sempre utilizando a tecnologia a seu favor.
O custo e o tempo para se iniciar um negócio caiu e novos empreendedores individuais e de pequenas empresas são beneficiados com uma redução significante em impostos custos iniciais. O crescimento das comunicações eletrônicas, a computação em nuvem e mobilidade reduziram as despesas de operação. Inspirados em modelos como Mark Zuckerberg ou Evan Spiegel, jovens têm cada vez mais a inovação ou o empreendedorismo como plano de carreira ao invés do sonho de entrar para grandes empresas.
Empregadores e funcionários deverão estar preparados para mudanças radicais no modelo de trabalho, como o trabalho remoto e a flexibilidade de horário. Apensar de serem fatores que agregam na satisfação do profissional com seu emprego, o formato não será uma opção e muito menos um benefício.
Grandes empresas de tecnologia já estão atentas e buscando alternativas para evitar que suas próprias soluções canibalizem a economia mundial e paralisem o consumo. Uma das alternativas rápidas encontrada por fundadores e investidores dessas companhias é a distribuição da renda para quem perdeu seu emprego para a tecnologia.
A ONG alemã Mein Grundeinkommen (Minha Renda Básica) distribui cerca de R$ 3.400,00 por mês para os selecionados no programa. Outra ONG nessa linha é a GiveDirectly que quer implantar no Kenia a maior e mais longo projeto do tipo. Um dos maiores entusiastas desses programas é o americano Sam Altman, investidor em diversas companhias de tecnologia como Airbnb, Pinterest, entre muitas outras.
Para concluir, é importante destacar que apesar de programações gigantescas de algoritmos, ainda existe um fator orgânico que, pelo menos por enquanto, leva vantagem sobre a tecnologia, que seria a intuição, o “feeling profissional”. Este ainda deve ser um dos elementos mais importantes que vão mensurar o talento de um trabalhador por algum tempo. Podemos exemplificar citando o trabalho de um médico. Um programa de computador pode ler resultados de exames e chegar a conclusões por meio de cálculos matemáticos, mas a intuição do médico ao fazer seu diagnóstico por meio da conversa e da observação do paciente ainda são insubstituíveis.
Mais pesquisas sobre estes temas
A pesquisa Perfil do LIDE Futuro, divulgada no ano passado, já mostrava que 58% dos universitários se veem como empreendedores na atualidade. Quando questionados como se viam daqui a 2 a 4 anos, o número sobe para 62%, e quando o prazo questionado foi de 10 anos, o total de estudantes que se viam empreendendo pulou para 78%.
http://www.lidebr.com.br/
Já uma pesquisa do CONAJE sobre o perfil do jovem empreendedor mostrou que 30% possuem dificuldades de gestão financeira, 27% de gestão de pessoas, 25% no planejamento, 12% no marketing, entre outros desafios.
http://conaje.com.br/projetos/
Para estes jovens será essencial se prepararem, só assim se tornarão líderes de sucesso, assim como aqueles que eles admiram. Hoje em dia, todo mundo pensa que para ajudar esses universitários basta abrir linhas de crédito e criar grupos onde vão encontrar investidores. Mas isso não é suficiente!
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